Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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J. R. Guzzo: uma perturbadora descrição da face escura do lulopetismo

O artigo de J. R. Guzzo publicado na edição impressa de VEJA sob o título Joseph K. merece ser reproduzido em todos os espaços jornalísticos que defendem o Estado Democrático de Direito. Confiram:

Os leitores de O Processo, criação da mente tumultuada, enigmática e genial de Franz Kafka, conhecem bem a história de Joseph K. ─ ótimo rapaz, diretor de banco e cidadão que jamais tinha violado lei alguma em toda a sua vida. No dia em que completa 30 anos, Joseph K. recebe a visita de dois agentes que ele supõe serem da polícia, mas que não se identificam nem lhe mostram nenhum documento oficial. Estão a serviço de um departamento do governo, mas não revelam qual. Anunciam que ele deve responder a um processo, mas não informam qual é a acusação. Joseph K. fica intimado, apenas, a comparecer a um determinado endereço alguns dias depois, mas não sabe a que horas nem qual autoridade terá de procurar no local. Quando chega lá, encontra um pardieiro e, no sótão do prédio, o que parece ser o tribunal ─ mas ao ir embora continua sem saber qual o delito a que deve responder, quem vai julgá-lo e que lei autoriza o procedimento imposto a ele. Tudo o que consegue descobrir é que deve aguardar as instruções de um “Comitê de Questões”, de cuja existência jamais tivera conhecimento.

As coisas não melhoram quando Joseph K. vai se aconselhar com um tio, que lhe recomenda não “subestimar” a gravidade da situação e o encaminha a um advogado. Não adianta nada. O advogado diz que aceita fazer a sua defesa, mas não poderá apresentá-la ao magistrado, pois não sabe, nem nunca saberá, qual é a acusação ─ e, de qualquer forma, tudo seria inútil, pois em casos assim o fato de ser suspeito significa, automaticamente, ser culpado. Na verdade, informam a ele, nunca houve em toda a história do tribunal secreto que vai julgá-lo um único caso de absolvição. Um ano depois, na véspera de seu 31º aniversário, Joseph K. é preso, em seu apartamento, por dois agentes do “Comitê”, levado a uma pedreira remota e executado ─ sem nunca ter tido a menor ideia do que fizera de errado.

Quase 100 anos depois de escrita, a narrativa de Kafka continua sendo um dos textos mais possantes que a literatura mundial jamais produziu sobre a negação absoluta da justiça ─ e a impotência do ser humano diante de forças que não entende, que podem tudo e contra as quais ele não pode nada. A desgraça de Joseph K. é algo que não faz nexo num mundo racional. Mas a moral da fábula de Kafka, como sempre acontece nas fábulas, não tem nada de absurdo. Ao contrário, é um aviso muito claro do que pode acontecer em conflitos em que um dos lados dispensa a si próprio de qualquer obrigação lógica ─ como pretende ter toda a razão, julga-se com direito a tudo. Não precisa explicar nada, nunca. Não tem de provar nenhuma das alegações que faz. Basta denunciar suspeitos e declarar que são culpados.

Há no Brasil de hoje um clima por trás do qual, quando se olha um pouco melhor, é possível perceber algo muito parecido com a história de Joseph K. Trata-se do esforço permanente, por parte das forças que comandam o governo, para indiciar todos os que discordam delas num processo em que os julgadores não aceitam nenhum argumento de defesa, ignoram quaisquer fatos que os acusados possam apresentar em seu favor e só assinam sentenças de condenação. O ex-presidente Lula, os marechais de campo do PT e sua máquina de propaganda funcionam como o “Comitê de Questões” imaginado por Kafka. Os que têm opiniões diferentes, sobretudo quando podem expressá-las em público, ou divulgam fatos incômodos para seus interesses, ficam no papel de Joseph K.

O tribunal secreto de Lula encerrou 2012 com as turbinas a toda. Enrolado, cada vez mais, em histórias tão feias quanto marcadas pela pequenez, o líder supremo do PT não disse até agora uma única palavra para explicar o que quer que fosse, nem citou nenhum fato capaz de atenuar as suspeitas. Como sempre, pegou o microfone e passou a gritar insultos contra inimigos que ninguém vê. Jamais menciona seus nomes. Não diz que crimes cometeram. Não informa quais as acusações concretas a que devem responder. Limitou-se, desta vez, a falar em “vagabundos” que estão em salas “com ar condicionado”. Quem seriam? Há um vasto número de brasileiros nessa situação, quase sempre fazendo trabalho duro, indispensável e remunerado modestamente ─ nas UTIs hospitalares, torres de controle de aeroportos, usinas de energia elétrica, processadoras de alimentos e por aí afora. Vagabundos? Talvez. Se não há nomes, todos são suspeitos da acusação ─ especialmente infeliz quando feita por alguém que não trabalha desde os 29 anos de idade. E daí? Joseph K. não tem direito a nenhuma explicação.

 Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/aug

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 16 janeiro 2013 às 8:44

“Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira”.

Comentário de Sam de Mattos em 15 janeiro 2013 às 14:36

So quero ver sevai acabar em Pizza. Todo mundo CALADO. Eh a linha do partido, os gambas se fazendo de mortos. Romildo: Temos que falar tambem de outras siglas: Tucanos nao sao Santos e nem muito melhores do esse essa corja. Nao entremos numa de briga partidaria. Eh briga de Bem x Mau - e ponto "finau".

Comentário de Romildo de Paula Leite em 15 janeiro 2013 às 14:24

   Desculpe Sam, ela foi secretária do sindicato dos corruptos, agora ela é tudo que nós dissemos e corrupta processada que foi pega com a boca na botija ou em outro local.

Comentário de Sam de Mattos em 15 janeiro 2013 às 12:58

 

Romildo: É incrível como ate a profissão mais seria e a mais antiga da historia é vulgarizada no Brasil. Antes havia a honestidade milenar dos prostibulos. Toma lá da cá, fim de papo. Hoje a profissão foi pervertia, com vadias e sem-noções focadas a fazer o pé de meia de qualquer modo, fingindo orgasmos com falsos ui ui uis e ai ai ais, sem ancas, molejo, chaves disso e daquilo, dotes de "peneirar" etc.. Muitas delas andam apelando para empregos públicos, posições, golpes de barriga, chantagem e o escambau. Gentileza não chamar a D. Rosemary de Puta ou Rapariga. Não é não: O que ele deve ser é "ex-modelo", "starlett do BBB", "moca de escort", "com painho", "universitária", "secretaria privada", "personal trainer" e todos esses FALSOS títulos que hoje mascaram vadias entre profissões e posições honestas, causam vergonha a gente genuinamente trabalha nas áreas acima citada - e trivializam, debocham da Classe das Profissionais mais antigas da historia da humanidade!

Comentário de Romildo de Paula Leite em 14 janeiro 2013 às 20:40

Dona Francisca , a chefe de gabinete da Presidencia da República em São Paulo era Rosemery Noronha (amásia , amante,concubina, rapariga com é chamada no nordeste,) de Lula. Nunca tive a intenção de lhe ofender. Ela tambem está sendo processada como corrupta.

Comentário de Sam de Mattos em 14 janeiro 2013 às 12:08

Patrimonio Onde? E com quem? Em portugal? Nas empresas de filho e afins? No caixa de su partido? A m...... Me engana que eu gosto.

Comentário de Fernando Machado em 14 janeiro 2013 às 11:55

A quem interessar possa, sobre o patrimonio do Lula.

http://blogs.ft.com/beyond-brics/2013/01/11/lulas-loot-not-much-to-...

Publicado no Financial Times no dia 11/01/13.

A turma que tem medo de perder os privilégios de décadas, séculos, que tem a Veja, asco, como arauto, até tenta distorcer os fatos mas a história nos mostrará em alguns anos a verdade.

Comentário de alfredo cardoso Neto em 14 janeiro 2013 às 11:32

Sam, obrigado por entender minha mensagem, podes crer que eu sou hoje um pequeno empresario, que vivo o dia a dia, esta coluna por vezes me faz extravassar minha ira ou minha alegria em participar, contudo as vezes as palavras nos fazem traidos pela paixão.Um grande abraço a todos. Fuiiiiiiii.......

Comentário de Sam de Mattos em 14 janeiro 2013 às 11:25

AVISO A TODOS: Estamos diante, creio, de um "Agent Provocateur". Quem nao entender - uma vez que eu o conheca -, explicarei "in box". Mecam as palavras; cuidem do texto, do contexto e conotacoes. Nao saiam do texto; Parece que a arapuca esta armada. Alfredo Cardoso Neto eh um bom exemplo de mensagem mandada, clara e dentro de parametros seguros, dando uma mensagem generica mas clara - e nao entrando em vertentes e vieses suceptiveis a problemas.

Comentário de alfredo cardoso Neto em 14 janeiro 2013 às 10:57

D.Francisca na vida se faz escolhas, por vezes errada e temos que assumi-la e engoli-LULA.

O melhor na realidade dos fatos é simples porem nos brasileiros de norte a sul, somos passivos e por vezes inoperantes com nossos representantes politicos.O comentario do Romildo é enfatico e o LULA, por sua indole é pernicioso e devasso na forma e atitude. "Tudo é possivel, desde que me atenda ".

A senhora, não conheceu a forma de atividade do sindicato regido e criado pelo Lula e sua súcia.Fui funcionario de algumas montadoras e posso lhe afirmar que era de puro terrorismo e falcatruas para iniciar ou terminar uma greve.Sempre corria muito dinheiro para as duas fases, com empresas tb.corruptas. Ele foi uma cria do meio. Pena que as lambanças patrocinadas por sua turma colocou-nos em nivel escrachante perante o mundo e pior, perante nos e alguns que ainda não se convenceram das suas falcatruas. AQUI TAMBEM ENCERRO MEUS COMENTARIOS,QUEM NÃO VIU AINDA VERÁ, O BRASIL LONGE DESTA CORJA.

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