"A proposta que achamos que pode ser necessária ao longo deste ano é uma readequação fiscal, que pode permitir uma redução de até R$ 84 bilhões, a maior parte em frustração de receitas", destacou. Assim, com a banda fiscal, o déficit fiscal a 0,97% do PIB do governo central, ou a R$ 60,2 bilhões.
A proposta é reduzir até R$ 84,2 bilhões da meta fiscal. Barbosa afirmou que haverá a proposição de reduzir em até R$ 30,5 bilhões por frustração de receitas administradas; R$ 41,7 bilhões por frustrações de receitas não administradas; R$ 3 bilhões para ações na área da saúde, além de R$ 9 bilhões para restos a pagar de investimentos prioritários. O projeto de lei alterando a LDO será enviado ao Congresso nos próximos dias.
Barbosa afirmou que, do total de gasto primário previsto para 2016, apenas 8,5% podem ser contingenciados, enquanto os outros 91,5% são fixos, seja por lei ou pela Constituição .Do 91,5% fixo, 44% são benefícios para baixa renda e previdência social, enquanto 10% pagamento de benefícios e pensões para servidores da união. "Por isso, a principal iniciativa é elaborar a proposta de reforma da previdência social", afirmou o ministro, que ressaltou que o tema foi discutido nesta semana, com sete pontos.
A análise demográfica e o potencial aumento da idade de aposentadoria foi estudada, além de elevar a arrecadação da previdência, discutir diferenças entre homens e mulheres, completar a reforma das pensões por mortes, discutir a situação da previdência rural, os regimes próprios de previdência e promover a convergência dos sistemas previdenciários. O governo vai propor elevar a arrecadação da Previdência Social e elevar idade mínima.
Barbosa afirmou que a proposta de reforma deverá ser enviada até o final de abril, e que deve sugerir mudanças graduais, que afetarão daqui 10, 15 anos, mas que já terão um impacto positivo na economia. "Apesar de ser uma reforma de longo prazo, a sua adoção implica em um sinal positivo em termos de sustentabilidade fiscal".
Limite para crescimento do gasto
O ministro da Fazenda apresentou aos jornalistas ainda o esboço do plano do governo para dar sustentabilidade para o Orçamento público, hoje com o nível de despesas crescendo mais do que o de receitas, e não apenas por conta de menor arrecadação com a crise econômica. Segundo ele, o projeto de lei a intenção é encaminhar o projeto de lei ao Congresso até o fim de março. "A experiência dos últimos anos tem mostrado que a melhor regra é definir limites para o crescimento dos gastos", disse. "Isso coloca o debate fiscal onde ele tem que estar".
Barbosa argumenta que, com o controle do gasto obrigatório, será possível ter maior margem de manobra em caso de frustração de receitas, como é o caso, em meio ao quadro recessivo. Ele defende o estabelecimento de um limite para o gasto público em relação ao PIB por ano. Mesmo quando houvesse uma arrecadação superior às estimadas, o projeto apresentado não permite o governo a ampliar o nível de gastos e extrapolar o limite previamente estabelecido.
Ao longo do ano, caso ultrapasse o limite de gastos, haverá adoção de três estágios, em uma proposta que é parecida com adotada pelos EUA recentemente, diz Barbosa.
São três ações sequenciais se a previsão de limite de gastos não tiver previsão de ser cumprida: o 1º estágio suspende concessão de novas desonerações, novas despesas discricionárias, concurso e aumento de salário real de servidores públicos. - regra de longo prazo e que precisa ser submetida e avaliada pelo congresso. Primeiro estágio será focado em custeio e folha e em ajuste real.
Se precisar mais do que isso, 2º estágio: não pode haver criação de subsídios, não podem ser ampliados, suspenso aumento nominal das despesas de custeio e das discricionárias e também ajuste nominal dos servidores públicos.
Se precisar passar para o 3º estágio, haverá redução das despesas com servidores e de não estáveis e a suspensão do aumento real de salário mínimo.
A reforma no Orçamento para conter o gasto é uma proposta de lei complementar que deve ser enviada ao Congresso até o fim de março.
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