Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Armazenagem e distribuição: é melhor assumir ou terceirizar?

Por Interface

texto publicado originalmente na edição de maio da Revista Guia Marítimo Especial

As escolhas feitas por cada tipo de gestão variam entre utilizar operadores logísticos ou administrar o próprio estoque, delegar parte da produção ao gestor das unidades de armazenagem, manter instalações próprias ou terceirizar os espaços por meio de cross-docking, compartilhar centros de distribuição com outros clientes do operador ou optar por unidades exclusivas.

Seja qual for a opção para gerenciamento logístico da produção, a atividade é imprescindível para a competitividade da empresa e interfere diretamente nos custos, integridade e imagem do produto.

Localizada em Contagem, no estado de Minas Gerais, a indústria de alimentos congelados Forno de Minas, cujo principal produto é o pão de queijo, optou por terceirizar todos os seus estoques, exceto o da própria cidade onde fica a fábrica. O gerente de logística da companhia, Luís Villani, conta que toda a mercadoria distribuída pela Forno de Minas no país é acondicionada em centros de distribuição terceirizados, compartilhados, e com operadores logísticos locais, “a maneira mais eficiente para fazer o produto chegar ao mercado bastante pulverizado”.

Já a indústria de produtos para iluminação OSRAM fechou recentemente as instalações de produção e de armazenagem em Osasco para transferir toda a atividade da empresa para um depósito recém-inaugurado com gestão da suíça Kuehne + Nagel, que fará não apenas as atividades de inbound e outbound como também será responsável pelo gerenciamento de estoque. 

O transporte e a gestão de importações, bem como a distribuição dos produtos, ainda são realizados por prestadores de serviço contratados pelo próprio cliente. Porém, o CEO da OSRAM, Everton Mello, diz que a parceria deve se fortalecer pelos próximos anos.

Com três Centros de Distribuição espalhados pelo interior de São Paulo, o presidente do Grupo Martins, Lourival Martins, garante que a opção por espaços compartilhados, os chamados “Campus”, oferecem vantagens como custo e expertise, embora aumentem relativamente a possibilidade de erros nas operações.

Por outro lado, há empresas que viveram a experiência da terceirização, e hoje optam por administrar suas próprias unidades de armazenagem e distribuição, como a indústria de telhas Eternit, que mantinha um CD até abril de 2015, mas decidiu migrar os produtos para as unidades próprias e dispensou a gestão de operador logístico. “Atualmente, a Eternit efetua o armazenamento de produtos somente em suas unidades fabris, tendo como principal motivo para essa migração o custo da gestão e da movimentação”, conta Guilherme Ravelli Chicuto, Gerente de Suprimentos e Logística do Grupo Eternit.

Com operações essencialmente baseadas no transporte rodoviário e marítimo, especialmente nos fretes internacionais, a Eternit hoje em dia controla o fluxo das próprias mercadorias. “Utilizamos fortemente o modal marítimo, com algumas exceções aéreas, além de cabotagem para transporte nacional, de Manaus a Itapoá”, explica Guilherme Chicuto, que vem também avaliando operações envolvendo as ferrovias, um modal que a empresa já utilizou no passado, mas que considera estudar por conta de novas rotas criadas recentemente.

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