Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Caderneta de poupança virou péssimo negócio

Com a taxa básica de juros em 12% ao ano, correntistas dos principais bancos brasileiros possuem opções bem melhores de investimento com baixo risco

 

Sede do Banco Central, em Brasília

Banco Central: com aumento da Selic, poupança virou carta fora do baralho

 

 

São Paulo – A caderneta de poupança tem uma enorme importância econômica e social no Brasil. A aplicação é a principal fonte de financiamento para dois importantes setores da economia, o imobiliário e o agropecuário. A maior parte dos 384 bilhões de reais depositados em poupança nos bancos brasileiros precisam obrigatoriamente ser utilizados para a concessão de financiamentos à compra ou construção de imóveis ou à produção agrícola. Investimento mais popular do Brasil, a caderneta também é relevante por ser o único meio de poupança de dezenas de milhões de brasileiros.

 

Para o investidor que está mais preocupado com a rentabilidade da carteira, entretanto, nada disso importa. O fato é que a poupança se transformou em um péssimo investimento neste momento porque há outras opções de baixo risco que oferecem melhor rentabilidade. Quem escolhe a caderneta recebe um retorno anual de 6,17% mais TR (taxa referencial). O investidor não conhece o valor da TR quando aplica o dinheiro – trata-se de uma taxa pós-fixada calculada a partir de uma fórmula definida pelo Banco Central. Considerando a TR de 0,86% da última quarta-feira (27/04), o retorno anual da poupança seria equivalente a 7,08%. Esse percentual vai todo para o bolso do aplicador, já que ele não precisa pagar taxa de administração ao banco e está, por lei, isento de Imposto de Renda.

 

Apesar dos incentivos, o rendimento líquido anual de 7,08% é inferior ao de diversas aplicações. Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de cinco dos principais bancos brasileiros, por exemplo, batem esse percentual – ainda que a comparação entre as duas aplicações não seja tão simples. Em troca de um depósito a prazo de 1.000 reais com um prazo inferior a seis meses, o investidor conseguiria obter um ganho de ao menos 80% do CDI – ou o equivalente a 9,43% ao ano (veja a tabela abaixo).

 

 

O que dificulta a comparação com a poupança é que esse percentual não chega integralmente ao bolso do investidor. O Imposto de Renda come entre 15% e 22,5% dos ganhos, dependendo do prazo da aplicação (conforme a tabela abaixo). O importante é que, mesmo se tiver de arcar com a maior alíquota de IR, o investidor ainda sai ganhando se optar pelo CDB. Alguns investidores já perceberam isso, e a poupança deve ter neste ano o primeiro ano de captação líquida negativa desde 2005, segundo apontam os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central.

 

 

 

O CDB e os fundos de renda fixa também têm uma vantagem importante sobre a poupança: a liquidez diária. "A caderneta até permite resgates em qualquer dia, mas o investimento só recebe o rendimento no dia do aniversário", diz Sinara Polycarpo Figueiredo, superintendente de investimentos do Santander. "Já os fundos e o CDB pagam a rentabilidade parcial do mês." Ela também dá outra dica importante aos investidores. Em geral, os bancos publicam em seus sites a tabela de remuneração padrão para os CDBs. No entanto, correntistas que sejam clientes de determinado banco há muito tempo ou que possuam outras aplicações financeiras na mesma instituição geralmente conseguem taxas melhores se telefonarem para o gerente e requisitarem a remuneração maior.

O risco de CDBs e da poupança é o mesmo: o de o banco quebrar. Nesse caso, o Fundo Garantidor de Crédito garante que o poupador receberá seu dinheiro de volta até um limite de 70.000 reais. Vale lembrar que esse é total a ser restituído por pessoa. Se alguém tiver 70.000 reais depositado em conta corrente, 70.000 reais em caderneta de poupança e outros 70.000 reais em CDB, só terá um terço de seu patrimônio garantido. O restante será recebido de volta apenas após a liquidação dos créditos do banco – o que vai demorar e ainda implicará em perdas financeiras. Por esse motivo, especialistas recomendam investir em poupança ou CDB somente em bancos com histórico de solidez ou então respeitar o limite de 70.000 reais em capital garantido.

 

 

 

Selic

Por trás da perda de competitividade da caderneta de poupança, está o aumento das taxas de juros no Brasil para conter a inflação. Em sua última reunião, realizada na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a Selic para 12% ao ano e sinalizou que novas altas deverão ser anunciadas nos próximos meses. A expectativa da maioria dos analistas é de que os juros subam para até 13%. Se isso realmente acontecer, a vantagem de fundos e CDBs será ainda maior porque a Selic tem uma influência positiva sobre a remuneração desses produtos.

 

Dentro da indústria de fundos, a opção que mais se assemelha à caderneta de poupança em termos de risco são aqueles classificados como referenciados DI. Esses fundos investem apenas em contratos futuros de juros DI, títulos do governo brasileiro e debêntures de empresas de primeira linha – ou seja, aplicações de baixíssimo risco. Os fundos não possuem garantias do Fundo Garantidor de Crédito em caso de quebra de banco, mas o investidor não precisa se preocupar. Se a saúde do banco estiver em jogo, os quotistas do fundo podem se reunir e aprovar a transferência da administração para outra instituição financeira.

 

Os fundos DI têm como meta atingir uma rentabilidade bruta igual ao CDI (juro médio de mercado), que hoje é equivalente a 11,79% ao ano. O problema é que esse retorno não chega integralmente ao bolso do investidor. O primeiro desconto é feito pelo banco, que cobra taxa de administração sobre o total de dinheiro aplicado no fundo. Como a gestão de fundos DI é relativamente simples, mesmo o pequeno investidor deve evitar aplicações com taxa de administração superior a 2%. A tabela abaixo mostra que, entre cinco dos maiores bancos brasileiros, somente os correntistas do Banco do Brasil e os do Bradesco que tirarem dinheiro da poupança e depositarem recursos no fundo DI Safira poderão perder com essa movimentação – isso considerando o pior cenário de IR e se o BC surpreender o mercado e parar de elevar a Selic.

 

 

 

 

Tesouro Direto

Ainda dentro do universo de investimentos de risco moderado, há boas opções para quem possui um pouco mais de conhecimento e educação financeira. Os fundos de renda fixa são uma delas. Na média, esses produtos acumulam uma rentabilidade de 3,80% neste ano – contra 3,54% dos referencidados DI. É importante o investidor notar que essa é a rentabilidade média das duas aplicações. Como os fundos de renda fixa compram títulos de crédito um pouco mais arriscados, é provável que alguns deles tenham registrado uma rentabilidade inferior ao dos fundos DI. Ganhará mais dinheiro, portanto, somente quem for capaz de selecionar bons gestores ou tiver sorte.

 

Outra opção que exige um pouco mais de sofisticação por parte do investidor é o Tesouro Direto. Por meio dessa ferramenta, o governo vende títulos públicos diretamente ao investidor. O ganho com os papéis também está sujeito à incidência de Imposto de Renda. A vantagem do investidor é não ter de arcar com a taxa de administração cobrada pelo banco (veja a tabela de rentabilidades abaixo.

 

 

 

Por outro lado, o investidor terá de abrir uma conta em uma corretora independente ou pedir para o banco em que tem conta corrente autorização para utilizar o home broker. Além disso, também pode ser necessário arcar com uma taxa de custódia dos títulos públicos comprados. Corretoras como Banif, Socopa e Spinelli concedem ao cliente isenção de taxa de custódia. Já a corretora TOV cobra a maior taxa do mercado, de 1% ao ano.

Nesse caso, diz Sinara, do Santander, pode ser interessante para o investidor continuar com os recursos investidos no próprio banco. Para quem possui mais de 30.000 reais para aplicar ou então planeja deixar o dinheiro investido por 1.080 dias ou mais, o Santander tem fundos DI que cobram 1% de taxa de administração ou CDBs que pagam 100% do CDI. As condições, portanto, são semelhantes às de quem decide comprar LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos com taxas pós-fixadas que acompanham a Selic) pelo Tesouro Direto. A vantagem do investidor que fica no banco é que a liquidez dos fundos é diária. Já no Tesouro Direto, é necessário esperar os leilões de recompra realizados todas as quartas-feiras para se desfazer de um papel.

 

 

 

FONTE: http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/renda-fixa/noticias/cadernet...

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