BRASÍLIA - O fluxo cambial fechou 2013 pela primeira vez no terreno negativo desde a crise de 2008, conforme dados apresentados nesta quarta-feira, 8, pelo Banco Central. Pelos números, a saída de recursos superou a entrada em US$ 12,261 bilhões no ano passado.
O resultado fechado de 2013 é o pior desde 2002, quando a saída de capitais do País foi de US$ 12,9 bilhões; em 1998, de US$ 14,5 bilhões e, em 1999, de US$ 16,1 bilhões. Nos nove primeiros meses do ano passado, o fluxo cambial estava positivo em US$ 2,238 bilhões, mas houve uma reversão da tendência em setembro, que acabou sendo acentuada em outubro.
"O cenário internacional está mais complexo para o Brasil e para todos os países emergentes. Isso não significa uma fuga de capitais e não é esse o cenário adiante para o país, mas uma saída persistente a moderada", afirmou o economista da Rosenberg & Associados Rafael Bistafa.
O déficit no fluxo cambial de 2013 coincide com a forte valorização do dólar no Brasil, que acumulou alta de 15,21% ante o real, diante do crescente pessimismo de investidores com o desempenho da economia brasileira e da possibilidade de mudança no programa de estímulos do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos.
Em maio, o Fed deu os primeiros sinais de que poderia reduzir sua compra mensal de ativos de US$ 85 bilhões, o que reduziria a liquidez internacional. O anúncio efetivo de corte aconteceu somente em dezembro, o que deixou os mercados nervosos durante todos esses meses.
Diante desse cenário, o BC iniciou em agosto passado forte programa de intervenção cambial através de leilões de contratos de swaps cambiais e de venda de dólares com compromisso de recompra.
(Com Reuters)
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