Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Economia mais lenta vai reduzir arrecadação

Por : estadao

A estratégia de esfriamento da economia adotada pelo governo desde o fim do ano passado tem seu mérito ao reduzir gradativamente a inflação. Um efeito colateral, no entanto, começará a respingar em breve no caixa do Tesouro Nacional. Com a economia mais lenta, a arrecadação de impostos deverá cair nos próximos meses, o que coloca obstáculos para o fechamento das contas públicas em 2012.

No fim de 2010, o governo entrou em campo para segurar a inflação. Para isso, restringiu o crédito e, em janeiro deste ano, deu início ao ciclo de aumento dos juros. O efeito da ação já está nas ruas: o emprego formal não cresce mais de forma tão pulsante, montadoras adiantaram férias coletivas para esvaziar estoques e até o mercado imobiliário dá sinais de desaceleração.

Além disso, o mundo atravessa uma das mais graves crises financeiras em décadas, o que também prejudica as exportações brasileiras. Nos próximos meses, esse efeito chegará às contas do governo.

Tudo indica que agosto será o início de uma transição. Após meses de exuberância, a economia em velocidade menor deverá encolher os números da Receita Federal. Nem mesmo o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) deverá ser suficiente para anular o efeito da atividade mais lenta.

O governo sabe que os recentes números de arrecadação de impostos não são referência para os próximos meses porque foram 'pontos fora da curva'. Ingressos extraordinários de dinheiro, como o pagamento de R$ 5,8 bilhões feito pela Vale após perder uma disputa judicial, contribuíram para a engorda dos números do Fisco.

Com menos reais em caixa, o governo precisará reagir. E isso acontece exatamente em um momento em que o mesmo governo deverá gastar mais.

Mesmo antes do novo ano, as despesas de 2012 já começam bem mais elevadas graças ao salário mínimo. Pelas regras atuais, esse valor é atualizar por uma fórmula que inclui a inflação do ano anterior somada ao crescimento da economia de dois anos antes. Por essa conta, o salário mínimo deverá aumentar de 13% a 14% no ano que vem, o que atinge especialmente as contas da Previdência Social. Além disso, o próprio governo já deu sinais de que deve aumentar o ritmo de despesas nos próximos meses.

Ontem, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu que o ritmo dos investimentos em 2011 tem sido 'insatisfatório'. Diante do quadro, prometeu que desembolsos devem ganhar velocidade no segundo semestre.

'Por enquanto, ainda temos alguma gordura nas contas. Mesmo se continuarmos com essa folga, ela vai ser insuficiente para fazer frente ao aumento dos gastos nos próximos meses. De alguma forma, o governo vai ter de responder', pondera o analista da Tendências Consultoria, Felipe Salto.

 

Exibições: 43

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço