Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Ainda sem sócios, Suape Têxtil sai do papel

Fonte:|.lexpetrolea.com.br|


No semana passada, a Petroquímica Suape fechou seu primeiro contrato, a pré-comercialização de 4 toneladas de fios sintéticos que só serão
entregues em janeiro quando entrarem em operação comercial as primeiras
cinco máquinas de um total de 64 que formarão a indústria de polímeros e
filamentos de poliéster que está sendo erguida em Ipojuca, município
pernambucano ao sul do Recife. “Demos a largada”, comemorou o
superintendente Richard Ward. A satisfação do executivo se justifica. A
Petroquímica Suape é um complexo industrial formado por três fábricas
que atuarão de forma integrada, uma que produzirá 700 mil toneladas
anuais de ácido tereftálico (PTA), que abastecerá uma unidade de insumos
para a indústria têxtil e outra de matéria- prima para embalagens PET.
Em seu cronograma inicial, deveria estar em operação desde o início
deste ano, mas até agora não tem seu quadro societário definido. Por
ora, os investimentos orçados em R$ 4 bilhões estão sendo bancados
unicamente pela Petroquisa, subsidiária da Petrobras. O Grupo Vicunha e a
Filament Tecnology (FIT) eram parceiros da Petroquisa, mas declinaram
em meio a crise de 2008. A sociedade também foi oferecida ao grupo
italiano Mossi & Ghisolfi (M&G) que tem em Cabo de Santo
Agostinho (PE) a maior fábrica de resinas PET do mundo, com capacidade
para 550 mil toneladas anuais. A M&G nunca aceitou entrar no
negócio. A Petroquisa planeja atrair sócios estratégicos para o
empreendimento. Para isso, mantém conversas adiantadas com o grupo
têxtil indiano Reliance e com a petroquímica Braskem. Bernardo Gradin,
presidente da Braskem, comentou que uma decisão sobre a participação no
projeto ocorrerá no primeiro trimestre de 2011. O início das operações
em Suape também poderá amenizar desconfianças comerciais que envolvem a
estratégia de negócio. São dois os principais questionamentos. Primeiro,
a fábrica de resinas PET de Suape terá capacidade para produzir 450 mil
toneladas anuais. O consumo brasileiro em 2009 foi de 460 mil
toneladas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do PET
(Abipet). Ou seja, abaixo da capacidade de produção já existente hoje no
país. Richard Ward relata que a estratégia da unidade foi desenvolvida
com base em projeções de um forte crescimento da demanda no mercado
interno e também prevendo exportações. O outro questionamento do mercado
é relacionado à competitividade da produção de fios têxteis sintéticos
no país, no momento em que a vantagem comercial é dos asiáticos. Segundo
a Associação Brasileira de Produtos de Fibras Artificiais e Sintéticas
(Abrafas), o Brasil importa 130 mil toneladas anuais de fios
texturizados que chegam por preços inferiores a US$ 3. “O fornecedor
nacional não tem escala”, diz o presidente da associação, Reinaldo
Kröeger. Ward não informa o valor pelo qual serão comercializados os
fios produzidos em Suape, mas garante, “seremos competitivos”. A fábrica
de Suape terá capacidade total de produção de 85 mil toneladas anuais
de texturizados, compatível com os produtores asiáticos e vantagens
logísticas. Enquanto Suape trabalhará com uma produção integrada de PTA e
fios têxteis a partir de agosto de 2011 e terá um esquema de
distribuição para atender 300 empresas no mercado local, os importadores
enfrentam imposto de importação de 18% e o custo logístico para trazer o
material da China. “Vamos deslocar o importado”, diz o executivo.

Produção de PET começa no próximo ano

Fábrica terá duas linhas com capacidade para 225 mil toneladas cada uma

A fábrica de resinas PET, matéria- prima das embalagens plásticas de refrigerantes e alimentos, da Petroquímica Suape terá capacidade total de 450 mil toneladas anuais feitas em duas linhas produtivas diferentes.
A primeira com 225 mil toneladas anuais está prevista para entrar em
operação no final de 2011. A segunda linha produtiva está prevista para
março de 2012. A decisão da Petroquisa de investir R$ 600 milhões na
produção de resinas PET foi tomada no ano passado, após frustrada todas
as negociações com a italiana Mossi & Ghisolfi (M&G). A
estratégia inicial da petroquímica era produzir apenas o ácido
tereftálico (PTA), insumo que seria comercializado com a M&G. Os
italianos, porém, preferiram manter a importação de sua matéria-prima do
México. A decisão da Petroquisa de entrar no mercado com produção
própria da resina foi recebida com estranheza já que a M&G tem em
sua fábrica em Cabo de Santo Agostinho (PE) uma capacidade produtiva de
550 mil toneladas anuais. O consumo brasileiro de resinas virgens em
2009 foi de 460 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira da
Indústria do PET (Abipet). Richard Ward, superintendente da
Petroquímica Suape, justifica o investimento com a perspectiva de
consumo futuro. Ele relata que a expectativa é o consumo brasileiro de
resina PET crescer a um ritmo de 11,7% ao ano até 2016. “Trabalhamos com
um consumo de 920 mil toneladas anuais em 2014, o que ocupará quase
toda nossa fábrica e a da M&G.” Até lá, a estratégia é exportar. O
consumo de resinas PET na América do Sul, incluindo o Brasil, é de 1,1
milhão de toneladas anuais. Hoje, o único produtor representativo na
região é a M&G. O resto do mercado é abastecido com importações de
fora da região. “Não teremos problemas para colocar nossa produção no
mercado”, diz. Otávio Carvalho, da consultoria especializada em
petroquímica Maxiquim, apresenta uma avaliação semelhante. sua opinião, o
consumo na América Latina cresce forma consistente e ainda espaço para
migração produtos que hoje são embalados em vidro e lata para Cerveja é
um exemplo tem no exterior. A produção de resina pela Petroquímica Suape
restitui a competição neste mercado, inexistente desde M&G comprou
os negócios país da Rhoria-ster, em e a Braskem optou por encerrar suas
operações em Camaçari (BA), em 2007.

Fábrica trará dinamismo para indústria têxtil

Quando as 64 máquinas de polimerização e texturização de Suape estiverem em operação em agosto de 2011, elas formarão um dos mais modernos parques fabris do setor com capacidade para produzir 240 mil
toneladas anuais de polímeros e filamentos de poliéster. O investimento é
de R$ 1 bilhão. Serão 85 mil toneladas de fios texturizados que serão
comercializados com terceiros e outras 85 mil toneladas que serão
consumidas internamente na produção de outros filamentos. Serão
fabricadas 55 mil toneladas de polímeros de poliéster granulado, os
chamados chips, e 15 mil toneladas de filamentos lisos (FDY). Reinaldo
Kröeger, presidente da Associação Brasileira de Produtos de Fibras
Artificiais e Sintéticas (Abrafas), avalia que a fábrica trará uma nova
dinâmica para a indústria têxtil do país, gerando competitividade
internacional. Ele relata que hoje a participação de fio sintético na
indústria têxtil nacional é de 25%. A média mundial é de 60%. É o custo e
a baixa disponibilidade do fio sintético que determina esta proporção.
“Hoje a moda é feita para o fio sintético. Se você não utiliza este
material, está fora das tendências globais”, diz.

ÁCIDO TEREFTÁLICO – R$ 2,4 bi é o investimento na fábrica de ácido tereftálico (PTA) que terá capacidade de produção de 700 mil toneladas anuais. O PTA é insumo de fios sintéticos e PET.

FIOS SINTÉTICOS – R$ 1 bi é o investimento na fábrica de polímeros e filamentos de poliéster, que terá capacidade para produzir 240 mil toneladas anuais em 64 máquinas.

RESINAS PET – R$ 600 mi é o investimento na produção de resinas PET. Unidade contará com duas linhas para fabricação, cada uma com capacidade para 225 mil toneladas anuais.


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Comentário de Renato Guimarães Ribeiro Neto em 2 dezembro 2010 às 11:18
É bom mudar o tópico do artigo, pois "Suape Têxtil" é uma indústria da cidade do Cabo de Sto. Agostinho, que por sinal está fechada.
O nome correto é "Petroquímica Suape".

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