Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A pergunta de um milhão de Dólares : Para onde vai o Câmbio?

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Chega a ser curioso para quem acompanha o mercado financeiro há décadas, ver que os principais gestores e economistas que operam moedas têm, pela primeira vez, a mesma opinião: “não sei”.

Meu o objetivo aqui é apenas pontuar e consolidar algumas das principais questões que estão sendo discutidas no mercado financeiro e que podem influenciar a formação de preço do dólar.

Aspectos econômicos e políticos que podem estar “ajudando o real”

O dólar globalmente tem se enfraquecido, dada perspectiva de redução do aumento da taxa de juros americana. Quanto maior a taxa de juros do governo americano, mais dólares saem do Brasil e outros países para ficar nos EUA, rendendo com um menor risco. Além disso, outros dois pontos importantes são: o afrouxamento da política Covid Zero, da China, e a redução da percepção dos riscos com a Europa (guerra e abastecimento/preço do gás).

Acrescento ainda o “carrego” do Real para os investidores estrangeiros. Em outras palavras, boa parte dos recursos estrangeiros chegam ao Brasil buscando a rentabilidade da renda fixa (Selic) mais alta que nos seus países de origem. Esse fluxo de entrada de dólares tem ajudado a manter as atuais taxas de câmbio.

Principais pontos de preocupação

A situação de risco fiscal brasileira, sem dúvida, é crítica. Mas não é apenas o furo do teto, as mudanças nas regras e a ingerência política nas estatais que preocupam os agentes de mercado. É a forma e a alocação desses recursos.

O furo no teto, infelizmente, não vem com o objetivo de se fazer investimentos, que gerarão ganhos futuros, o que seria bem-visto pelo mercado, mas apenas para o aumento do consumo e despesas do governo e das pessoas, sem que o país possa ter no futuro um ganho de produtividade com este investimento.

Outro ponto crítico, sem dúvida, é a política econômica que se desenha para o novo governo. Algumas das primeiras ações e falas estão sendo muito mal absorvidas pelos investidores locais e internacionais.

Por último, uma questão importantíssima que sempre causa muito desconforto e incompreensão na maioria dos estrangeiros: a questão política.

Por exemplo, o Congresso (Câmara e Senado) tem um papel fundamental na proteção e constituição das nossas leis. No entanto, anteontem, a Câmara aprovou a mudança na Lei das Estatais, com ampla maioria e apoio inclusive da dita “oposição”.

Reparem na imagem que nossa classe política passa para os investidores estrangeiros e como isso deve influenciar na decisão de investir ou não em nosso país.

Vale destacar que este ponto da Lei das Estatais é inspirado em outros países e, aparentemente, foi modificada para beneficiar UM político específico, a pedido do Executivo.

Como já nos acostumamos com certas coisas, não nos surpreendemos com os detalhes da nossa política, mas quem não é local e recebeu em seu idioma a reportagem do jornal Valor Econômico, que transcrevo apenas o primeiro parágrafo, se impressiona ao ver como nossos políticos tratam as coisas importantes do país.

“A votação ocorreu a toque de caixa, com o projeto aprovado por 314 votos a 66. O texto inicialmente tratava apenas sobre mudanças de regras de publicidade institucional de estatais, e o parecer da deputada Margarete Coelho (PP-PI) protocolado à tarde se limitava a aprovar integralmente essas alterações. À noite, contudo, na hora da votação, Margaret acolheu emenda do líder do PSB, deputado Felipe Carreras (PE), para reduzir a quarentena.”

Como algo superimportante foi votado a toque de caixa? Para piorar, o jornal descreve como foi feita essa mudança: “o texto inicial era APENAS sobre o marketing das estatais. Porém, na hora da votação, incluíram essa emenda que não tem nada a ver com marketing. E ela foi aprovada.

Parece piada, mas ninguém comenta sobre a decisão do que era o principal ponto da votação: o aumento da verba de marketing. E sobre isso, nem vamos entrar no mérito, pois renderia outro artigo…

DANIEL FUKS

Daniel Fuks é formado em administração pelo IBMEC-RJ. Com cursos de especialização em finanças na Universidade de Chicago e MBA pela Quinlan School of Business também em Chicago. Em 2005, lançou o primeiro fundo de previdência exclusivo (não vinculado a um banco/seguradora) para seus clientes. Em 2008, foi o responsável pela criação e desenvolvimento da área de previdência privada da Gávea Investimentos até a mudança dessa área para o JPMorgan em 12/2013 quando fundou a Skuf. Daniel também realiza desde 2009 o trabalho voluntário de educação financeira a estagiários do programa Jovem Aprendiz através de palestras e desafios.

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