Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A Índia está a passar por um período de franca expansão, no qual ser rico não é suficiente. Para as classes abastadas, existe cada vez mais uma proeminente ostentação da riqueza, à semelhança do que acontece com os novos-ricos na Rússia, na China ou no Médio Oriente.

ibição da sua riqueza nas décadas após a independência da Grã-Bretanha, quando a economia fortemente controlada e o pensamento socialista dominante confinavam as oportunidades para “dar nas vistas”.

Mas muitos indianos prósperos estão a adoptar o consumismo, virando as costas à frugalidade defendida pelo herói da independência, Mahatma Gandhi. O maior sinal de mudança de atitudes em relação à riqueza e às compras pode ser visto na correria da Índia para as marcas de luxo ocidentais, como Louis Vuitton, Prada, Chanel e Bulgari, bem como para os construtores de carros de gama alta, como Ferrari e Maserati.

No passado, a extravagância deslumbrante era o domínio exclusivo dos ex-líderes da Índia feudal, que viajavam em automóveis Rolls-Royce e possuíam palácios e exércitos de funcionários durante o domínio britânico. Mais tarde, os consumidores de luxo tiveram de recorrer às lojas dos hotéis de cinco estrelas.

Mas um "boom" na construção de centros comerciais está a trazer para a Índia os espaços comerciais e os retalhistas de gama alta que podem ser encontrados noutras partes da Ásia. O fenómeno atingiu uma escala tal, que o próprio primeiro-ministro Manmohan Singh pediu aos mais ricos para amenizarem os excessos e evitar o consumo excessivo.

O multi-milionário indiano Azim Premji defende que o fenómeno é comum em países como China, Indonésia e Tailândia, onde as pessoas estão a usufruir de novas riquezas. «Nos primeiros anos, as pessoas querem mostrar claramente que são muito ricas», afirma. Premji é o responsável de uma das maiores empresas de outsourcing da Índia, a Wipro, sendo conhecido pelo seu estilo de vida sóbrio e pela filantropia, numa sociedade em que a extravagância dos multimilionários é frequentemente primeira página de jornal.

O homem mais rico do país, Mukesh Ambani, foi morar no ano passado para um edifício de milhares de milhões de dólares, com 27 andares, em Bombaim, com três heliportos, num empreendimento que se ergue no meio de bairros de lata. No aniversário da sua esposa ofereceu-lhe um avião a jacto da Airbus no valor de 60 milhões de dólares como presente.

As vendas de carros de gama alta, como Mercedes e Ferrari, aceleraram 80% no ano passado, apesar dos impostos de 100% e das estradas esburacadas. O mercado de luxo, em geral, deverá triplicar na Índia, para os 15 mil milhões de dólares até 2015, de acordo com a AT Kearney, embora os actuais 4,76 mil milhões de dólares estejam ainda longe dos 9,6 mil milhões de dólares registados na China.

O número de indianos que possui activos financeiros acima de 1 milhão de dólares, excluindo residências principais, está agora em 127.000, segundo o 2010 World Wealth Report da Merrill Lynch Capgemini. De acordo com uma nova pesquisa de 160 consultores financeiros por parte de um associado do Citibank, os indianos são os membros mais prováveis dos super-ricos mundiais a gastarem mais em aviões a jacto particulares e iates nos próximos anos.

Ao mesmo tempo, os observadores dizem que a nova ostentação ressalta o facto do fosso entre os ricos e os pobres da país estar a aumentar. A Índia é o lar do maior número de pessoas pobres do mundo. Cerca de 42% dos indianos, ou seja, 455 milhões de pessoas vivem com menos de 1,25 dólares por dia, de acordo com o Banco Mundial. As estatísticas da Índia em matéria de saúde, mortalidade infantil e desnutrição são piores que as de alguns países na África subsariana.

 

Fonte: AFP

Portugal Têxtil

 

Exibições: 119

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço