Lucro da Petrobras em 2014 é colocado em xeque por incêndios em refinarias

[petrúcio josé rodrigues]

Lucro da Petrobras em 2014 é colocado em xeque por incêndios em refinarias

  Por : InfoMoney 

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 Em quatro semanas, analistas reduziram em 5,8% as estimativas de lucros por ação da Petrobras em 2014, a maior diminuição entre as 11 empresas mais valiosas do mundo, segundo dados da Bloomberg

SÃO PAULO - Incêndios em refinarias da Petrobras (PETR3; PETR4) nas últimas semanas colocaram em xeque as perspectivas de lucro da estatal. A petrolífera mais endividada do mundo teve suas estimativas de lucros por ação para 2014 reduzidas em 5,8% pelos analistas em quatro semanas - a maior diminuição entre as 11 companhias de petróleo mais valiosas do mundo -, segundo dados compilados pela agência de notícias Bloomberg. 

A revisão para baixo deve-se ao pessimismo gerado com os incêndios nas refinarias, que deve desacelerar a produção de combustível da Petrobras e a aumentar importações revendidas a preços subsidiados.

A petroleira, que não expande suas atividade de refino no Brasil desde a década de 1980 e que no ano passado utilizou quase em capacidade completa, está sendo pressionada pelos sindicatos. Em menos de 40 dias, foram cinco incêndios em diferentes unidades de refino da Petrobras. Em pelo menos de um deles, em Manaus, três operários ficaram feridos. O último acidente ocorreu na noite de sábado, dia 4, que deixou a unidade de coque da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, paralisada por quase uma semana. As queixas dos sindicatos e especialistas é que as unidades têm sido utilizadas a 95% da capacidade, quando o normal seria 85%.

Na segunda semana de janeiro, a Petrobras recebeu uma multa de R$ 151 mil da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) pela operação acima da capacidade das unidades de coqueamento da Replan (Refinaria de Paulínea), no interior de São Paulo. 

Em entrevista à Bloomberg, Nick Robinson, diretor de ações brasileiras na Aberdeen Asset Managment Plc, com sede no Reino Unido, que gerencia cerca de US$ 15 bilhões em ações de empresas latino-americanas e possui ações da Petrobras, disse que "qualquer redução na capacidade de refino disponível para eles é obviamente algo negativo".

Segundo ele, em certa medida, as refinarias trabalhando na máxima capacidade diminuíram o impacto negativo da venda de gasolina a preços relativamente baixos no Brasil. Robinson ainda acrescenta que, diante desse cenário, uma possível extensão da desvalorização do real frente ao dólar tornará ainda mais cara as compras no exterior em moeda local e qualquer aumento no preço da gasolina nos Estados Unidos poderia exacerbar as perdas com importações neste ano.