Tecelagens tentam competir com chineses para sair da crise

[Textile Industry]

Fonte: |eptv.globo.com|

Problemas no setor começaram na década de 90
EPTV

Os efeitos da crise econômica global não foram importantes na indústria têxtil, isso porque o setor já está em crise desde a década de 90. No pólo industrial de Americana, maior produtor de tecidos sintéticos do país, com 2,1 mil empresas e 30 mil trabalhadores, houve 2.741 demissões no primeiro semestre, 2,7% a mais que no mesmo período do ano passado. Um número considerado pequeno se comparado a outros setores, como o de metalurgia e auto-peças.

Em uma das indústrias, as exportações para os países do Mercosul pararam no início da crise mundial, mas como elas representavam apenas 15% da produção, não houve demissões e os impactos foram superados com a criação de novos produtos. “A gente procura inovar em novos artigos, desenhos, padrões e cores para superar a crise”, afirma o gerente administrativo Carlos Pinto.

O principal problema do setor é a concorrência dos produtos chineses, que segundo fontes do setor é 40% mais barato que o nacional por causa da alta carga tributária brasileira.

Por isso, o setor tenta negociar com os governos Federal e do Estado para tentar equilibrar a balança comercial. Embora, tanto as importações quanto as exportações tenham reduzido em torno de 20% no primeiro semestre, o País importou US$ 715 milhões a mais do que exportou no setor

“A crise (global) vai passar, com certeza, mas os problemas da indústria têxtil vão continuar”, afirma Fábio Beretta Rossi, presidente do Sindicato de tecelagens de Americana, Nova Odessa, santa Bárbara d’Oeste e Sumaré (Sinditec).

A Secretaria do Estado e o Ministério da Fazenda foram procurados para falar sobre os encargos que incidem no setor têxtil e sobre uma possível redução de impostos, mas não deram retorno.