Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

“Nós somos hoje um dos únicos países do mundo que estamos preocupados com nossa identidade”. A afirmação é do estilista Walter Rodrigues, que participa, a partir desta quarta-feira, dia 10, da oitava edição do Inspiramais, evento de palestras, negócios e oficinas de criação da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos). Realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, ele apresenta aos fabricantes as novidades em componentes de produção para o setor.

Walter Rodrigues Inspiramais (Foto: divulgação)

Walter Rodrigues coordena o Fórum de Inspirações (Foto: divulgação)

“Nós somos hoje um dos únicos países do mundo que estamos preocupados com nossa identidade”. A afirmação é do estilista Walter Rodrigues, que participa, a partir desta quarta-feira, dia 10, da oitava edição do Inspiramais, evento de palestras, negócios e oficinas de criação da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos). Realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, ele apresenta aos fabricantes as novidades em componentes de produção para o setor.
 

“O Made in Italy, o Made in France já estão muito consolidados e já são reconhecidos. A gente ainda está iniciando essa discussão para a construção da marca Made in Brazil”, diz ele. Desde 2005 como coordenador do Fórum de Inspirações, um laboratório de design que funciona como fio condutor para o evento Inspiramais, Rodrigues acompanha cotidianamente como a moda brasileira é vista hoje e como os produtores buscam dar mais identidade ao material produzido aqui. "O Fórum tem uma plataforma muito mais de transferência de informação e conteúdo que comercial", diz.


O projeto existe desde 2000, quando indústrias americanas transferiram suas produções para a China. Para influenciar a indústria brasileira e seus empresários com a importância de criar componentes inovadores e não apenas uma cópia, foi criado o laboratório.


“Hoje exportamos uma menor quantidade de calçados, porém de maior valor que em 2000. Há um valor percebido maior em relação ao que era feito”, diz Rodrigues, ressaltando que a exportação de sapatos e bolsas é maior que a de roupas.

 


O evento, que existe há quatro anos e é realizado a cada seis meses, é voltado a compradores da América Latina, Europa e Estados Unidos, além de profissionais de mais de cinco mil empresas de todo o país. Confira a entrevista com o estilista:

 

Como é feito o trabalho com o fórum?
Ele dá o caminho do que vai acontecer no Inspiramais. Ele tem como obrigação e como meta fazer com que as empresas e pólos brasileiros de moda que visitamos (19 de couro e calçados e cinco de têxtil) possam criar produtos com originalidade e com uma “cara de Brasil”. Buscamos informar, trocar informações e conteúdo para que a gente possa ter no mercado um produto que tenha alma, um sentido – e não uma cópia pela cópia. Criamos uma metodologia e estrutura para entrar nas empresas. Ao todo, são 100 empresas que recebem informação e a visita de consultores para criarem seis produtos a cada estação – os quais são expostos no salão. Quando o salão está pronto, ele tem 600 produtos novos a cada estação. São componentes que vão desde solados e enfeites a materiais técnicos, como colas e pigmentos. É um processo enorme e muito interessante.


Em que medida ele se assemelha às grandes feiras de moda europeias, por exemplo?
Temos alguma similaridade, sim, com esses salões que buscam inovar na questão dos materiais, das cores, da tecnologia que a gente já dispõe hoje no Brasil para criar produtos interessantes para a construção de coleções, mas a gente é muito despretensioso. Não consigo imaginar ninguém que participa do Inspiramais tentando achar uma comparação. O que estamos tentando fazer é que os empresários, principalmente os que estão ainda anteriores à criação do produto, percebam o que vai inspirar os designers, o que eles vão procurar.


Seria como um laboratório de tendências?
Tendências é uma palavra que deixa a gente arrepiado, na realidade. Acreditamos que temos que inspirar as pessoas e não conduzir que nem gado. Tendência conduz as pessoas que nem gado. Inspiração, não. Você trabalha o pensamento das pessoas e faz com que elas possam refletir sobre as coisas. A gente prefere dizer que o núcleo de design é o gerador de conteúdo das coleções.

A visão dos jornalistas estrangeiros já mudou?
Temos conseguido um resultado bem bacana dos jornalistas internacionais. Não temos nenhuma presunção de posar de desbravadores, mas estamos fazendo um trabalho consistente, constante e com carinho. Então, duas vezes por ano você pode perceber as mudanças e a integração do pensamento sem ser folclórico ou caricato do Brasil, mas ao mesmo tempo muito forte com a questão de onde as pessoas vivem.
É muito legal, pois como não trabalhamos com produto finalizado, mas sim com o que a gente pode chamar “insumo”, conseguimos influenciar essa identidade. É lógico que na estrutura da roupa, na estrutura do sapato ou da bolsa, muitas vezes as pessoas se baseiam nas tendências e copiam mesmo. Mas nos produtos como couro, laminado sintético, tecidos, solados, toda essa gama de componentes de moda, a gente consegue ter isso, já conseguimos fazer com que os produtores reflitam sobre o entorno que a gente vive, a riqueza natural, para que levem essa identidade local.

inspiramais (Foto: divulgação)

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