Ricardo Alban diz que a economia brasileira sofre desaceleração prejudicial, enquanto, nos Estados Unidos, o controle da inflação é feito de forma compatível com o crescimento do PIB.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, avalia que o Banco Central tem todas as condições para acelerar o ritmo de redução da taxa básica de juros, Selic, para no mínimo, 0,75 ponto percentual. A queda é aguardada para a quarta-feira (31), após a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM). “Precisamos de menos conservadorismo do Banco Central, vis a vis, o que já começamos a ver nas demais economias”, diz Alban.
O presidente da CNI frisa que a inflação corrente no Brasil e as expectativas de inflação estão caindo sistematicamente. O IPCA fechou 2023 em 4,6%, dentro do intervalo previsto na política de meta de inflação e registrou queda em relação aos 5,8% registrados em 2022. Desta forma, reduzir mais rapidamente a taxa de juros não irá, de forma alguma, comprometer o cumprimento das metas de inflação.
“Adiar a aceleração no ritmo de queda da Selic seria uma decisão equivocada que penalizaria ainda mais a atividade econômica no Brasil. A atividade econômica está sofrendo demais com esse nível absurdo da taxa de juros real no Brasil. O nível de cumulatividade dos juros reais sobre as cadeias produtivas já nos permite dizer que é atualmente um dos mais representativos Custo Brasil”, diz Alban.
Além disso, a tendência é de continuidade da queda na inflação. As expectativas levantadas pelo Boletim Focus, do próprio Banco Central, já apontam inflação de 3,8% no final de 2024. Há um mês a expectativa para 2024 estava em 3,9%. Além de estarem em forte queda, as expectativas já apontam que a meta de inflação de 2024 (3% ao ano podendo variar entre 1,5% e 4,5% ao ano), será cumprida com folga.
O presidente da CNI avalia que, mesmo com as quatro reduções de 0,50 ponto percentual realizadas na Selic desde agosto, a taxa de juros real, que desconsidera os efeitos da inflação, continua muito restritiva. No momento, está em 7,65% ao ano, o que representam 3,15 ponto percentual acima da taxa de juros neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica. O Banco Central estima que a taxa de juros neutra é de 4,5% ao ano.
Alban lembra que, enquanto no Brasil o Banco Central força uma queda desnecessária da economia, nos Estados Unidos, a redução da inflação tem sido feita de forma compatível com um expressivo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2023, o índice de preços, que serve de base para o Banco Central Norte-Americano (Fed), o PCE, ficou em 2,6%, contra 5,4% em 2022. Ao mesmo tempo, o crescimento do PIB alcançou 2,5% em 2023, mais do que em de 2022, quando alta foi de 1,9%.
Nesse cenário, e mesmo apresentando uma taxa de juros real de apenas 2,7% ao ano, as expectativas são de que o Fed comece a reduzir a taxa de juros ainda no primeiro trimestre de 2024. “Esse movimento reforça ainda mais a urgência de que o Banco Central do Brasil acelere o ritmo de cortes da Selic”, afirma. Segundo ele, é urgente que, definitivamente, nosso Banco Central, com a sua independência, se some ao necessário esforço do crescimento econômico sustentado do Brasil.
“O nível atual da taxa de juros tem castigado desnecessariamente a atividade econômica. Externamente é iminente o início da redução de taxas de juros pelos países desenvolvidos. Assim, se não acelerarmos os cortes da Selic, ficaremos ainda mais distantes do patamar de taxa de juros praticado nesses países”, afirma Ricardo Alban.
Ricardo Alban lembra que o PIB ficou estagnado no terceiro trimestre de 2023 e as expectativas são de que tenha caído no último trimestre de 2023, pois o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) registrou recuo de 0,2% em outubro e estabilidade em novembro.
Na indústria a situação é crítica. Segundo o IBGE, a produção da indústria de transformação acumulou queda de 0,9% entre janeiro e novembro de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022. O setor ainda opera 2,3% abaixo do nível de produção pré-pandemia. Mas a queda da atividade econômica também chegou também aos serviços e ao comércio.
O varejo tem alternado meses de queda com meses de crescimento modesto. Após as vendas caírem 0,3% em outubro, houve aumento de apenas 0,1% em novembro. O setor de serviços acumulou recuo de 2,2% em três meses consecutivos de queda, entre agosto e outubro, ainda que tenha avançado 0,4% em novembro.
Da Agência de Notícias da Indústria
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