Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Falta de Competitividade x Estratégia Oceano Azul

"Insistir em jogar a culpa no jogo desleal dos chineses, na guerra cambial provocada pelos países ricos ou nas políticas protecionistas de algumas dezenas de países é tapar o sol com a peneira e ignorar a natureza estrutural dessa encrenca.” IPEA

Em artigo recente, o jornalista Celso Ming, escreveu sobre a "falta de competitividade", ou seja, que a indústria brasileira não é competitiva.

Muitas podem ser as razões e os motivos, mas atualmente muitos preferem encontrar um culpado, ao invés de pensar novos processos e soluções que tornem suas respectivas empresas e setores, como a indústria têxtil brasileira, por exemplo, mais competitiva.

O culpado vem sendo "a China", atual fábrica do mundo, mas que já está fazendo movimentos rumo ao futuro, que muitos ainda teimam em não enxergar.

Dias atrás, em visita aos Estados Unidos da América, o vice-presidente Xi Jinping, e provável futuro presidente da China, recebido pelo presidente Barack Obama, fez o que é de praxe; "ouviu muito e falou pouco", escreve Cyro Andrade para o Valor Econômico.

Enquanto, americanos (e o mundo) se queixam do "yuan" sobrevalorizado, ficou evidente que o desconforto não era do visitante e sim do visitado. Um sorriso ou outro para as fotos, mas a expressão "poker face", como dizem os americanos, prevaleceu.

Em relatório preparado por especialistas em Ásia para o Serviço de Pesquisa do Congresso americano, pode-se ler em princípio que a China é um Estado de partido único, conduzido pelo Partido Comunista desde 1949. "Mas, ao invés de ser rigidamente hierárquico e autoritário, como freqüentemente se supõe, o poder político na China é difuso, complexo e às vezes altamente competitivo", afirma Andrade no Valor.

Em livro que acaba de publicar ("Demystifying the Chinese Economy"), o economista-chefe do Banco Mundial, Justin Yifu Lin, explica que "a base do êxito chinês contemporâneo está no fato de que os formuladores de políticas estimularam a economia a evoluir na direção de sua vantagem comparativa dinâmica".

Mas enquanto muitos livros e papers acadêmicos são escritos sobre a China atual e do futuro, o país simplesmente avança e poucos empresários e profissionais do mundo corporativo internacional, entendem. Por isso, é melhor fazer a lição de casa, enquanto ainda tem-se algum tempo para o próximo movimento asiático entrar em cena.

E o Brasil?

"Enquanto isso, a queda acentuada na participação da indústria no PIB (de 30%, em 1980; para perto de 17%, em 2011); a derrubada das exportações de manufaturados (de 57%, em 1998; para 36%, em 2011); mais do que isso, a redução de volume (quantum) de manufaturados exportados e a perda de espaço nesse quesito em âmbito mundial; e a forte entrada de produtos industrializados – demonstram sobejamente que a indústria brasileira não é competitiva", escreve Celso Ming.

E ainda acrescenta "primeiramente, é preciso reconhecer com todas as letras que, com raras exceções, a indústria brasileira não tem competitividade. Ou, nos termos do Ipea, "enfrenta sérios problemas sistêmicos de competitividade". Insistir em jogar a culpa no jogo desleal dos chineses, na guerra cambial provocada pelos países ricos ou nas políticas protecionistas de algumas dezenas de países é tapar o sol com a peneira e ignorar a natureza estrutural dessa encrenca", avança Ming.

A estratégia do oceano azul

Para sair deste dilema é preciso pensar na proposta de Kim e Mauborgne (2005), chamada "a estratégia do oceano azul".

Os autores afirmam que esta estratégia desafia as empresas a transpor as barreiras do oceano vermelho da competição sangrenta, mediante à criação de espaços de mercado inexplorados que tornem a concorrência irrelevante. E continuam "em vez de retalhar a demanda existente – não raro em processo de encolhimento – e de copiar os concorrentes, a estratégia do oceano azul se concentra em aumentar a demanda e em romper as fronteiras da competição em curso.

Foram mais de 15 anos de pesquisa, para resultar nesta proposta e livro. E para analisar se sua empresa é competitiva, basta ver em qual oceano ela está navegando.

Nos oceanos vermelhos, as fronteiras setoriais são definidas e aceitas, e as regras competitivas do jogo são conhecidas. Aqui, as empresas tentam superar suas rivais para abocanhar maior fatia da demanda existente. À medida que o espaço de mercado fica cada vez mais apinhado, as perspectivas de lucro e de crescimento ficam cada vez menores. Os produtos se transformam em commodities e a "briga de foice" ensangüenta as águas, dando origem aos oceanos vermelhos, dizem Kim e Mauborgne (2005).

Por sua vez, os oceanos azuis, em contraste, se caracterizam por espaços de mercado inexplorados, pela criação da demanda e pelo crescimento altamente lucrativo. Embora alguns oceanos azuis sejam desbravados bem além das atuais fronteiras setoriais, a maioria se desenvolve dentro dos oceanos vermelhos, mediante a expansão das fronteiras setoriais vigentes. Nos oceanos azuis a competição é irrelevante, pois as regras do jogo ainda não estão definidas, afirmam os autores.

Mas afinal, em que oceano, sua empresa está navegando? Vermelho ou azul?

Bom trabalho, boa sorte e até a próxima.

Fonte:http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/falta-de-compe...

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Comentário de Julio Caetano H. B. C. em 5 março 2012 às 5:14

Na China ainda não funciona o que a OMC entende e denomina como ECONOMIA DE MERCADO, portanto não é possível competir com eles de braços abertos. (somente o ex presidente Lula, sabichão, reconheceu)  

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