Fonte:|clicrbs.com.br|
João Henrique Marchewsky entrou na Buettner como office-boy, em 1972.
Ainda sob a administração da família dos fundadores, chegou aos postos de diretor financeiro e membro do Conselho de Administração. Mas foi depois de a empresa de Brusque ser vendida que ele teve a grande oportunidade da sua carreira profissional: assumir a cadeira de diretor presidente.
Em 1998, ano em que a empresa completou um século, o
controle acionário trocou de mãos. Saiu a família fundadora e entrou a holding Erpa. No mesmo ano, Marchewsky assumiu a presidência.
–
Era um momento muito difícil e a família não quis mais dar continuidade ao negócio. A empresa era uma grande exportadora e, na época, com o real valorizado, as vendas no exterior estavam caindo bastante. A situação financeira foi agravada pela falência de grandes clientes nossos na mesma época – recorda.
Após a mudança de comando, a Buettner
aumentou a produção e investiu no mercado externo. Hoje, o mercado interno voltou a ser o foco. A participação dos compradores internacionais reduziu, nos últimos três anos, de 55% para 15%. A empresa chegou a vender para 45 países. Hoje são 10.
– Estamos
nos readequando às novas condições do mercado, reduzindo a exportação e voltando a prestar serviços, como fiação e tinturaria, para outras empresas têxteis – explica Marchewsky.
A readequação fez a
receita da empresa cair de R$ 172,8 milhões, em 2008, para R$ 156,3 milhões no ano passado. As vendas no exterior baixaram de R$ 34,6 milhões para R$ 19,8 milhões, na mesma comparação. Para Marchewsky, 2010 ainda será um ano de adequações e, a partir de 2011, a empresa voltará a ser lucrativa.
– Mas, para a exportação, acho que não voltamos
mais. Tem como crescer bastante no Brasil. Não dá para recolocar toda a produção que exportava dentro do mercado interno, mas dá para manter um crescimento vegetativo e se adaptar. É preciso reduzir, desacelerar, para depois voltar a aumentar.
A redução a que Marchewsky se
refere foi tanto de produção quanto de pessoal. Em 2004, produzia quase
700 toneladas por mês. Hoje, faz 400 toneladas. O número de funcionários chegava a 1,6 mil mais 400 terceirizados. Hoje, são 1,3 mil no total.
Em
busca da retomada, a empresa tem investido em inovação tecnológica, com produtos para as classes A e B e com matéria-prima diferenciada, como a fibra de bambu e o fio egípcio. A classe C não está nos planos, por enquanto, porque exigiria um volume de produção muito elevado.
A
Buettner começou sua história produzindo toalhas de mesa, mosquiteiros e tecidos para bordados. Em 1965, a empresa passou a fabricar as famosas toalhas felpudas. E, uma década mais tarde, lançou os roupões.
Hoje,
a toalha de banho é o carro-chefe. São produzidas, em média, 5 mil toneladas de peças por ano. A linha de cama foi licenciada para outra empresa.
Com investimentos pessoais em outras empresas da região,
Marchewsky, economista e ex-professor universitário, diz que é preciso ter paciência para ter lucro. E paciência é algo que não falta quando se trata de uma grande empresa centenária.
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