Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Na era do carro flex, país sofre descompasso energético.

Falta de refinarias faz com que Brasil importe cad

Marcelo Gutierres

A refinaria de petróleo Manguinhos no Rio de Janeiro

A refinaria de petróleo Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Álcool ou gasolina? A frase que você ouve ao abastecer o carro embute muito mais do que a decisão de optar por um combustível. A pergunta sintetiza uma situação que se inicia com a falta de planejamento – público e privado –, passa por poucos investimentos em infraestrutura e políticas públicas conflitantes, e desemboca em prejuízos para a maior estatal brasileira, a Petrobras, além de descontentamento do setor sucroalcooleiro. Faltam refinarias. Com isso, o Brasil vive um descompasso energético. Projeta um aumento na exploração petrolífera para os próximos anos (veja quadro abaixo), mas não há sinais de que terá condições de transformá-lo em combustíveis. “A última grande refinaria que a Petrobras fez no Brasil foi na década de 1970, em Paulínia, em São Paulo. A capacidade instalada de refino no Brasil não foi suficiente para atender a atual explosão de consumo”, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). A estatal admite a falta de refinarias, mas diz que a última construção no país ocorreu na década de 1980, a Revap, em São José dos Campos. A consequência é o aumento crescente das importações de diesel, gasolina e, desde 2010, também de etanol, para atender uma frota automotiva em expansão. Em janeiro deste ano, foram fabricados 46.200 carros. Em julho, saíram das montadoras 2,45 milhões de unidades, segundo o Departamento Nacional de Trânsito.

Infraestrutura insuficiente e mais carros na rua obrigam o país a importar combustíveis em números cada vez maiores. Em 2000, ingressaram aqui 36,4 bilhões de litros de diesel e 382 milhões de litros de gasolina tipo A (sem adição de álcool). No ano passado, o Brasil comprou respectivamente 58,7 bilhões de litros e 13,7 bilhões, respectivamente. No primeiro semestre deste ano, já importamos 30 bilhões de litros de diesel e 13,4 bilhões de litros de gasolina. Importações elevadas, gastos crescentes. Em 2000, a compra de diesel somou 1,25 bilhão de dólares. Com gasolina, outros 12 milhões de dólares. No ano passado, ficaram respectivamente em 7,4 bilhões e 1,6 bilhão de dólares. De janeiro a julho deste ano, as compras já batem os 4 bilhões de litros de diesel e 1,7 bilhão de gasolina. Com o aumento das importações, a Petrobras registrou prejuízo de 1,35 bilhão no segundo trimestre deste ano, pior resultado desde 1999. “Outro fator que explica o aumento das importações é que, a partir do final de 2011, o governo federal manda reduzir a mistura de etanol anidro na gasolina. Até aquela data, a mistura de álcool na gasolina era de 25%. Atualmente, é de 20%. Ou seja, estamos utilizando mais gasolina para uma demanda que não para de crescer”, conta Pires. Justamente para tentar vencer esse gargalo, a Petrobras, que detém a maioria das refinarias no Brasil, anunciou investimentos de 236,5 bilhões de dólares para os próximos cinco anos. Cerca de 60% deles destinam-se à exploração e produção de petróleo. O refino receberá 27%. O restante ficará com o setor de gás e energia.

Fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/na-era-do-carro-flex-pais-...

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