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Acordo Transpacífico altera cenário comercial de países da América Latina

Acordo Transpacífico altera cenário comercial de países da América Latina

Por: INterface

O Acordo de Associação Transpacífico (TPP), assinado por 12 países banhados pelo oceano, terá forte impacto na economia das nações latino- americanas. Só três países da região fazem parte do pacto.

O novo tratado - selado no início do mês - é uma das principais bandeiras do presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que o chamou de "o marco comercial do século 21". Porém, em todo o mundo há afirmações contrárias ao acordo. E na América Latina não poderia ser diferente.

Durante evento realizado pelo Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), no Rio de Janeiro na semana passada, representantes de países da região minimizaram o tratado.

Mark Mcguiness, presidente do México no Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), disse que seu país se viu forçado a entrar no TPP porque já fazia parte do Tratado Norte-americano de Livre-Comércio, o Nafta, e "para não perder o que tinha no Nafta, teve que fazer parte da novidade".

O mexicano usou uma analogia para explicar a opção do país: "quando você faz o download de uma atualização para um aplicativo que gosta, pode acabar perdendo algumas coisas que gostava do programa original".

Para o México, o novo acordo pode ser prejudicial já que nove novas nações passam a fazer parte de um grupo que contava com apenas três membros. A "atualização para o aplicativo" Nafta trará concorrentes de peso para os mexicanos, como Vietnã e Nova Zelândia, que agora também terão menos barreiras para negociar com Estados Unidos e com o Canadá. O empresário chileno Jorge Errázuriz, presidente do país no CEAL, também não demonstra tanto entusiasmo em relação ao acordo. "O Chile já tem acordos bilaterais com a maioria dos países participantes do TPP, assim, creio que não vá trazer muita diferença", disse.

Para ele, o tratado é um "movimento" dos Estados Unidos com o objetivo de "equilibrar o peso da China [no comércio internacional]".

Se o acordo é visto com desconfiança por mexicanos e chilenos, que estão dentro do bloco, quem ficou de fora observa o TPP de maneira diferente. "A Colômbia não entrou, mas estamos vendo como poderemos fazer para ter parte no acordo, seria importante para nós", disse o representante colombiano no CEAL, Miguel Cortés.

Entre os países latino-americanos há apenas três participantes, Chile, México e Peru. Além destes, participam nações da América do Norte, Oceania e Ásia: Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Brunei, Malásia, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã. Juntos, os membros do tratado acumulam cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O acordo ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos dos países para que possa entrar em vigor.

Brasil e o TPP
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, também afirmou que o "Brasil pode vir a se integrar nesse acordo, já que nenhum país está excluído". Na semana em que o pacto foi firmado, a autoridade brasileira admitiu que o TPP poderia trazer consequências negativas para as negociações do País.

Monteiro também voltou a dizer que o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, discutido há anos pelos dois blocos, pode ser favorecido pelo TPP. "Agora se torna mais prioritária a ação de integração entre os blocos, já que a própria União Europeia vai querer fortalecer sua integração com a América do Sul."

O início da troca de ofertas entre sul-americanos e europeus, considerada um passo importante para criação do tratado, deve acontecer no mês que vem.

O ministrou também comentou que o TPP não impede que o Brasil tenha um relacionamento mais intenso com os Estados Unidos. Monteiro lembrou que em 2015 o país norte-americano já é o principal destino das exportações de manufaturados. "Nós exportamos mais de US$ 20 bilhões para o mercado norte-americano e estamos removendo barreiras não-tarifárias", disse ao participar do evento.

Mesmo com a desaceleração da economia chinesa, a recuperação dos Estados Unidos pode colaborar para que, pelo menos do lado da balança comercial, as notícias sejam mais positivas neste ano e também em 2016.

De acordo com o ministro do MDIC, a expectativa é de que a balança comercial registre um saldo positivo de US$ 15 bilhões em 2015 e de US$ 30 bilhões no ano que vem.

No acumulado deste ano até a segunda semana de outubro, o saldo comercial superou a barreira dos US$ 11 bilhões. As exportações totalizaram US$ 150,085 bilhões e as importações, US$ 138,809 bilhões.

Conclusão
Por outro lado, com relação à América Latina o CEAL concluiu que, apesar do evento ter mostrado que há um potencial para que a região tenha mais influência no cenário internacional, é preciso que mais ações neste sentido sejam feita. "Para tanto aceitamos o convite do BID para selecionar algumas ações do Diálogo Empresarial das Américas e ajudar a implementá-las nos próximos três anos. O mesmo se aplica às propostas da OEA, onde o CEAL recebeu um grande apoio de seu secretário-geral", afirmou o conselho por meio de comunicado.

FONTE: DCI

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