Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Este citrino, num desenvolvimento patenteado pela Orange Fiber, dá o mote ao desenho e à composição da nova coleção capsula da Salvatore Ferragamo, numa absoluta estreia mundial. Sem escorregar na casca, a casa de moda italiana prossegue, assim, a sua política de sustentabilidade, depois do uso de ráfia e da galalite.

A Salvatore Ferragamo parece empenhada em seguir na peugada do fundador da marca e desenvolver coleções com materiais inovadores. A mais recente investida da casa de moda italiana foi numa coleção cápsula, para a corrente estação quente, com tecidos produzidos a partir de celulosa da laranja, cuja apresentação coincidiu com a 47.ª edição do Dia Mundial da Terra, no passado 22 de abril,

Nos últimos anos, a empresa sediada em Florença tem vindo a patentear substitutos do couro, recorrendo à rafia para as partes superiores, à galalite (obtida a partir da caseína, a principal proteína do leite) para as solas e ao vidro, para contornar a escassez de certos materiais. Agora, para este projeto, a Salvatore Ferragamo usa tecidos sustentáveis de origem natural, sendo a primeira marca a utilizar o tecido patenteado da Orange Fiber, cujo toque é semelhante à seda.

A Orange Fiber foi fundada em 2014 por Adriana Santanocito e Enrica Arena, com o objetivo de desenvolver têxteis sustentáveis para a indústria da moda a partir de subprodutos de citrinos. Santanocito apresentou a ideia de usar os resíduos que sobram de espremer laranjas, o equivalente a mais de 700.000 toneladas de subproduto só em Itália. «Acreditamos que o luxo se elevou para novos padrões. A modernidade deve olhar além do status e considerar o futuro, e mais importante, o futuro do nosso planeta. Estamos empenhados em trazer práticas sustentáveis para a indústria da moda, dando o exemplo para a redução de resíduos e reaproveitamento orgânico. Permitimos que aqueles que vestem os nossos produtos se tornem não apenas consumidores, mas contribuidores para o movimento do Luxo 3.0, a forma contemporânea de construir um estilo de vida ético e sustentável», pode ler-se no website da Orange Fiber. A patente submetida já em Itália foi estendida aos EUA, Brasil, India, México e União Europeia.

A nova fibra é obtida a partir da celulose da laranja e pode ser usada sozinha ou em mistura com outras matérias-primas. A primeira parte do processo decorre na Sicília, onde a celulose cítrica é extraída, depois a matéria-prima é enviada para uma fiação em Espanha e, em seguida, volta a Como, Itália, onde outro parceiro transforma o fio em tecido, que pode posteriormente ser tingido ou estampado como os têxteis tradicionais.

Para esta coleção cápsula dedicada à primavera/verão 2017, a Salvatore Ferragamo pediu ao arquiteto e designer Mario Trimarchi – vencedor do prémio de design internacional Compasso d’Oro no ano passado – que criasse estampados exclusivos inspirados pelo mediterrâneo, em sintonia com a cultura da laranja. A equipa criativa da casa de moda italiana desenvolveu depois uma coleção de camisas, vestidos, calças e lenços cujo mote é, assim, dado por este citrino, tanto na composição como no design.

http://www.portugaltextil.com/moda-com-fibra-de-laranja/

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Respostas a este tópico

Que ótimo, mais uma inovação têxtil. Seria mais interessante se tivesse detalhamento técnico, como características técnicas do fio e do tecido.

Em 1974, quando eu estudava na Escola Francisco Matarazzo, fui informado sobre a fibra têxtil do leite (comentário do professor Anielo Aulete). Embora eu insistisse muito, não consegui conhecer referida fibra. Agora vem a fibra da laranja.Quero conhecê-la.

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