O desmanche das indústrias de confecção começou nos anos “80”.
Neste período começou também o “BOOM” na construção de shoppings.
Os shoppings convidavam as marcas em evidência para participar “aliviando” o valor do aluguel porque era bom o shopping ter as marcas mais conhecidas.
Elas atraiam consumidores ávidos por novidades da Moda.
As marcas abriram mais lojas e aumentaram seu poder na compra e na venda.
Com o dólar nas alturas, a inflação em alta e o nosso mercado fechado para a concorrência, às marcas ficaram com um poder de fogo violento.
Por um bom período, as marcas, as indústrias e as facções, ganharam muito dinheiro.
Durante quase vinte anos este cenário prevaleceu.
O investimento maior das grifes era na difusão da marca, o desenvolvimento de novos produtos, a venda por atacado para multimarcas e a abertura de novos pontos de venda a varejo.
Ninguém queria investir na industrialização porque dava muito trabalho.
O que aconteceu neste período em especial no Rio?
-As aprendizes que antes entravam nas indústrias para aprender um ofício, não queriam trabalhar nas facções como informais. (sem carteira assinada)
-O salário de uma costureira profissional de costura estava muito baixo (comparando-se com o mínimo), o que não gerava nenhuma atração.
Para complicar ainda mais, neste período as escolas de formação de pessoal especializado em confecção (falo do Rio de Janeiro), deram mais atenção em formar estilistas do que promover treinamento para costureiras, cortadores, etc.
Valorizaram o glamour e esqueceram o trabalho.
As costureiras- mães não queriam ensinar o oficio para as suas filhas!
A costureira foi desaparecendo do mercado.
Hoje é muito difícil se encontrar costureiras iniciantes.
Com a mudança no Panorama Econômico Brasileiro:
-A estabilidade da nova moeda,
-O dólar com valor mais real,
-O aquecimento do mercado interno.
Os importados invadiram nosso mercado!
Com o sucateamento do parque industrial e a pouca capacidade produtiva instalada, ficou fácil para os importadores.
Eles colocaram no mercado uma gama de produtos com preços acessíveis, que mantiveram a margem de lucro e até aumentaram em alguns casos.
Grandes marcas e magazines hoje, para ter preços competitivos estão desenvolvendo e importando produtos.
O que deve ser feito para que possamos produzir mais internamente?
Será que a carga tributária não é um complicador para investimentos em indústrias?
Será que as instituições não deveriam focar mais no treinamento de trabalhadores?
Será que ainda há tempo? Vamos colocar em discussão!
-Qual o melhor caminho a seguir?
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Gustavo, o que vc cita que ocorreu no RJ tbm aconteceu com as unidades do SENAI MG, focaram no glamour da MODA e nao formaram mao-de-obra técnica. Não só a mão-de-obra direta, costureiras, mas também técnicos têxteis e de confecção. Não encontramos pessoal qualifidado tecnicamente para supervisionar linhas de produção e não encontramos cursos noturnos para qualificar quem já está trabalhando no setor. Em minha região algumas indústrias já assumiram há muito tempo, sem apoio institucional algum, a função de qualificar não somente seus colaboradores mas tbm a comunidade.
Mas como vc diz, talvez seja tarde. Existe uma defasagem tecnológica muito grande. O Brasil não fabrica quase nada de equipamentos e máquinas para o setor. Além da importaçao das máquinas, precisamos importar peças de reposiçao.
Indústrias de confecção mineiras, localizadas em importantes pólos têxteis, ficam inúmeros dias, quando não meses, aguardando remessa de peças de substituiçao para importadores. Tudo isso dificulta muito.
Hoje, não é só mão-de-obra, é carga tributária e tecnologia.
Tomara que a Indústria Confeccionista brasileira ainda consiga se reinventar.
Gustavo, o que vc cita que ocorreu no RJ tbm aconteceu com as unidades do SENAI MG, focaram no glamour da MODA e nao formaram mao-de-obra técnica. Não só a mão-de-obra direta, costureiras, mas também técnicos têxteis e de confecção. Não encontramos pessoal qualifidado tecnicamente para supervisionar linhas de produção e não encontramos cursos noturnos para qualificar quem já está trabalhando no setor. Em minha região algumas indústrias já assumiram há muito tempo, sem apoio institucional algum, a função de qualificar não somente seus colaboradores mas tbm a comunidade.
Mas como vc diz, talvez seja tarde. Existe uma defasagem tecnológica muito grande. O Brasil não fabrica quase nada de equipamentos e máquinas para o setor. Além da importaçao das máquinas, precisamos importar peças de reposiçao.
Indústrias de confecção mineiras, localizadas em importantes pólos têxteis, ficam inúmeros dias, quando não meses, aguardando remessa de peças de substituiçao para importadores. Tudo isso dificulta muito.
Hoje, não é só mão-de-obra, é carga tributária e tecnologia.
Tomara que a Indústria Confeccionista brasileira ainda consiga se reinventar. Adriana
ADRIANA FREITAS disse:Gustavo, o que vc cita que ocorreu no RJ tbm aconteceu com as unidades do SENAI MG, focaram no glamour da MODA e nao formaram mao-de-obra técnica. Não só a mão-de-obra direta, costureiras, mas também técnicos têxteis e de confecção. Não encontramos pessoal qualifidado tecnicamente para supervisionar linhas de produção e não encontramos cursos noturnos para qualificar quem já está trabalhando no setor. Em minha região algumas indústrias já assumiram há muito tempo, sem apoio institucional algum, a função de qualificar não somente seus colaboradores mas tbm a comunidade.
Mas como vc diz, talvez seja tarde. Existe uma defasagem tecnológica muito grande. O Brasil não fabrica quase nada de equipamentos e máquinas para o setor. Além da importaçao das máquinas, precisamos importar peças de reposiçao.
Indústrias de confecção mineiras, localizadas em importantes pólos têxteis, ficam inúmeros dias, quando não meses, aguardando remessa de peças de substituiçao para importadores. Tudo isso dificulta muito.
Hoje, não é só mão-de-obra, é carga tributária e tecnologia.
Tomara que a Indústria Confeccionista brasileira ainda consiga se reinventar. Adriana
Gustavo, meu camarada, você descreve exatamente o que aconteceu.
Tive confecção, como você sabe, nos anos 80 e simplesmente desisti. O desrespeito dos varejistas era inaceitavel para quem se desse ao respeito. Tudo era motivo para devolução, ou simplesmente "consignação". Estudei muito para ficar refem de umas meninas iniciantes, que de nada entendiam.
Hoje sou uma bem sucedida estamparia, orgulhosamente artesanal, que domina tecnicas super diferenciadas, com enorme acervo de estampas atuais, que tanto agradam logistas e confeccionistas.
Mas, confeccionar, nunca mais. Requer uma vocação quase sacerdotal, muita competência e conhecimento e, importantissimo, muito capital de giro, pois os prazo para receber são de doer.
Sábios são os japoneses, que sempre souberam valorizar seus fornecedores, a ponto de até investir neles para garantir a qualidade de quem os supria. Coisa que brasileiro ainda não entendeu.
Para resolver esse impasse só impostos mais baixos e menos encargos, que possam permitir melhores salários e valorização da profissão.
Fora o amadurecimento de muito empresário com mentalidade de "feitor de engenho".
Adriana,
Sou formado na Etiqt antes de ser Cetiqt.Na 1ª turma especializada em Confecções.
Infelizmente as instituições de ensino profissionalizante, ao inves de formar pessoal para o chão de fabrica se preocupou em formar pessoas para Criação e Estilo.
Este vácuo na formação causou a falta de pessoal especializado para produção e gestão.
Com a falta de pessoas na gestão com visão, somadas aos interesses economicos causou o que vemos hoje.
Indústrias que vendem mas não produzem e facções que produzem com equipamentos do tempo da vovó!
Temos que tentar mudar este panorama!
Adriana,
Sou formado na Etiqt antes de ser Cetiqt.Na 1ª turma especializada em Confecções.
Infelizmente as instituições de ensino profissionalizante, ao inves de formar pessoal para o chão de fabrica se preocupou em formar pessoas para Criação e Estilo.
Este vácuo na formação causou a falta de pessoal especializado para produção e gestão.
Com a falta de pessoas na gestão com visão, somadas aos interesses economicos causou o que vemos hoje.
Indústrias que vendem mas não produzem e facções que produzem com equipamentos do tempo da vovó!
Temos que tentar mudar este panorama!
Gustavo, meu camarada, você descreve exatamente o que aconteceu.
Tive confecção, como você sabe, nos anos 80 e simplesmente desisti. O desrespeito dos varejistas era inaceitavel para quem se desse ao respeito. Tudo era motivo para devolução, ou simplesmente "consignação". Estudei muito para ficar refem de umas meninas iniciantes, que de nada entendiam.
Hoje sou uma bem sucedida estamparia, orgulhosamente artesanal, que domina tecnicas super diferenciadas, com enorme acervo de estampas atuais, que tanto agradam logistas e confeccionistas.
Mas, confeccionar, nunca mais. Requer uma vocação quase sacerdotal, muita competência e conhecimento e, importantissimo, muito capital de giro, pois os prazo para receber são de doer.
Sábios são os japoneses, que sempre souberam valorizar seus fornecedores, a ponto de até investir neles para garantir a qualidade de quem os supria. Coisa que brasileiro ainda não entendeu.
Para resolver esse impasse só impostos mais baixos e menos encargos, que possam permitir melhores salários e valorização da profissão.
Fora o amadurecimento de muito empresário com mentalidade de "feitor de engenho".
GUSTAVO, A TÍTULO DE CURIOSIDADE, EM QUE EMPRESA(S) DE CONFECÇÃO(ÕES) TRABALHASTE E RESPECTIVA FUNÇÃO AQUI NO RIO E OU GRANDE RIO ?
Hans,
Comecei estagiando na Malharia Vencedor.Rio
Depois estagiei na De Millus.(lingerie)Rio
Como empregado:
Malharia Fonseca.(Karina Rio)
UMR.(grupo Citycol,Citilan,Guilherme Tell e Marvello)Rio
Salotex em SP.
Macbrás Rio.Engenharia de produto.
Saronord. Fortaleza/CE Gerente geral
Apa.Rio Encarregado de Sistemas e Metodos de trabalho.
Buttock. Rio Gerente de Produção.
Cetiqt.Rio.Ensino,Treinamento e Consultoria para confecções por 10 anos.Todo o Brasil. Consultor
Texcon.Rio Consultoria por 4 anos.Sócio-Consultor
Mutante Uniformes Profissionais. Rio.Sócio-Industrial
Angemar Rio Sócio.
Classe Jeans-Rio Gerente de Produção.
Cia das Marcas-Richards-Gerente geral da Fabrica construida em Valença.Rio.
Atualmente consultor Rio.
HANS JURGEN BRAEMER disse:
GUSTAVO, A TÍTULO DE CURIOSIDADE, EM QUE EMPRESA(S) DE CONFECÇÃO(ÕES) TRABALHASTE E RESPECTIVA FUNÇÃO AQUI NO RIO E OU GRANDE RIO ?
Gustavo: Primeiramente deixe-me cumprimenta-lo pela compactação de suas ideias e exposição claríssima dos fatos. Algum dia, minha mente arcana chegara lá. Tentando emula-lo:
O QUE ESTA SENDO FEITO: - Firmas têxteis brasileiras estão se movendo para Espano-América (A) buscando respaldo a tributação brutal brasileira, (B) procurando mais mão de obra disponível e proximidade dos EUA, o grande importador de confeccionados.
O QUE FAZER: -
A: - Robin URGENTE e esclarecedor ao governo para obtermos algum tipo de respaldo de taxação. Deixar de muitas reuniões com agua mineral e cafezinhos ( enfim, de Masturbação Mental), arregaçarmos as mangar e “brigar” em Brasília e DEMANDAR de nossos representantes.
B: - Começarmos um sistema de treinamento NO TRABALHO urgente. Trabalho /+ produção.
C: - Termos matéria prima abundante (algodão) plantada racionalmente. (Não em sistema de Gerenciamento de Crises)
D:- Maquinários modernos e produtivos é condição sine-qua-non.
E:- Técnicos em produtividade, marketing e todo o apoio de distribuição e baixo custo de produção.
F:- Nossos Industriais devem estar sempre reinvestindo em novos maquinários. O nosso custo operacional (impostos aparte) é alto e se houver os obsolência nas fabricas e baixa produtividades, não poderemos competir com quem trabalho em regime de semiescravidão.
E:- Deveremos nos adequar a trabalhar sem o caixa dois. O Leão esta dando menos margem a sonegação de impostos e nos orçamentos de custo, devemos planejar sem o CAIXA DOIS.
Essas são minhas ideias.
SdM
Sam,
Há vinte anos pelo menos eu discuto que:
-Temos falta de mão de obra especializada. R-Temos que formar pessoal para chão de fabrica!
-Temos maquinas ultrapassadas.R-Temos que isentar de taxas os equipamentos que nos permitam competir!
-Temos uma carga tributária muito alta.R-Tem que ser geral para aumentar o nº de empregados nas industrias!
Tudo que vc falou acima está contido nestas tres frases.
Só não está contido a questão do caixa dois(sonegação) que foi o ultimo artifício encontrado pelo brasileiro para ver se sobra algum no bolso.
Mas até hoje Sam,nunca vi o dinheiro da sonegação estar disponivel para pagar a multa aplicada pelo fiscal.
É mais fácil quebrar!
Temos que fazer isto tudo já! Reforço sua opinião.
Bem-vindo a
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