O especialista em Políticas e Indústria do Observatório Nacional da Indústria, Rafael Silva e Sousa, explica que mesmo com desindustrialização do país, houve casos de industrialização que, em sua maioria, vieram acompanhados de aumento de renda per capita. "A indústria é capaz de impactar a renda da população por causa de seus encadeamentos. Quanto mais setores tecnológicos, mais impactos positivos em toda cadeia”, afirma.
Desindustrialização entre os estados
Por outro lado, 11,2% dos municípios tiveram queda na renda per capita, sendo que 63% deles sofreram desindustrialização. A pesquisa indica que, entre 2002 e 2019, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Bahia foram os estados que mais conseguiram frear essa tendência nacional de desindustrialização, conseguindo relevância na indústria de transformação. Espírito Santo, Pará e Ceará foram os que mais sofreram com o processo.
A desindustrialização brasileira é considerada prematura porque ocorreu com níveis de renda per capita inferiores aos dos países considerados desenvolvidos, o que compromete o crescimento econômico a longo prazo.
“Este é um processo particularmente preocupante porque o setor industrial está diretamente ligado ao desenvolvimento do país. A indústria é caracterizada por processos mais integrados e eficientes que pagam salários mais altos e, com isso, conseguem elevar poder de compra e melhorar o bem-estar social”, explica Rafael.
Nova Ferramenta
O Geografia da Indústria Brasileira analisa indicadores que caracterizam de maneira regional o processo de desindustrialização no país nas últimas décadas. Ele leva em consideração a escala regional e explora a relação entre a participação setorial e crescimento da renda per capita municipal.
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