O mercado de moda no Brasil é 90% abastecido por uma produção nacional, mas o grupo que reúne os 22 grandes varejistas de vestuário do país ainda tem dificuldade para encontrar fornecedores que atuam com tecido plano para moda feminina e camisaria, por exemplo. Isso abre uma oportunidade para o Rio Grande do Norte, que pode despontar como polo em função das facções e oficinas de costura. A avaliação é do diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), Edmundo Lima. “O Rio Grande do Norte se destaca e tem um potencial de crescimento nessa área”, assegura.
O executivo veio a Natal nesta sexta-feira (11) participar do lançamento do Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo da Abvtex, promovido pelo Sebrae em parceria com o grupo Guararapes. A iniciativa visa estimular as 124 facções instaladas no estado a obter a certificação da associação, que reúne os principais players do varejo de moda do Brasil, como C&A, Calvin Klein Jeans, Leader, Renner, Riachuelo e Zara, além dos grupos Guararapes, Hering e Walmart. Esse grupo composto por 22 empresas é responsável por 24% do mercado de moda no Brasil.
De acordo com Edmundo Lima, a Certificação da Abvtex reúne os requisitos mínimo e básicos que esses grandes varejistas exigem para a cadeia fornecedora e de empresas subcontratadas. Atualmente, essa cadeia é formada por 30 mil empresas, sendo 98% delas de micro e pequeno porte, que fornecem para os grupos associados. “Com essa certificação, queremos rastrear toda a cadeia para que o produto tenha uma origem limpa, sem trabalho análogo ao escravo e produzido de forma sustentável. A certificação visa atender a requisitos mínimos das marcas associadas e tudo que está no programa é um compromisso que as empresas assumiram”.
A estratégia da entidade com a certificação dos fornecedores é assegurar condições de trabalho dignas na cadeia de fornecimento do varejo de moda e combater o trabalho análogo ao escravo e infantil na cadeia de fornecedores do segmento. Isso porque as redes são corresponsabilizadas em caso de trabalho com horas exaustivas e más condições de trabalho, o que acaba arranhando a reputação das marcas envolvidas.
Informalidade
Além disso, também visa desenvolver a cadeia fornecedora para cumprimento da legislação e reduzir o índice de informalidade no setor. Segundo dados da associação, atualmente, 30% do mercado que comercializa moda no Brasil ainda é informal, e por consequência a produção também. A certificação reúne 18 itens, a maioria relacionada às condições de trabalho, à saúde e segurança dos empregados e à legislação trabalhista.
Os benefícios não são apenas para os grupos varejistas. As empresas contratadas acabam se beneficiando com a certificação, já que há uma redução do passivo trabalhista e melhorias no ambiente de trabalho. Sem contar com o mercado que se abre para esses fornecedores. Juntos, esses varejistas possuem mais de 6 mil lojas em todos os estados e faturam em torno de R$ 48 bilhões por ano. “É um mercado extremamente relevante para micro e pequenas empresas pelo ritmo contínuo e o volume de produção”, garante o diretor da ABvtex.
A empresária Anny Fabíola Nunes sabe da importância desse título. Das 13 unidades de produção de costura que possui nas cidades de São José do Seridó e São Vicente, situadas na região do Seridó, 7 delas já têm a certificação da Abvtex. “A certificação deu visibilidade e promoveu abertura do mercado nacional para a empresa. Só após a certificação, conseguimos ampliar o número de clientes private label que desejam comprar produto pronto”, revela a empresária do Grupo C Medeiros.
A meta agora é auditar as demais facções, instaladas em São Vicente, e receber a certificação, que contribuiu para o aumento de 15% no faturamento anual da empresa, que emprega 475 pessoas, ao fornecer peças para a Hering e Guararapes.
Fonte: http://revistaamazonia.com.br/abvtex-ve-potencial-no-mercado-de-fac...
http://www.abvtex.org.br/index.php?option=com_content&view=arti...
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