Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brasil sobe 5 posições em ranking global de competitividade

Brasil sobe 5 posições em ranking global de competitividade

Por Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil avançou cinco posições e alcançou o 53o
lugar em pesquisa global anual do Fórum Econômico Mundial que classifica 142
países de acordo com as condições de competitividade.

O novo ranking mostrou que o Brasil superou a Índia e ficou em segundo
lugar, atrás da China, entre os países do BRIC na pesquisa, que combina dados
estatísticos e sondagem junto a executivos. O bloco também é formado pela
Rússia.

Para a Fundação Dom Cabral, responsável pela realização do estudo no
Brasil, o fator mais determinante para essa melhora foi o crescimento econômico
com inclusão social, que turbinou a atratividade do mercado doméstico. O Brasil
cresceu 7,5 por cento em 2010.

Também contribuiu para o avanço, o clima geral de otimismo com a
economia doméstica, que teria influenciado as avaliações sobre o país e a
atuação do governo feitas por executivos na sondagem, realizada entre março e
maio deste ano.

'Houve uma melhora generalizada da percepção da comunidade empresarial
sobre as ações públicas', afirmou o responsável pela pesquisa na escola de
negócios Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda.

Entre os 12 pilares da pesquisa, o Brasil teve o progresso mais expressivo
em 'instituições', que avalia a questões como o quadro legal para negócios,
burocracia, corrupção, atitude do governo em relação à iniciativa privada e
gerenciamento das finanças públicas.

Nessa categoria, em que dois terços das variáveis são opinativas, o
Brasil passou da 93a colocação para a 77a. Na variável 'confiança nos
políticos', incluída no patamar instituições, o país curiosamente saltou 22
posições. Ainda assim, permaneceu mal posicionado, no 105o lugar.

O Brasil também melhorou de forma significativa no pilar 'eficiência do
mercado de trabalho' --em que caiu da 96a para a 83a posição. Segundo Arruda,
pesaram para a melhora questões como a percepção da cooperação entre empregado
e empregador e da qualidade de gestão.

ATRÁS DO PANAMÁ

Apesar do avanço, o Brasil continua sendo considerado um país menos
competitivo do que economias menos expressivas, como Panamá, Omã, Tunísia,
Chipre e Malta. Também ficou entre os últimos colocados em variáveis como
qualidade da educação (115a) e rigidez de regras trabalhistas (118o).

Para Arruda, a classificação geral do Brasil retrata as disparidades de
um país que tem de um lado um grande mercado e uma sofisticação empresarial e
financeira elevada, mas onde indicadores básicos de educação e saúde ainda são
bastante ruins, e uma infraestutura falha e o marco regulatório também emperram
os negócios.

O país teria avançado mais em competitividade nos anos recentes caso
houvesse promovido reformas em áreas como a trabalhista e a tributária, e
investido de forma mais expressiva em infraestrutura e saúde, afirmou Arruda,
que é coordenador do Núcleo de Inovação e Competitividade da Fundação Dom
Cabral.

'O Brasil avançou, mas fica no mesmo lugar', afirmou, acrescentando que,
apesar do grande mercado, o país ainda é um 'lugar difícil' para as empresas.

Outro ranking de competitividade preparado pela Fundação Dom Cabral no
primeiro semestre deste ano, em parceria com o International Institute for
Management Development, mostrou uma queda da classificação do Brasil.

As duas sondagens têm diferenças de metodologias e, na primeira
pesquisa, pesou contra o Brasil uma queda da produtividade no trabalho
--resultante do fato de o emprego ter crescido mais do que o Produto Interno
Bruto (PIB) no período analisado. Essa variável não é levada em conta no
ranking do Fórum Econômico Mundial.

Na pesquisa divulgada esta semana, o Brasil teve a piora mais expressiva
na variável 'estabilidade macroeconômica', que passou da 111a para a 115a
posição. Nesse caso, o fator determinante foi uma mudança de metodologia,
porque a pesquisa passou a considerar nas estatísticas fiscais do país o
endividamento dos Estados e municípios, o que não ocorria até então.

Também pesa contra o Brasil o spread bancário --diferença entre o custo
de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada nos empréstimos aos
consumidores--, variável em que ficou na 136a posição, mesma colocação do nível
anterior.



 

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