Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O Brasil Maravilha morreu afogado pela enorme onda de descontentamento

Depois do que se viu nesta segunda-feira, é impossível prever os desdobramentos das manifestações que, precipitadas pelo aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, assumiram dimensões nacionais, mobilizaram multidões portentosas e ampliaram notavelmente as palavras de ordem que resumem a pauta de reivindicações. Não há como antecipar os rumos ou calcular o fôlego da sequência de protestos  ainda sem líderes visíveis e sem contornos definidos.

O fim da hegemonia dos baderneiros fundadores, o emagrecimento das tropas de vândalos e o hasteamento de bandeiras mais relevantes (e viáveis) sugerem que o movimento mudou de feição com uma semana de vida e saiu da primeira infância para adolescência. Terá chegado à idade adulta quando compreender, entre outras urgências, que não detém o monopólio do espaço urbano.

O direito de manifestar-se livremente não anula o direito de ir e vir de milhões de brasileiros que, mais uma vez, foram prisioneiros de congestionamentos absurdos. Nem autoriza ninguém a tratar com arrogância autoridades policiais instadas a cumprir o que a Constituição prescreve. Dessas provas de maturidade vai depender o destino do movimento.

Feitas as ressalvas, convém reiterar que os candidatos a vidente que enfileiram palpites na TV decerto seriam mais prudentes se aprendessem a lição evocada pelo ex-vice-presidente Marco Maciel em situações semelhantes: “Pode acontecer tudo, inclusive não acontecer nada”.  Espasmos de violência que pareciam inevitáveis em São Paulo, por exemplo, irromperam no Rio de Janeiro ─ que, também surpreendentemente, abrigou a maior das manifestações que se espalharam por 11 capitais.

Os espertalhões que saborearam de manhã a iminente derrota de Geraldo Alckmin passaram a noite consolando Sérgio Cabral. Oportunistas que acordaram sonhando com a invasão do Palácio dos Bandeirantes tiveram o sono adiado por lembranças das correrias provocadas pela ocupação da cobertura do prédio do Congresso ─  e pela suspeita de que os manifestantes marchariam sobre o Planalto.

O mapa dos protestos incluiu cidades e estados administrados tanto por governistas quanto por gente eleita pela oposição. Os caroneiros oportunistas do Psol, do PSTU e do PT foram rechaçados pela imensa maioria de manifestantes que não se identificam com nenhum partido ou líder político.

Se é cedo para saber o que vai nascer da epidemia de insatisfação aguda mas ainda difusa, está claro que a grande farsa acabou. Forjado pela discurseira triunfalista e por mais de dez anos de publicidade enganosa, o paraíso de araque sucumbiu ao peso do excesso de indignados.

A versão lulopetista de Pasárgada ficou em frangalhos neste 17 de junho. Afogado por uma onda de descontentamento, o Brasil Maravilha morreu.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

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Comentário de Valdir Kuroski em 19 junho 2013 às 7:38

É caro Jaimisson.

 

Se Lula, Dilma e o PT são os Corruptos.  Vamos botar eles na cadeia.

Pergunto.  Quem é o Político Honesto que devemos colocar no lugar???

Será que vamos encontrar alguém livre de qualquer suspeita???

Tá difícil, não é mesmo?

Veja que o problema é muito maior do que qualquer um imagina.

Que saibamos Protestar e lutar realmente por melhorias.  Sem destruir aquilo que é Nosso, como estão fazendo por aí.

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