Confronto entre os estereótipos sociais e a necessidade subjetiva do ser humano de manter a sua individualidade.
Categorizar, catalogar, generalizar e simplificar: atos da razão humana, praticados minuto a minuto por cada um de nós.
Seres humanos são individualidades extremamente complexas que não podem ser encaixados em padrões preestabelecidos, não de forma absoluta.
Você não é somente o bairro onde mora, a profissão que escolheu ou mesmo a imagem que projeta para o mundo. Você é bem mais profundo do que isso.
A palavra “estereótipo” vem do grego “stereos” e “typos”, ou seja, “impressão sólida” e foi inventada pelo francês Firmin Didot, referindo-se à placa metálica utilizada para a impressão de livros mais baratos, o que revolucionou a indústria gráfica da época.
Pode-se dizer que impressão sólida e verdade é a mesma coisa? Não, em absoluto.
Numa sociedade líquido-moderna, termo cunhado sabiamente pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o superficial, a imagem projetada, a rapidez da comunicação, torna-nos intolerantes à subjetividade do outro, principalmente se ele for diferente, se não conseguirmos atribuir a ele, uma das nossas ideias preconcebidas do que ele deve ser.
Todo engenheiro é ateu. Todo advogado é conservador. Todo publicitário é louco. Todo ator é gay. Todo mundo que mora na zona sul de São Paulo é rico. Todo músico usa drogas. Os exemplos de sofismas que criamos para catalogar superficialmente pessoas e comportamentos são infinitos.
O grande perigo da nossa intolerância é, pela rapidez e liquidez do nosso comportamento social atual, relegarmos pessoas a representarem papéis estereotipados atribuídos pela sociedade a elas, em franco confronto com a sua individualidade e subjetividade, numa espécie de “bullying psicológico comunitário” que beira ao preconceito, que não é sinônimo de estereótipo.
Foto de Joel Parés
E essa é uma luta individual, não coletiva. Assim como é da natureza humana a complexidade subjetiva, também é da mesma natureza a racionalização e catalogação, numa polaridade que acaba por se complementar, gerando a grande beleza que há no feio e a grande feiura que há no belo.
Portanto, cabe a cada um de nós, o esforço de projetar em imagens a sua verdade interior e não aquela que deriva de um estereótipo coletivo, isso sim, é a verdadeira liberdade de expressão.
Você tem a licença poética de ser quem você é, de oferecer ao mundo a sua beleza e a sua podridão, independentemente dos rótulos morais-sociais que, porventura, possam ter-lhe catalogado em uma ou outra categoria preestabelecida pela sociedade.
E como diz Rita Lee, na linda voz de Maria Rita:
“Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda.
Meu peito não é de silicone,
Sou mais macho que muito homem.”
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