Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Países Reforçam Defesa Comercial Contra Importação da China - Um Pesadelo Para a Defesa Comercial

Deter produtos chineses passou a ser uma tarefa global, mas cada vez mais difícil, a julgar pela reunião anual dos chefes de defesa comercial dos 40 principais países membros da Organização Mundial do Comercio (OMC), semana passada em Genebra. Todos dizem enfrentar problemas parecidos: importações procedentes da China criando crescentes problemas às indústrias domésticas, ao mesmo tempo em que os atuais instrumentos de defesa comercial - sobretaxas antidumping, antissubsídios e salvaguardas - são insuficientes para lidar com a situação.

Para Felipe Hees, chefe do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o desafio no Brasil "é idêntico ao que outros países estao enfrentando. A China é a principal fonte de preocupação''.

De acordo com dados recentes da OMC, de 68 novas investigações antidumping abertas globalmente no primeiro semestre de 2011, 21 visavam produtos chineses. No Brasil, 14 das 53 novas petições de investigações antidumping são contra os chineses, e 33 das 89 sobretaxas em vigor também atingem bens originários da China.

As autoridades de defesa comercial admitem que, enquanto técnicos gastam dez meses investigando se uma importação de xícaras chinesas tem preço "deslealmente" baixo, dezenas de outros produtos produzidos na China continuam entrando em volumes enormes e com preço baixo em diferentes mercados, quase aniquilando setores da indústria local.

Durante a reunião, os representantes apontaram três tendências crescentes no comércio mundial. Primeiro, mais países aceleram as reformas nas legislações de defesa comercial, para "apertar os parafusos'' e fechar lacunas, além de equipar os órgãos de investigação.

Os participantes questionaram o Brasil sobre a nova legislação antidumping que o país deve anunciar em breve. Hees deu o exemplo da adoção de "determinações preliminares obrigatórias". Isso significa que o Brasil passará a aplicar sobretaxa provisória durante as investigações de antidumping para proteger mais rapidamente o setor ameaçado pela importação suspeita de preço desleal.

A segunda tendência indica que mais países estão se concentrando no combate à fraude de origem - caso do produto chinês que, depois de sobretaxado, tenta entrar nos mercados como "made in Hong Kong" - e no combate à circunvenção - a passagem da mercadoria por terceiros países.

A terceira tendência apontada mostra que, apesar de insuficientes, os instrumentos atuais de defesa comercial são cada vez mais contestados em disputas na OMC, por causa do uso abusivo.

O próprio conceito de produto chinês começa a ficar irrelevante com a expansão das cadeias globais de produção, salientou o representante de Pequim, abordando um tema que deve ser aprofundado. Apesar disso, com a percepção de que há um perigo vindo sobretudo da China, serão necessários novos instrumentos, já que as regras negociadas durante dez anos na não concluída Rodada Doha estão hoje defasadas.

Uma regra de antidumping cambial, como o Brasil propôs, para reagir à importação turbinada por manipulação da divisa, faz lentamente seu caminho na cabeça dos negociadores. A questão cambial será examinada no fim do mês pela OMC em seminário promovido pela entidade.

Fonte:|http://www.valor.com.br/brasil/2554366/paises-reforcam-defesa-comer...

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Comentário de julio cesar de souza em 5 março 2012 às 19:58

A China já percebeu que sua investida selvagem no ocidente

pode trazer-lhe problemas políticos e comerciais e seu chefe

supremo já avalia uma redução no  crescimento e vai ficar na

casa dos "SÓ" 7,5%. Logo conclui-se que a China vai reduzir

suas exportações para os países com maior capacidade de

fiscalização, que não é o nosso caso. Vai crescer 7,5% nas

nossas costas. Será que a China, seguindo o modelo U.S.A.,

vai lançar um novo modelo de relacionamento econômico, o

"COMUNISMO SELVAGEM"??? 

Comentário de Julio Caetano H. B. C. em 5 março 2012 às 16:14

O Brasil está em 10º lugar na quantidade de investigações contra a China; prova que não somos os únicos a reclamar nem a apertar o governo por ações mais rápidas e eficazes. Os chineses são mestres em buscar meios de fazerem seus objetivos alcançarem êxito, há mais de 30 anos. O mundo Ocidental não sabe como detê-los, pois buscam normas, regras e leis, enquanto que eles NÃO SÃO ECONOMIA DE MERCADO. Ou lutamos com as armas dêles (executivo+legislativo+judiciário), ou depois de mortos chegarão à conclusão que nada mais é necessário fazer, pois nossas indústrias já acabaram. Os Trabalhadores entretanto, serão os primeiros a sair perdendo.

Comentário de Sam de Mattos em 5 março 2012 às 13:05

Ja eh hora. Quanto ao que ocorre no Brasil, a nossa CORRUPCAO e IMPUNIDADE sao as maiores parceiras da China.

Paremos de falar em PUNICAO. A Punicao nada vale de a JUSTICA E DESDENTADA, Corrupta, ineficiente, de modo geral ainda sem estar digitalizada e computadorizada: As penas sao frivolas, os apelos se estendem por decadas e geralmente o processo somem e desaparecem depois de alguns anos.

PAREMOS de pedir do por PUNICAO.

Nao existe punicao para os ricos e representados por bom advogados que freiam o processo judicial SINE DIE.

A nossa justica e so no papel. E para Ladrao de Galinhas. E SO PARA INGLES VER, E UMA LINDA LITERATURA DE CORDEL PARA A DIVERSAO DO HEROI BRASILERO, O Macunaima!

SdM

Comentário de Edson Baron em 5 março 2012 às 11:17

Ou seja, a tal GLOBALIZAÇÃO está transformando o mundo numa verdadeira TORRE DE BABEL: Ninguém entende ninguém,... e todo mundo tentando puxar a sardinha para o seu lado.

Como sofremos de LETARGIA CRÔNICA quando resolvermos puxar a sardinha para o nosso lado só nos sobrarão uma poucas escamas.

Comentário de Gustavo Pereira dos Santos em 5 março 2012 às 10:49

Outro dia numa entrevista, Eike Batista falou:

-"O Brasil poderia fechar suas portas à importação e viver de sua produção e riquezas próprias".

Ele só não falou que:

-O Brasil não pode fazer isto, porque o mercado interno consome uma "mixaria".

Temos que começar a valorizar nosso mercado interno!

Os Chineses estão vendendo até alho no Brasil.

Como é que pode uma coisa destas?

Comentário de julio cesar de souza em 5 março 2012 às 10:23

UMA FISCALIZAÇÃO MAIS EFICIENTE OU SEJA MENOS CORRUPTA

FAZ-SE ATO PRIORITÁRIO ÀS ADMINISTRAÇÕES DOS PAÍSES COM

RESPONSABILIDADE SOCIAL. SÓ C/ A ECONOMIA INTERNA SADIA 

O BRASIL PODERÁ PASSAR PELA CRISE INTERNACIONAL INTACTO.

E ECONOMIA INTERNA = EMPREGO + CONSUMO.

VEJO QUE O PILAR DE SUSTENTAÇÃO DE QUALQUER SOCIEDADE

HUMANA É O TRIPÉ EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA E PROMOVER

A SEGURANÇA É "FISCALIZAR"....ATO DE SEGURANÇA NACIONAL, LOGO,

QUEM CORROMPE(CORRUPTOR E CORRUPTO) ESTE ATO COMETE O CRIME 

TRAIÇÃO.


Comentário de Eduardo Ferreira Blatt em 5 março 2012 às 9:49

Já está provado que não adianta impor novas barreiras a China, pois um País que tem planejamento forte e sabe onde quer chegar, os obstáculos caem. Cabe ao Brasil cumprir uma promessa eleitoral prometida desde o tempo de Pós Getulio Vargas (sim 1950). Reforma Trabalhista (CLT), Reforma do Tributário e Reforma Fiscal. Arrumar a casa é o primeiro passo. 

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