Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Em um canto de uma fábrica gigantesca nesta cidade do sul da China, as máquinas de costura que produziam blusas e camisas para os clientes da Lever Style Inc. agora acumulam poeira. À medida que o barulho no chão da fábrica diminuía, o mesmo ocorria com a folha de pagamento. Ao longo dos últimos dois anos, o número de funcionários da Lever Style na China encolheu em cerca de 30%, para 5.000 pessoas.

Em abril, a empresa começou a transferir sua linha de produção de roupas para a rede de varejo japonesa Uniqlo para o Vietnã, onde os salários podem chegar à metade dos pagos na China. A Lever Style também está testando transferir para a Índia a produção a para a rede de departamentos americana Nordstrom Inc., assim como outros clientes.

É uma questão de sobrevivência. Após uma década de quase 20% de aumento salarial por ano na China, a Lever Style afirma que não é mais possível ganhar dinheiro aqui.

"Na melhor das hipóteses, operar no sul da China é ficar no ponto de equilíbrio", diz Stanley Szeto, um ex-executivo de banco de investimento que em 2000 substituiu o pai no comando da Lever, uma empresa familiar.

Empresas que vão da grife de produtos de couro Coach Inc. à fabricante de calçados Crocs Inc. estão transferindo parte da sua produção para outros países à medida que a China, que já foi considerada o chão de fábrica do mundo, se torna menos competitiva devido às acentuadas altas salariais e à persistente falta de mão de obra. Esse tipo de iniciativa permite que as empresas mantenham os preços ao consumidor sob controle, apesar de a concorrência por mão de obra em lugares como o Vietnã e o Camboja também estar provocando alta nos salários nesses países.

Na Crocs, 65% dos seus calçados de plástico colorido devem ser produzidos na China neste ano por fabricantes terceirizados, abaixo dos 80% do ano passado. A Coach vai reduzir sua produção geral na China, que em 2011 representava mais de 80% do total, para cerca de 50% em 2015, assim a fabricante de bolsas não ficará dependente demais de um único país, disse uma porta-voz.

Alguma migração da produção na China é esperada, e até mesmo encorajada pelo governo, à medida que a economia do país amadurece. Assim como aconteceu com outras nações asiáticas que se tornaram eficientes na produção em massa, a China deve abraçar áreas de pesquisa e produção de alta tecnologia para transformar sua economia como já fizeram a Coreia do Sul e o Japão. Mas para um crescimento saudável da economia, a China deverá compensar essa perda ampliando rapidamente seu setor de serviços e criando postos de trabalho altamente especializados na indústria.

"Se os custos continuarem subindo, mas a China for incapaz de se tornar mais inovadora ou de desenvolver em casa [novas] tecnologias, então os empregos que vão para o exterior não serão substituídos por nada", diz Andrew Polk, economista em Pequim da firma de pesquisa de Conference Board.

A China continua a ser o país em desenvolvimento que recebe o maior volume de investimento estrangeiro direto. Ela atraiu US$ 112 bilhões no ano passado, mas esse volume foi 3,7% menor que o do ano anterior. As exportações continuam crescendo a taxas de dois dígitos, mas o crescimento está desacelerando.

Aqui no centro de produção da província de Guangdong, as fábricas da Lever Style oferecem uma janela para o futuro da indústria do vestuário na China.

A empresa, que tem sede em Hong Kong, costumava produzir as roupas dos seus clientes, que incluem Armani Collezioni, John Varvatos e Hugo Boss, em três fábricas na China. Mas a alta dos custos de mão de obra tem forçado a fabricante a se voltar para o que ela faz melhor: ajudar seus clientes a desenvolver roupas enquanto repassa a outros uma parte crescente da produção.

Em cinco anos, a Lever Style estima que 80% da sua produção será repassada a fábricas que ela gerencia por toda a Ásia.

À medida que ela transfere a produção para o Vietnã, a Lever Style diz ser capaz de oferecer aos clientes até 10% de desconto por peça. Isso é atrativo para varejistas americanos, cujas margens de lucro são em média de 1% a 2%, de acordo com a Federação Nacional do Varejo dos EUA.

Essa transição já está bem encaminhada. A Lever Style espera que, em poucos anos, 40% das roupas que ela fabrica para a Uniqlo, a maior rede de vestuário da Ásia e um dos seus maiores clientes, virão do Vietnã e 60% da China.

Muitos varejistas estão menos preocupados com o local onde o seu produto é feito do que com o preço, a entrega e a qualidade, diz Szeto, da Lever Style. Ainda assim, diz ele, embora a transformação da economia chinesa seja "a mudança certa para o país, eu considero isso um enorme desafio para nós como empresa".

http://www.sindivest.org.br/content/news/News_Item.asp?content_ID=4...

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que bom vermos que isto pode vir a ter um final ou pelo menos reduzir uns 90%, porque estas malditas redes de fast fashion nao so causa danos aos seres humanos atraves dos salarios miseraveis, mas tambem causa um dano enorme ao meio ambiente pois todo dia e jogado no lixo toneladas destas porcarias que se usa uma vez e joga fora pois esta semana esta na moda semana seguinte ninguem mais que ver e a cada 6 meses milhares de estilistas lançam mais porcaria nas passarelas, pois o que e moda oda mesmo ninguem joga fora, pois quem viu a peça mademoiselle chanel com a marilia pera onde desfila 15 looks originais criados a quase um seculo qualquer mulher que sabe se vestir de forma elegante queria ter todas aquelas peças no guarda roupa, agora eu pergunto que ainda quer um short com os bolsos pasando do tamanho da perna? ou uma saruel? lembram? estas e outras porcarias que criam todo dia que de moda nao tem nada e o que cada dia mais desgraça o planeta e nem vou falar da materia prima porque 90% com certeza e do maldito poliester.

Muitos varejistas estão menos preocupados com o local onde o seu produto é feito do que com o preço, a entrega e a qualidade.

Pois é Francisca. Graças a essa "desgraceira" toda que vc citou, é que medimos a evolução no mundo. Já imaginou se sete bilhões de seres humanos se vestissem com as mesmas matérias primas utlizadas por "Mademoiselle  Chanel"? Ou ninguém comeria, pois só haveria plantação de algodão no mundo ou só haveria de amoreiras (as Bombix Mon teriam que parir mais larvas da seda que nossas galinhas nas granjas do interior).

Não entendi direito seu texto - Parece que vc é a favor da padronização da moda. Se for, chegou tarde - Mao Tsé Tung fez a mesma coisa na década de 60. Adivinha onde? Adivinha...

Essa transição já está bem encaminhada. A Lever Style espera que, em poucos anos, 40% das roupas que ela fabrica para a Uniqlo, a maior rede de vestuário da Ásia e um dos seus maiores clientes, virão do Vietnã e 60% da China.

realmente oscar, voce e que nao entendeu nada, mas e assim mesmo nem sempre somos compreendidos, mas uma coisa  E MODA E outra bem diferente e roupa

Oscar da Silva disse:

Pois é Francisca. Graças a essa "desgraceira" toda que vc citou, é que medimos a evolução no mundo. Já imaginou se sete bilhões de seres humanos se vestissem com as mesmas matérias primas utlizadas por "Mademoiselle  Chanel"? Ou ninguém comeria, pois só haveria plantação de algodão no mundo ou só haveria de amoreiras (as Bombix Mon teriam que parir mais larvas da seda que nossas galinhas nas granjas do interior).

Não entendi direito seu texto - Parece que vc é a favor da padronização da moda. Se for, chegou tarde - Mao Tsé Tung fez a mesma coisa na década de 60. Adivinha onde? Adivinha...

Já tivemos muitos embates nesse espaço onde alguns louvavam a "eficiência chinesa" refutando a indústria nacional e sempre defendemos que os nossos problemas sempre estiveram muito mais ligados a enorme carga - tributária, trabalhista, de logística, e etc. - que paira sobre os empreendedores brasileiros do que efetivamente de competência. 

O que ocorre na China não é diferente do que já ocorreu por aqui, e é uma grande prova de que o que há é uma busca por preços miseráveis e degradantes e não uma competição justa.

Reafirmo mais uma vez: a globalização nos moldes que vem se desenvolvendo é apenas um processo nefasto e concentrador de renda. Não é boa para o mundo, não é boa para as nações, não é boa para a evolução humana. É apenas boa para uns poucos que vão concentrando poder e representa um enorme risco para o futuro da humanidade, porque dá grande fôlego para a tirania e os tiranos espalhados pelo mundo.

concordo plenamente com voce edson, disse tudo ninguem preserva mais valores, nem cultura, o ser humano e apenas uma peça desta maldita engrenagem da globalização, e triste morar numa regiao como a minha que tem um artesanato riquissimo e cheguei em veneza e vi uma vitrine linda com peças de labirinto fiquei contentissima de ver aquilo, quando cheguei perto que olhei era todo feito a maquina de forma grosseira e degradante e obvio a etiqueta made in china e isto que voce diz e a degradaçao da humanidade

   Os industriais irão explorar a mão de obra em outros paises asiáticos.

O PIOR E QUE E VERDADE ENQUANTO HOUVER MISERIA NO MUNDO VAI TER UM EMPRESARIO SEM ESCRUPULOS EXPLORANDO ISTO

As grandes empresas mundiais, so produzem onde tem mão de obra barata, isso é notavel que eles apelam para a exploração, e não dão valor a mesma, ao mesmo tempo é bom para o nosso país evitar a entrada de mercadorias da china que todos sabem que é uma concorrencia desleal referindo aos altos impostos.

Na marisa tem um monte de calças saruel que não acham que leve nem de graça, porque são muito feias. modas que lançam e nao pegam, prejuizos para os lojistas.

francisca gomes vieira disse:

concordo plenamente com voce edson, disse tudo ninguem preserva mais valores, nem cultura, o ser humano e apenas uma peça desta maldita engrenagem da globalização, e triste morar numa regiao como a minha que tem um artesanato riquissimo e cheguei em veneza e vi uma vitrine linda com peças de labirinto fiquei contentissima de ver aquilo, quando cheguei perto que olhei era todo feito a maquina de forma grosseira e degradante e obvio a etiqueta made in china e isto que voce diz e a degradaçao da humanidade

Muitos varejistas estão menos preocupados com o local onde o seu produto é feito do que com o preço, a entrega e a qualidade, diz Szeto, da Lever Style

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