Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Argentina ainda retém produto brasileiro, reclama exportador

Fonte:|comexleis.com.br/news|

Pressionado pelos empresários brasileiros, o governo argentino anunciou no fim de julho a liberação em massa das licenças não-automáticas de importação de móveis e calçados fabricados no Brasil, mas ainda continua retendo por até 130 dias as guias dos produtos têxteis, enquanto o prazo autorizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio) não pode ultrapassar os 60 dias.
Segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), são 160 categorias de mercadorias do segmento que estão encalhadas esperando a boa vontade da burocracia argentina, sobretudo os itens para cama, mesa e banho. A medida, que já vem sendo aplicada há dez meses sob o pretexto da crise econômica mundial, permite às autoridades do país vizinho controlarem os volumes de produtos importados.
“Estamos colocando com clareza para o governo argentino que não existe sentido em continuar penalizando o Brasil por tanto tempo”, reclama o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel. Para ele, os empresários brasileiros tem sido alvo de discriminação enquanto o mercado do maior parceiro comercial do país no Mercosul está sendo tomado pelos chineses.
As vendas de produtos têxteis brasileiros para o vizinho, segundo dados da Abit, caíram 43% nos sete primeiros meses de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado, passando de US$ 300 milhões para US$ 169 milhões. Desde 2005, a participação brasileira nas compras argentinas dessas mercadorias recuou de 41% para 23%, ao passo que o crescimento chinês (de 4% para 23%) ocupou essa lacuna e igualou a posição brasileira.
Pimentel avalia que a abertura para a China acabará fragilizando a indústria argentina, em vez de protegê-la. Ele cobrou uma atuação mais dura das autoridades brasileiras para o cumprimento dos prazos legais de liberação. “O governo precisa ser mais incisivo”, reforçou.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, reconhece que ainda existem problemas nas liberações de alguns setores, mas afirma que o governo argentino está mais disposto a fazer concessões. Segundo ele, a dificuldade de acordo no segmento têxtil se deve às múltiplas entidades que representam o setor no país vizinho.
Ramalho também negou a hipótese dos produtos chineses estarem sendo favorecidos em detrimento dos brasileiros. “Como o Brasil tem uma participação maior no mercado argentino, proporcionalmente a queda nos embarques também é maior que a de outros países.”
Segundo técnicos do ministério, a principal divergência entre empresários argentinos e brasileiros diz respeito ao comércio de lençóis e toalhas, cujo volume de exportações caiu 30% no primeiro semestre deste ano em relação à primeira metade de 2008, de cerca de 3.500 toneladas para 2.400 toneladas. “Outros ramos da indústria obtiveram sucesso primeiro, mas isso não significa que paramos de nos queixar. Continuamos estimulando as negociações”, disse Ramalho.
Outro setor afetado por essas barreiras ao comércio com aquele país é a indústria de brinquedos, que calcula um prejuízo de US$ 15 milhões acumulado desde o início do ano passado. “Não sabemos mais o que fazer, pois já faz um ano e meio que não conseguimos entrar na Argentina”, afirmou Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq, que representa o setor.
Por se tratar de um tema delicado na relação entre os dois países, a embaixada Argentina no Brasil não quis se pronunciar sobre a liberação das licenças. A próxima reunião bilateral entre os setores e os negociadores de cada governo está marcada para os dias 3 e 4 de setembro, em Buenos Aires.
Fonte: Folha de São Paulo

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