Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fiscais cobram 'pedágio' na aduana para agilizar a entrega de mercadorias

Fiscais cobram 'pedágio' na aduana para agilizar a entrega de mercadorias

Fonte: correio braziliense

Os números recordes do comércio exterior do Brasil são festejados pelo governo e citados com pompas em meio à crise que atormenta o mundo desenvolvido. Mas, por trás desse resultado, há um velho problema: a corrupção praticada por fiscais da Receita Federal nas diversas alfândegas do país. A realidade é traduzida em poucas palavras por um dos empresários europeus que mais exportam para os consumidores brasileiros: “Se quiser liberar imediatamente os meus produtos, destinados a uma das maiores redes de supermercados do Brasil, tenho que pagar US$ 10 mil em propina. Ou é assim, ou tudo fica parado nos portos, correndo o risco de apodrecer. Mas prefiro o prejuízo a endossar essa prática revoltante”.

O descalabro é tanto que, em julho deste ano, o governo expulsou o maior número de servidores em um só mês desde 2003 por malfeitos: foram 98, dos quais oito da Receita. Nos últimos nove anos, o total de demissões e de suspensões de aposentadorias, sobretudo por corrupção, chegou a 3.297, sendo 304 por recebimento de propina. Nesse período, o Ministério da Fazenda, que controla a estrutura da Receita, teve 369 funcionários expurgados do serviço público, a maioria fiscais que deveriam dar o exemplo, mas preferiram enriquecer tirando proveito dos cargos.

Ao longo das últimas semanas, o Correio conversou com mais de uma dezena de importadores, alguns líderes nos segmentos em que atuam. Mesmo receosos com a possibilidade de sofrerem represálias, foram unânimes em afirmar que, frequentemente, são achacados em portos e aeroportos do país. Ou “molham” as mãos dos fiscais para terem um tratamento mais rápido, ou entram em uma fila de burocracia que atrasa, o máximo possível, o aval para as mercadorias serem liberadas.

Cumplicidade

Nesse subterrâneo da corrupção são favorecidos, principalmente, os empresários envolvidos com produtos que mais prejudicam a indústria brasileira, ao estimularem uma competição desleal. “Esses sabem, muito bem, como tirar proveito das facilidades oferecidas por fiscais da Receita. Os criminosos se conhecem logo”, destaca um importador. Outro empresário ressalta que o achaque nas aduanas é constante e suas repetidas negativas aos fiscais em pagar a “taxa de desembaraço” resultam na retenção de toneladas de produtos nos pátios dos portos por até três semanas.

Para os empresários rebeldes, os fiscais mal-intencionados fazem uma “leitura pessoal” de instruções federais, ou seja, usam e abusam de pontos e vírgulas das leis para mostrar que podem ser motivos de grandes transtornos e prejuízos. “Felizmente, o que vemos nas alfândegas dos portos e dos aeroportos brasileiros não reflete a realidade do povo do Brasil, que é de boa índole. Mas esse mesmo povo paga a conta imposta pelos servidores corruptos. Os custos extras que temos de arcar são embutidos nos preços e repassados aos consumidores. A imagem do país também fica arranhada”, desabafa um importador do setor de veículos.


Apetite importador

O Brasil está na lista dos países do mundo nos quais a importação mais cresce. Quase 25% dos produtos consumidores pelos brasileiros vêm de fora, devido ao dólar barato. Apenas na terceira semana de agosto, o país importou US$ 4,6 bilhões, recorde para o período. Em 2000, o país importou US$ 55,8 bilhões. No ano passado, foram US$ 127,7 bilhões.

 

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Comentário de petrúcio josé rodrigues em 31 agosto 2011 às 12:09

Companheiro Aldemir Alves,

boa tarde.

corremos o  risco de não ter o que fazer com tantos mortos. A  saída é investirmos mais  10 anos, para tornar, nossa juventude  verdadeiros  cidadãos. ai sim, saberemos  escolher pessoas  dignas  e honradas, para NOVA GESTÃO BRASIL

Comentário de adalberto oliveira martins filho em 31 agosto 2011 às 11:26

e se porventura há um erro na descrição.....vc tem como opção :

a) pagar a multa e corrigir o erro....e aí então haverá outra fiscalização para rehecagem....que será muito demorado!!! minimo de 10 dias......agora aparec outro ""probleminha""",,,,e assim vai...a novela se estica por até 3 meses!!!!!! e o custo de armazenagem + demurge...etc..etc.....

ou

b) pagar a proprina em valores similares e ter sua mercadoria liberada de imediato...3 a 4 dias!!!!!!!!!!!!!!!

Comentário de Ademir Alves da Silva em 31 agosto 2011 às 11:18
Que tal importamos da CHINA a pratica de funcionário público que é corrupto quando descoberto é morto com 1 tiro na nuca e a conta da bala a familia tem que pagar. Esta corrupção em portos é muito antiga e dificilmente vai acabar, o fiscal roubando por 1 ano, vai ter dinheiro para viver toda sua vida e de seus familiares tranquilo, qual é a pena ? perder o emprego e só, os mais ambiciosos montam seus negócios em torno  de importação / exportação e conhecendo os amigos corruptos ofrecem em empresas seus serviços., os amigos que estão lá criam as dificuldades e eles a facilidade.
Comentário de petrúcio josé rodrigues em 31 agosto 2011 às 10:29

O Brasil de hoje companheiros, continua sendo o  sinônimo do que com muito propriedade,  afirmava Charles de Gaulle (país não  sério). Foi falado em "corrupçãp", "quadrilha", "falta de  vergonha", e tantos outros predicados  nefastos. Nada podemos  fazer  além de gritar (panelaço). Só a conscientização do eleitor.  Antes  tesmo que exigir  que,  as 'BOLSAS", NÃO  SEJAM USADAS  COM UM CABRESTO PARA GARANTIR VOTOS, EM FAVOR  DA  SITUAÇÃO).

Todos nós  brasileiros, temos de forma imperativa investir  na CIDADÂNIA  DE NOSSOS  FILHOS.

Com certeza em 10 anos, vislumbraremos  a VERDADE EFICAZ, nos governantes  deste PAÍS.

Comentário de STYLE LINE PRIVATE LABEL em 31 agosto 2011 às 10:26

o problema está nos portos.

o governo até que faz sua parte aumentando impostos.

Comentário de Jose Antonio Lopes Perez em 31 agosto 2011 às 10:05

É pura verdade, sou testemunha que isto ocorre mesmo.

O problema é que esta corrupçao ja se alastrou em todos os setores do Governo nao só na fiscalizaçao.

O correto seria Pricatizar este setor.

 

Comentário de SIDNEY APARECIDO CASTELLANI em 31 agosto 2011 às 9:55
Se fosse num país sério, esta quadrilha já estaria atrás das grades!!
Comentário de Sam de Mattos em 31 agosto 2011 às 9:52
Uma vergonha. Ponha Roriz como Ministra das Alfandegas.

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