Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Pensando nos Professores Mais Mal Pagos do Brasil

Sr. Tarso Genro - O seu troco vira!
Essa miserável esmola paga aos professores Gaúchos me da revolta e ASCO. Em meus primeiros anos em auto-exílio, sonhava muito com o Sitio de minha avó Alemã, a velha Mariquinha, lá em João Neiva, ES. Também com Ouro Preto, um de meus amores. E sonhei muito com o Rio Grande do Sul. 
Em meu livro O PAPA BESOUROS, uma novela quase autobiográfica isto é amplamente exposto. Mas deixe-me falar do RGS pré PT. Ah me lembro bem: Fui protegido dos Milicos, por estudantes em universidades Gauchas e em Santa Maria fiz grandes amigos. 
Também em Passo Fundo: No CTG Lalau Miranda, me tornei Colorado. Com estudantes aprendi a “matear”, a bostear (encilhar para Porto-Alegrenses) o mate, escolher a “erva” a crioula, “com palos” e mais amargas, geralmente encontradas em mercados - e a de supermercados, mais suaves. 
Nos “assados de chão” nos CTGs, tinha o meu próprio “cutilho” (faca) de bainha de prata trabalhada e lamina de aço afiado. Com ela e meu lenço colorado, dancei Chimarrita com muitas Prendas no Lalau Miranda. 
Aprendi a “bombear” o mate, e deitar a erva em porongas (cuia) de meio litro, a por a água escaldante de chaleira, (água em térmicas, só mais tarde fui encontrar no Argentina e Uruguai) assentar a bombilha (bomba) em angulo certo e beber o mate quente, cuia morna acariciando-me as mãos contra o frio do Minuano, e protegendo o meu lombo um poncho de lã. 
Perdi-me em muitas noites estreladas no infinito dos pampas, e só despertava ao roncar da cuia - que quietamente a enchia e passava adiante para o próximo na roda repetir o ritual. Esse espírito de comunhão com os seres humanos, com a vida e com o “Chão”, a terra, eu não mais encontrei. Para tal, em meu livro, tive que cunhar uma palavra: TCHEISMO. 
O Gaucho eh valente como um Cearense bravo, voluntarioso como um Bandeirante e matreiro como um Mineiro. O Gaucho mostra pouco os seus dentes: Mas quando ele gosta, voce sabe sem perdas de palavras e quando ele detesta, lhe diz na lata, calmo e firme. 
Nunca vi o provincial “Gaucho de duas facas” que os Cariocas gostam de “tirar sarro”. Os que eu vi só tinham um “cutilho” para o assado. Talvez o segundo seria para rasgar a cara de engraçadinhos. Aprendi a amar essa gente e o seu Chão, o seu amor a terra e o seu orgulho do Pais (RGS). 
Meu livro foi publicado pelas amigas (“as gurias”) Salete Moraes e Guacira Gil, editoras e proprietárias da Redes Editora (WWW.redeseditora.com.br) de Porto Alegre. Meus filhos Gaúchos, a Roberta e o Gui e a família da Silvia, minha esposa, são todos muitos queridos. A Alemoa é Prenda, amiga e guerreira. 
Isso tudo é para dizer que o meu amor ao Rio Grande tem Raízes - e é de longa data. Com tristeza tenho notado hoje, um pouco da perda do Tcheismo. 
O Tcheismo nada tem a ver com bairrismo ou ufanismo. O conceito do Tcheismo é tão complexo que tive que dedicar um capitulo (“Me Perguntaram Se Eu Sou Gaucho”) para explicá-lo no livro. Essa perda do Tcheismo é mais notória na Capital. Mas já tenho também notado em algumas cidades menores. E isso é uma pena. Não é mero saudosismo. É o sentimento de vazio causado por desaparecimento de tradições lindas e culturas arraigada a terra. 
Sou apolítico. Nunca em minha vida fui eleitor de cabresto ou pertencente a uma determinada Igreja ou Sigla. 
Mas tenho notado que sejam quais forem os ventos que sopram agora nos Pampas, não mas é o Minuano. São ventos alienígenas, miasmáticos ventos que roubam o orgulho da terra e diminuem o Gaucho. São maus ventos. Ventos que querem dobrar o Tcheismo, a mim parece. 
Mas uma coisa que muitos não conhecem, é a resiliencia dos Gaúchos, bem semelhante a dos mineiros, que tão bem e descrita na trilogia do Erico Veríssimo, O TEMPO E O VENTO, incorporada da família “Terra”.
Professores Gaúchos - os mais mal pagos do Brasil? 
Senhor Tarso Genro, o Senhor parece ter sido parido no Rio Grande, mas não no do Sul. Gaucho, para mim, o Senhor não é. O Senhor parece não conhecer o cerne de seu povo. 
Não se sacrifica a educação e os salários dos professores Gaúchos. Até eu que não sou do País sei disso e lhe darei uma palhinha: “Tu andas procurando guampas em cabeça de cavalo”. 
Isso não se faz, é uma vergonha - e o seu troco vira no dia certo. Confesso os Gaúchos andam meio desnorteados... Mas ainda não estão emasculados. 
Ah, seu troco vira, Tche. E será bem merecido.

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