Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresários da área têxtil temem fim do setor no Brasil

Um estudo que apontou que a carga tributária que incide sobre o produto nacional frente ao chinês é quase três vezes maior.

A indústria têxtil da região de Campinas teme que em quatro ou cinco anos o setor praticamente desapareça no País. A previsão, um tanto quanto fatalista se baseia nas diferenças competitivas entre a produção nacional e as peças importadas da China.

O Sindicato das Indústrias de Tecelagens de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d'Oeste e Sumaré (Sinditec) realizou um estudo que apontou que a carga tributária que incide sobre o produto nacional frente ao chinês é quase três vezes maior. O resultado desse descompasso se traduz em fechamento de fábricas e confecções e perda de empregos.

A direção do Sinditec estimou que o setor encerrará o ano com um total de 3 mil demissões na área do polo têxtil de Americana. O aumento do volume de importação de tecidos e peças prontas influência o desempenho de toda a cadeia.

Vários elos sofrem com a concorrência direta dos chineses e outros com a queda das encomendas dos clientes brasileiros. A região tem mais de 600 empresas na cadeia têxtil e o Brasil é o 4º maior produtor da indústria de confecção e 5º na área têxtil no mundo.

O estudo do Sinditec mostrou que a carga tributária representa 59,8% da produção, por exemplo, de uma camisa. Os dados são referentes ao período de 2005 a 2009.  “Isso quer dizer que, se a camisa custa R$ 100,00, só de impostos são pagos quase R$ 60,00”, comentou o diretor de Assuntos Econômicos da entidade, Leonardo José de Sant'Ana.

Ele disse que os dados se baseiam em fontes oficiais como a Receita Federal e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O representante do setor afirmou que na produção chinesa os impostos equivalem a R$ 20,50. “Os produtos chineses custam para os importadores brasileiros R$ 54,67. Por absurdo que pareça, o valor fica abaixo do que pagamos de impostos”, comparou.

Sant'Ana salientou que o setor prevê que daque a quatro ou cinco anos a cadeia produtiva pode ficar muito reduzida e corre o risco de se transformar em apenas um traço na produção nacional.

“A cadeia com os empregos diretos e indiretos soma 8 milhões de pessoas no Brasil. Todos esses empregos estão ameaçados pela concorrência desleal e pela demora do governo em agir para evitar o esfacelamento da indústria têxtil brasileira”, criticou.

Ele afirmou que a guerra fiscal dos portos piora a situação da diferença de custo entre as importações e a produção nacional. “Os cálculos da nossa pesquisa tomam por base as importações pelo Porto de Santos. Há outros portos cujo ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre as importações é de apenas 3%”, comentou.

Ele defendeu que o governo estabeleça medidas que protejam a indústria nacional. “O governo poderia elevar o imposto de importação. Outra sugestão seria definir que sobre as importações incida 35% de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Essas propostas poderiam equalizar a carga tributária e tornar a concorrência mais justa”, disse.

Sant'Ana comentou que a China também tem agido de forma a fomentar a guerra cambial que a beneficia nas exportações de seus produtos. “O Brasil precisa agir, caso contrário sofreremos como os Estados Unidos que perderam a indústria têxtil. A velocidade da redução do número de indústrias e empregos é muito rápida”, disse.

FONTE: AGÊNCIA ANHANGUERA

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Comentário de luis carlos em 21 novembro 2011 às 7:26

Bom acho que se começarmos a  mudar um pouco a mentalidade ,de que o que plantamos de algodao tem que ser vendido para nossas empresas com o preço internacional ,esta e muito ajudando para enterrar as fiaçoes . Nao entendo se ganhao tantos insentivos para plantar porque nao vendem tbm com um preço justo para nossas fiaçoes, porque tem que ser o preço internacional da bolsa enquanto tem altos lucros o textil no Brasil morre,precos dignos e50% dos problemas estariao resolvidos

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