Trabalho remoto faz outsourcing de notebooks crescer 50% desde 2020

[Romildo de Paula Leite]

Empresas investem em aluguel e terceirização como estratégia para o trabalho remoto, indica estudo Antes da TI, a Estratégia, da IT Mídia.

Foto: Shutterstock

Durante a pandemia de COVID-19, muitas empresas foram obrigadas a adotar o trabalho remoto como forma de manter negócios funcionando. Isso fez com que houvesse um aumento significativo na demanda por notebooks para que os funcionários pudessem trabalhar de casa. De acordo com o relatório anual da consultoria de mercado IDC, as vendas de computadores para empresas em 2021 aumentaram 78% em relação à 2020, primeiro ano pandêmico.

Mas a compra de novas máquinas não foi a única forma que as corporações encontraram para suprir a necessidade do distanciamento físico imposta pelo vírus. A terceirização de notebooks foi uma alternativa que, mesmo após o término da pandemia, muitas empresas mantiveram em sua estrutura corporativa, como mostram os dados deste ano da pesquisa Antes da TI, a estratégia realizada anualmente pela IT Mídia.

Atualmente, 42% das empresas respondentes possuem contrato de outsourcing para PCs, o que representa um aumento de 50% comparado a amostra de 2020.

Entre as vantagens de terceirizar produtos ou serviços estão a redução de custos, já que as empresas não precisam investir na compra e manutenção de equipamentos; ter recursos sempre atualizados; flexibilidade de ajustar a quantidade de dispositivos conforme a demanda e suporte técnico especializado, deixando assim a equipe centrada nos projetos estratégicos da empresa.

Além disso, a maioria das empresas vem mudando seus orçamentos de Capex (despesas de capital) para Opex (despesas operacionais), o que reflete na maneira como as empresas estão adquirindo e gerenciando ativos e recursos.

Tradicionalmente, as empresas investiam em ativos de capital, como equipamentos, imóveis e infraestrutura, por meio de desembolsos de grandes quantias. No entanto, com a rápida evolução da tecnologia e a crescente demanda por flexibilidade e agilidade nos negócios, muitas empresas estão optando por serviços terceirizados e soluções baseadas em nuvem. Essa tendência para o modelo Opex permite que as empresas evitem grandes desembolsos iniciais e, em vez disso, paguem por serviços e recursos conforme forem utilizados.

Segurança como fator

Outro ponto que teve que ser revisto estrategicamente no mundo corporativo foi a cibersegurança, já que muitas empresas tiveram que adaptar suas infraestruturas de TI para permitir o acesso remoto seguro a arquivos e aplicativos. Mas levou um tempo para que as companhias se reestruturassem de forma digitalmente segura e isso fez com que os criminosos cibernéticos encontrassem novas oportunidades para explorar vulnerabilidades e realizar ataques.

De acordo com estudo “How Covid-19 is impacting future investment in security and privacy” feito pela EY, as violações a sistemas devido a ataques cibernéticos cresceram cerca de 300% no mundo, somente no primeiro ano de pandemia global, o que levou as empresas a investirem de forma agressiva em produtos e serviços voltados à segurança da informação.

Isso tudo também está diretamente conectado ao trabalho remoto, já que, segundo a pesquisa da IT Mídia, 47% dos entrevistados enxergam o home office como um dos principais motivadores para adotar uma estratégia de negócios centrada na Segurança da Informação. O que demostra um aprendizado com o passado e uma preocupação futura com as táticas mais comuns usadas pelos criminosos cibernéticos.

Mesmo com um movimento notável de volta aos escritórios, o home office não deve desaparecer da vida dos trabalhadores devido aos inúmeros benefícios e flexibilizações que trazem às pessoas. Portanto, cabe as empresas aprenderem com os fatos ocorridos no passado recente e investirem de forma estratégica para otimizarem o orçamento e ainda protegerem os dados de ataques cibernéticos.

*Pedro Hagge é gerente de estudos e pesquisas da IT Mídia

**Georges Nabahan é analista de estudos e pesquisas da IT Mídia

Pedro Hagge* e Georges Nabahan**

https://itforum.com.br/colunas/trabalho-remoto-outsourcing-notebooks/

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