Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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"O sistema todo da moda vai mudar", diz criador do SPFW

 

Está acontecendo, desde a segunda-feira (31), o São Paulo Fashion Week, um dos eventos de moda mais importantes do país. A edição de Verão 2014-15 conta com diversas novidades e novos talentos no lineup de desfiles. O evento celebra, este ano, a diversidade do mercado e as novas mudanças que estão acontecendo desde os últimos tempos.

Em entrevista para a Folha, o idealizador do evento, Paulo Borges, considerado por muitos o “papa brasileiro da moda”, revelou que o atual sistema da moda está passando por mudanças e muitas marcas, assim como eventos e até temporadas, terão que se adequar à este novo modelo de negócios.

Assumindo o papel de mediador entre a imprensa, os profissionais, empresários e indústria, o chamado “Plano de 30 Anos”, para a moda, teve início em 1996 e desde então tem causado diversas movimentações no mercado nacional do setor.

    

Apesar dessa “readequação”, Paulo diz que não prevê uma crise, sejam nos desfiles ou na própria moda em si. Talvez a principal mudança que ocorrerá, em breve, é uma adaptação das grifes às pressões econômicas do modelo de fast fashion, o que poderá obrigar o setor de marcas de luxo a apressarem a produção para não ficarem pra trás e serem engolidos pela concorrência com lojas que depositam novos produtos semanalmente nas araras.

A primeira coisa que irá mudar é o calendário atual brasileiro e todo o sistema que o circula. Segundo Paulo, a edição de Inverno do Fashion Rio não existirá mais. A identidade carioca não combina com o inverno, de um ponto de vista comercial não era produtivo e muitas marcas estavam se ausentando dos desfiles da temporada. Para suprir isso, será criada a edição de Alto Verão, como uma espécie de coleção cápsula das marcas.

    

Desfile da Espaço Fashion na edição de Inverno 2014 do Fashion Rio. @Chris Von Ameln/Agência Fotosite

Paulo também declarou que as nomenclaturas de Inverno e Verão irão desaparecer com o tempo. Ninguém vive mais de uma estação. Como a coordenadora de produtos da Kalimo, Adriana Berto, falou, em entrevista ao Profissão Moda: “A maior mudança é essa história dos calendários cada vez mais individuais. As marcas não têm mais um padrão de calendário, e isso para nós, da indústria, é muito complicado, porque é uma ordem de produção muito grande, fazer com que as estações estejam juntas, mesmo que trabalhadas separadas”.

Paulo Borges citou também o problema com a falta de plano de desenvolvimento para a indústria de moda e como isso afeta toda a cadeia produtiva. “Na conversa que tivemos com a Presidente Dilma, em 2011, falei de carga tributária, de exemplos de cooperação entre países para a indústria da moda... nada foi feito. (...) Os processos burocráticos e a política para a indústria no Brasil são ineficazes”, afirma. Para ele, já existe uma “federação informal”, que auxilia nesse contexto. São os editores de revistas de moda, a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e a Associação Brasileira de Estilistas. Mas Paulo criticou a imprensa, que, segundo ele, não abraça a causa da moda. “Parece estar do outro lado da rua, só cobrando. As revistas fazem a cobertura, porque interessa comercialmente, mas não participam de discussões sobre a cadeia”, diz.

Queremos saber de você: O que você acha dessas novas mudanças no sistema e na indústria de moda brasileira? Essas adaptações ao novo modelo de mercado serão benéficas, a longo prazo, para todos?

http://profissaomoda.com.br/?q=materias/2014/04/o-sistema-todo-da-m...

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