Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Seu moletom de corrida agora é destaque nas passarelas

Maria Woike, de 31 anos, diretora de criação de uma agência de publicidade de Nova York, gosta de misturas. Ela usa roupas mais formais acompanhadas de peças aparentemente inesperadas: roupas para a prática de atividade física. "Eu tendo a ter um pouco de estilo 'menina sapeca'", diz. "Minha roupa preferida são calças de ioga com salto alto, um blazer e uma camiseta retrô de época."

Os crescentes contingentes de consumidores como Maria, com uma queda por combinar roupas de ginástica com quase tudo, transformaram jaquetas de beisebol e calças de moletom em produtos de moda. As vendas de roupas para prática de esportes avançaram quatro meses mais que as do setor de confecções americano como um todo, que movimenta US$ 201 bilhões, segundo a empresa de pesquisa de mercado NPD Group. Diante disso, não é difícil entender por que estilistas como Cynthia Rowley e Todd Snyder apresentaram roupas do estilo conhecido como "haute casual", ou "sports deluxe", na New York Fashion Week, no início do mês.

O mundo fashion despertou para uma tendência que puxou forte movimento de vendas na Nike e nas redes Lululemon Athletica e na Under Armour nos últimos anos: cada vez mais, homens e mulheres estão trocando jeans por calças de moletom, roupas de ioga e bermudas, e usando-as, sem cerimônia, em todo e qualquer lugar.

Nos últimos anos, a alta moda passou por um processo de decantação que a resumiu, gradualmente, a roupas de uso cotidiano. Mas a moda das roupas de ginástica é um fenômeno "verdadeiramente casual", vindo de baixo para cima, escreveu Marshal Cohen, analista-chefe do setor da NPD, em recente blog. Assim, ao mesmo tempo em que as roupas de atividade física ficam mais na moda e são usadas em mais lugares, as peças casuais de uso diário também assumem mais a aparência de confecções atléticas. Usar uma jaqueta fechada com zíper com calça de moletom se tornou opção para homens e mulheres de todas as idades, compleições e meios econômicos. Senhoras de cinquenta anos que almoçam juntas exibem calças de couro com listras laterais Chloé, que custam mais de US$ 1 mil, enquanto garotas do ensino médio ostentam bermudas da Under Armour, vendidas a US$ 20. Tanto os viciados em ioga quanto os sedentários assumidos compram, por US$ 82, calças Wunder Under da Lululemon.

Essas escolhas do consumidor estão transformando o setor de vestuário. Enquanto o total das vendas de confecções nos EUA subiu 2% no ano passado, o segmento esportivo cresceu 9%, para US$ 33 bilhões, segundo a NPD. As vendas de jeans recuaram 1%. A tendência abriu um fosso entre as redes que ainda vendem muito brim, como a Abercrombie & Fitch, e as posicionadas no campo privilegiado das roupas para atividade física. As vendas da Under Armour subiram 35% em seu trimestre mais recente, e o lucro da Nike ultrapassou as estimativas dos analistas. Trata-se de um desempenho sólido, principalmente diante da estimativa de que as redes de confecções teriam registrado um avanço de apenas 1% das vendas no trimestre passado, em lojas operantes há mais de um ano, segundo a média das estimativas de analistas calculada pela empresa de pesquisa Retail Metrics.

Embora os agasalhos de tecido aveludado da Juicy Couture tenham tido sucesso nos últimos dez anos, a Lululemon é, em grande medida, responsável por tornar as roupas de atividade física um "must" atualmente, diz Roseanne Morrison, diretora de moda do Doneger Group, empresa de pesquisa de tendências de Nova York. Sediada em Vancouver, no Canadá, a Lululemon deu um toque feminino a uma categoria antes voltada para o público masculino, afirma.

Esse tipo de roupa entrou na moda quando a grife francesa Céline promoveu o visual, há dois anos, diz Sheila Aimette, vice-presidente nos EUA da consultoria londrina de tendências WGSN. Desde então o estilista Phillip Lim transformou o abrigo de moletom numa peça icônica para homens e mulheres, enquanto Alexander Wang agitou com o agasalho de moletom com capuz. Na primavera do hemisfério Norte [de março a junho], podemos esperar peças inspiradas em roupas de ginástica de marcas de luxo como Prada e Gucci, diz Sheila Aimette.

Cada vez mais os estilistas trabalham com empresas de artigos esportivos tradicionais. No último trimestre do ano passado o estilista de moda masculina Todd Snyder desenvolveu uma linha de roupas para práticas esportivas para a Champion. Riccardo Tisci, diretor de criação da grife Givenchy, de Paris, colaborou com uma das linhas da Nike. E Stella McCartney é conhecida pelas peças que criou para a Adidas.


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Por Cotten Timberlake | Bloomberg Businessweek

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 22 fevereiro 2014 às 8:41

Esse tipo de roupa entrou na moda quando a grife francesa Céline promoveu o visual, há dois anos, diz Sheila Aimette, vice-presidente nos EUA da consultoria londrina de tendências WGSN.

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