Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Na semana passada aconteceu, em Fortaleza, o lançamento da coleção de Alto Verão 2015 da Kalimo, empresa têxtil de São Paulo que já está consolidada no mercado nacional como uma especialista em estamparias. Junto com o lançamento, aconteceu também a exposição de lenços com estampas exclusivas. Na ocasião, a gente aproveitou pra bater um papo com a coordenadora de produto de São Paulo, Adriana Berto. Adriana conversou com a gente e nos contou, em primeira mão, quais são as principais apostas para as próximas estações! Leia:

    

    

Quais são as principais apostas e macro tendências da Kalimo para esse Verão 2015?

Falando de estampa: os tropicais, de uma maneira geral, tanto florais quanto as folhagens, os pincelados, com o lado mais artístico, com efeito de pinceladas à mão, de telas, a gente acredita também na história de imagens estouradas, que dependendo de onde ela cai na peça, você não percebe muito bem o que que é, se é floral, se é textura...estourada ela perde um pouco do sentido do desenho. Um pouco de p&b nesse começo de Alto Verão, mas um p&b misturado com grafismo, que dá uma bossa e étnico, os tribais, os mais marcados, até com pegada de neon, cores mais ácidas... tudo isso é bem interessante.

    

A exposição de lenços com estampas exclusivas, durante o lançamento do Alto Verão 2015, no Lab Kalimo. @Lorena Bezerra

Falando de tendência Neon, você acha que ainda está em alta?

Eu acho que sim. A gente tem um pouco de trauma, né? O Verão vendeu muito neon e, como tudo no Brasil, uma última tendência é esgotada e parece que fica com aquilo durante mais tempo. Mas, o neon repaginado, tratado como um detalhe, pedaços de tecidos de neon costurados a outros tecidos, ou toques de neon misturados com cores mais chapadas, pode trazer uma proposta interessante. E neon pra alto verão é muito divertido! Se a gente não usar neon no alto verão, a gente vai usar quando? É iluminado, essa que é a graça!

    

E sobre cores, quais são as apostas?

Tem dois caminhos, duas histórias: de um lado é das cores fortes, o azul royal, laranja, vermelho mais puxado pro coral, amarelo canário, verde bandeira. Do outro lado, temos a tendência dos tons mais clarosà la Céline, que são os rosas e azuis mais claros, o lavanda, um verde turquesa mais claro... É uma outra pegada. Na verdade, essa segunda tendência, são os conhecidos “tons pastel”, mas nós brasileiros precisamos encontrar novos nomes pras coisas! Cores asorvetadas, candy colors.. (risos) Nós apostamos que existem esses dois caminhos muito fortes, mas temos clientes que preferem ir para um lado e outros que preferem ir para outro. Essas tendências podem ser trabalhadas em momentos diferentes, mesmo sendo da mesma estação. Acho que a marca pode entrar com cores fortes e depois ir clareando ou o contrário, fica à critério da marca que caminho seguir.

    

E o que você considera a principal mudança no comportamento do consumidor no mercado atual? Porque sabemos que a Kalimo tem esses laços estreitados com os clientes, a questão da pesquisa de tendências, da montagem das cartelas, da consultoria personalizada, vocês entram muito no universo das marcas e é bem interessante.

É, eu acho que o que vai além do produto, hoje, o mais difícil são os calendários. Cada marca está em uma estação. Por exemplo, eu atendo, em um dia, um cliente que está comprando pronta entrega de Inverno, pra comprar agora e lançar em agosto, outro cliente que tá começando Alto Verão, tem cliente que tá terminando Alto Verão e outros que já estão me pedindo o próximo Inverno. Então, um dos maiores desafios, para nós que sempre vivemos nessa correria do mercado, a partir da metade do ano passado e esse ano o calendário está muito segmentado. Temos clientes no Brasil querendo já ver o próximo Inverno, mesmo os desfiles lá fora acabando de acontecer. Uma vez, assim que acabou o desfile lá fora, um cliente já me ligou perguntando o que nós tínhamos das tendências que foram desfiladas! (risos) Então, independente de produto, de que linha estão usando, a maior mudança é essa história dos calendários cada vez mais individuais. As marcas não têm mais um padrão de calendário, e isso para nós, da indústria, é muito complicado, porque é uma ordem de produção muito grande, fazer com que as estações estejam juntas, mesmo que trabalhadas separadas. É um grande desafio, principalmente na área da coordenação de produtos, conseguir no mesmo dia falar sobre Inverno, Alto Verão... A gente tem que ter uma cabeça bem segmentada e está pronto pra atender essa grande e diferente demanda.

Outra questão é: num mundo em que todo mundo tem acesso a informação, como sabe em que momento usar a tendência que foi desfilada nas semanas de moda? Eu uso a informação de moda do Inverno no Alto Verão? Eu espero o inverno acontecer, mas meu concorrente usou no alto verão e já fica ultrapassado? É um desafio bem grande, o “O que fazer com a informação e quando usar”. É uma loteria, e no fim das contas, acaba sendo muito mais uma questão de intuição e experiência no mercado do que fatos reais.

    

E em termos de novidade base? Por exemplo, a gente viu que o neoprene entrou e foi algo legal... o que entra e o que continua?

O neoprene continua fortíssimo! Mas as malhas grossas serão carro chefe agora. Uma grande porcentagem de malhas muito fortes e pesadas e outra porção de malhas muito finas para as camisetinhas. Acho que as camisetas estão cada vez mais finas, mais agradáveis ao toque, usando fibras naturais, etc. Falando das malhas grossas, é uma tendência bem legal porque a peça fica com uma pegada bacana, tem um versatilidade de formas e modelagens que as malhas finas não te proporcionam, a mulher fica se sentindo com um corpo bom, porque ela ajusta a silhueta. A gente já tinha maquinário para trabalhar com malha pesada há muito tempo, mas ninguém sabia fazer. Agora, o consumidor tomou conhecimento de que a malha pesada também é bacana, a indústria se aprimorou e agora ela tá entrando de vez. O entendimento do consumidor ajudou bastante nesse quesito.

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Matéria: Lorena Bezerra

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