Dois quilômetros de tecido e 500 carretéis de linha. Esse é o material usado até agora por uma das quadrilhas que participam de festivais em Pernambuco. É material suficiente para cobrir as duas ladeiras que dão acesso ao Morro da Conceição, no bairro de Casa Amarela, onde acontecem os ensaios e preparativos.
As horas de trabalho são difíceis de contar. Os ensaios duram aproximadamente cinco horas todos os dias, de domingo a domingo. “Se um levantar o braço errado, todos têm que voltar. O coreógrafo cobra muito o sincronismo”, revela o estudante José Carlos de Oliveira. Tudo em nome de uma coreografia perfeita, que garanta o título tão sonhado por todos.
Pelo morro, casas, de uma hora para outra, viram ateliês de costura. A costureira Maria Lúcia de Freitas é uma das duas que têm a missão de fabricar 56 vestidos – ela tem dormido cinco horas por noite apenas, mas parece incansável,movida pelo amor à quadrilha. A renda também ajuda: “Ajuda a pagar meus cartões, minhas dívidas, eu faço muita dívida, comprar alguma coisa pra dentro de casa, ajuda meu marido, meus filhos, se precisarem, eu tenho guardado”, afirma ela.
“É uma satisfação saber que a gente tá com uma roupa e que as pessoas apreciam tanto o modelo como a costura. Ficam perguntando ‘poxa, tão bonito o vestuário, quem foi que fez, quanto tempo levaram pra fazer isso?’”, conta a filha de Maria Lúcia, Cláudia, que é quadrilheira mas também ajuda a mãe nos preparativos. “Se a gente for pensar só no que vai lucrar eu acho que não ai compensar. O trabalho com amor é perfeito”, conta o costureiro Marcelo Lopes.
No barracão, o trabalho também é duro. “Vamos contar a história do xadrez. Desde o jogo até o tecido com que é feito o figurino da quadrilha”, conta Gildo Alencar, coordenador de tema.
Fonte:|pe360graus.globo.com|
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