Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Desmistificando a Contagem de Fios – TC (Thread Count)

No mercado de lençóis fala-se muito em 250, 350, 400 e até 1000 fios como sinônimo de qualidade pelo conforto e maciez que os artigos com mais fios proporcionaria.

Mas o que é TC (Thread Count) ?   Tecnicamente falando é a soma dos fios de urdume e de trama em uma polegada quadrada. 

Como pode a quantidade de fios (TC) influenciar na qualidade de um tecido ?
Quanto maior a quantidade de fios por polegada quadrada mais finos serão os fios proporcionando maior maciez e conforto.

Existem artigos com mais de 600  fios ?
Teoricamente não, vejamos o exemplo abaixo:
Densidades: 320 x 280 – Títulos urdume e trama 100/1 s

 

O tecido acima seria um tecido com 600 fios, mas os fios ocupam mais de 100% do espaço de
 uma polegada quadrada.

Artifício de má fé utilizado pelos fabricantes
Utilizam fios retorcidos e multiplicam o número de cabos pela densidade criando um falso cálculo de TC. Vejam o exemplo de uma especificação que pesquisei na internet de um fabricante oferecendo tecidos com até 1000 fios:

        175 X 146 / 4 / 120s X 2 / 120s / 120" - 1000 TC

      Esta especificação seria:

      Densidade e título de urdume: 175 fios/polegada e fio  120/4

      Densidade e título de trama: 146 batidas/polegada e fio 120/2

      175 x 4 cabos = 700

      146 x 2 cabos = 292

      A soma nem chega a 1000 (992).

     Vendem gato por lebre!

Exibições: 6172

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de Fernando Antonio Lima em 31 janeiro 2011 às 9:53
Para esclarecer definitivamente qualquer dúvida sobre o assunto que não é tão novo assim, segue link de correspondência da FTC (Federal Trade Commission) datada de 2005 à National Textile Asociation sobre o assunto e citando a norma ASTM 3375-03a que regula o assunto em sua seção 9.1.4 "Count individual warp yarns (ends) and filling yarns (picks) as single units regardless of whether they are comprised of single or plied components"
 
Abraço a todos
Comentário de Sam de Mattos em 30 janeiro 2011 às 22:26
Obrigado pela educacao Fabricio: Foi mandada bem clara, "Idioy {roof!" Rs Rs Rs, Sam
Comentário de Fernando Antonio Lima em 29 janeiro 2011 às 19:13
Fabrício, muito bem colocada sua explanação sobre a microfibra. É através deste canal que podemos desmisticar algumas lendas! rs.
Comentário de Fabrício Leite em 29 janeiro 2011 às 18:15

Luiz,

 

Segue abaixo uma rápida explanação sobre Microfibras e é claro ao vendedor da loja eu sempre gosto de perguntar: - é microfibra do que? Poliéster, Poliamida, etc... 

 

1)     Em fios de poliéster texturizado, quando o DPF (denier por filamento) for maior que 2 e menor que 5, o efeito gerado pela diferença de filamentagem cai para segundo plano, ou seja, fica praticamente imperceptível qualquer diferença no fio.

 

  • Exemplo: os fios 150/48, 150/44, 150/42, 150/40, 150/36, 150/34 apresentam a mesma performance; veja abaixo:

 

Cálculo de DPF:

 

150/48 = 150÷48 = 3,125

 

150/44 = 150÷44= 3,409

 

150/42 = 150÷42= 3,571

 

150/40 = 150÷40= 3,75

 

150/36 150÷36 = 4,167

 

150/34 150÷34 = 4,412

 

Nesse caso temos o DPF variando de 3,125 até 4,412 ou seja, dentro do intervalo entre 2 e 5; na prática vemos que não detectamos diferença de aparência e de performance entre os fios 150/34 e 150/48, justamente devido ao fato do DPF estar dentro desse intervalo.

 

O mesmo raciocínio pode ser usado no título 300; veja abaixo:

 

300/96 = 2x150/48 = 3,125

 

300/72 = 2x150/36 = 4,167

 

Portanto temos os DPF’s dentro do intervalo de 2 a 5.

 

2)     A titulagem passa a ser bastante sensível no poliéster texturizado principalmente com DPF abaixo de 1, ou seja, no caso das microfibras; veja abaixo:

 

75/96 = 75÷108 = 0,781

 

75/144 = 75÷144 = 0,521

 

Nesse caso a percepção de diferença entre os fios é nítida

 

3)     Apesar de não ser muito comum, também há casos de DPF acima de 5; nesse caso também nota-se uma diferença significativa nos fios; veja a seguir:

 

150/24 = 150÷24 = 6,25

 

150/18 = 150÷18 = 8,333

 

Esse fios vão chegando muito próximos ao aspecto de monofilamento e por isso as diferenças também são perceptíveis.

 

4)     Quando o DPF varia entre 1 e 2 no poliéster texturizado, conseguimos notar diferenças no fio, porém em muitas vezes o cliente prefere não utilizar o fio mais filamentado alegando que o ganho de toque não justifica o aumento de preço, a saber:

 

150/96 = 150÷96 = 1,562

 

150/108 = 150÷108 = 1,389

 

150/144 = 150÷144 = 1,042

 

Veja que a venda do fio 150/96 é muito maior que a do 150/144, já que o cliente alega perceber pouca diferença entre os fios e por isso acaba optando pelo mais barato.

Abraços

Comentário de Fabrício Leite em 29 janeiro 2011 às 18:05

Pois é meu amigo Miranda,

Tenho um cliente que perdeu um grande parceiro para a concorrência justamente pelo comprador mencionar que o tecido apresentava mais fios e era de melhor qualidade. Na realidade o tecido era igual mais tinha o charme de XXX fios. E olha que estou falando de um produto destinado a massa. O famoso lençol de poliéster com algodão. Meu cliente então explicou tudo ao comprador que mesmo assim continuou comprando com o concorrente.

Resumo da ópera: Ele utilizava o fio 150/48 no urdume e na trama o  16/1. Só para este cliente que era importante passou a utilizar o 75/36 com passamento duplo no urdume e o 30/2.

Fantástico não!! dobrou o número de fios!!! rsrsrs..

e não perdeu o cliente!!

Comentário de António Manuel Miranda em 29 janeiro 2011 às 13:21

Caro Fernando,

Parabenizo-o pelos dados informados e pela coragem  em transmiti-los.
De fato há muita fantasia mal intencionada quanto ao nr. de fios/pol. quadrada, e que vem iludindo muito consumidor. Principalmente quando de trata de percal.
Se formos, então, falarmos de 1.000 fios parece coisa de David Cooperfield. Chegam a adotar a estratégia de fios duplos e uma alta densidade do urdume e até contrução cetim, que foge totalmente da idéia de percal.
Em resumo, uma construção de 220 fios, bem equilibrada com densidades próximas entre trama e urdume e com um ne 40/1 de qualidade - sem esquecer de um bom beneficiamento claro- teremos um excelente percal e, por experiência, superior aos "400 fios ou 1.000 fio mágicos".

Comentário de Fabrício Leite em 29 janeiro 2011 às 9:30

Parabéns!!! Isso me faz lembrar outra lenda, ou melhor argumentação de venda no varejo têxtil. A microfibra...

- Este tecido de microfibra é impecável!! excelente caimento, toque e maciez insuperáveis...rsrs

Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2011 às 1:01

Obrigado por me educar, Fernando. O inferno deve esta cheio de gente de MARKETING - rs rs rs,

Sam

Comentário de Fernando Antonio Lima em 28 janeiro 2011 às 20:33
´Sam, faltou complementar:
Fio mais fino disponível em algodão: 140/1
Teoricamente, porque bater um tecido com 335 tramas/polegadas o custo seria muito alto.
Comentário de Fernando Antonio Lima em 28 janeiro 2011 às 20:29
Sam, boa noite!
Considerando que o fio mais fino disponível no mercado teoricamente seria a estrutura abaixo com 670 TC:

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço