Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brasil vende tênis de corrida ao mesmo preço da Suíça… com uma renda per capita seis vezes menor

Preço médio dos tênis vendidos no Brasil gira em torno de US$ 94,24, distante dos US$ 51,79 praticados no Chile e dos US$ 71,97 na África do Sul.

Comprar um tênis esportivo no Brasil é tão caro quando adquirir o mesmo bem em um país europeu como a Suíça - com a diferença de que lá o PIB per capita é de 75,8 mil, e por aqui, 12,4 mil. Essa é uma das conclusões da auditoria realizada no varejo pela consultoria de mercado GfK ao longo de 2012. Segundo o estudo, o preço médio dos tênis vendidos no Brasil gira em torno de US$ 94,24, muito próximo do valor cobrado na Suíça - US$ 100,14 -, mas distante dos US$ 51,79 praticados no Chile e dos US$ 71,97 na África do Sul, sede da última Copa do Mundo. 

“A questão é que pagamos por uma realidade Suíça, mesmo com renda tão inferior. Isso acontece, entre outros motivos, porque uma parcela significativa dos calçados esportivos é importada ou reúne componentes importados”, explica Claudia Bindo, Gerente de Unidade de Negócio da GfK Brasil.

Segundo ela, especialmente no segmento de tênis para corrida há grande demanda por calçados mais elaborados. Isso aumenta o abismo entre os preços: Brasil (US$ 116); Chile (US$ 55); África do Sul (US$ 86); Suíça (US$ 147). No caso dos tênis para futebol, mesmo com o preço brasileiro mais baixo que o suíço, ainda há grande diferença em relação aos outros países de renda inferior: Brasil (US$ 73); Chile (US$ 44); África do Sul (US$ 57); Suíça (US$ 91). A desproporção se mantém em calçados para lazer: Brasil (US$ 98); Chile (US$ 51); África do Sul (US$ 68); Suíça (US$ 74).

A pesquisa mostra ainda que, do total de calçados esportivos vendidos no Brasil no ano passado, 10% eram produtos acima de USD$ 150, o que se repete na Suíça e não no Chile e na África do Sul.

Apesar de as marcas brasileiras terem aumentado sua importância – cresceram de 45,5% para 47% entre 2011 e 2012 – as marcas globais que atuam no Brasil ainda têm predominância no mercado brasileiro: passaram de 54,5% em 2011 para 53% em 2012. Entre as marcas locais, 85% dos produtos vendidos custam até R$ 150, enquanto entre as marcas globais essa fatia é de apenas 38%.

O sucesso da corrida

A venda de calçados para corrida é a que mais cresce no Brasil, conforme a avaliação da GfK Brasil. Em 2011, respondia por 13% do mercado de calçados esportivos, passando para 17% em 2012. Itens para futebol (chuteiras) permaneceram em 13% nos dois anos, enquanto a categoria de tênis para lazer, multiesporte e outros caiu de 74% para 70% no período analisado.

Mesmo com a estabilidade das marcas locais em Lazer e Multiesporte, elas ainda estão atrás na disputa por compradores de calçados para corrida, sendo que apenas 12% dos volumes das marcas locais são deste segmento. Para as marcas internacionais, o segmento corrida representa 21% das vendas totais no ano de 2012. Isso se confirma em outro dado do estudo: as marcas globais já concentram 67% do volume total de unidades vendidas no segmento de corrida, com tendência de crescimento.

“São produtos mais atrelados a performance e também à marca”, explica Claudia, completando: “A corrida está crescendo no Brasil e em outros países em que a GfK atua. É um mercado de muitas oportunidades. Para se ter uma ideia, esse segmento cresceu 35% no ano passado contra apenas 3% do mercado brasileiro total de calçados esportivos”, conclui.

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Comentário de Antonio Silverio Paculdino Ferre em 14 março 2013 às 11:22

Mas não é só tenis, é quase tudo. Veja roupa e até alimentação. Comida em supermercado americano é a metade(n0 final do mês) do que aqui.

Comentário de Sam de Mattos em 13 março 2013 às 10:57

Questao de prioridade: Esse dinheiro e acquisicao do tenis la na Suissa eh algo de prioridade nr. 32 e o seu preco eh uma migalha do salario do comprador. Aqui acontesse o oposto: Essa acquisicao eh algo importantissimo e a compra representa uma fatia substancial do salario. Moral da historia: Somos um pais de APARENCIA, de "farol" e temos as nossas prioridades bem ... diferente das dos suissos.

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