Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Câmbio e volatilidade dificultam recuperação da exportação de têxtil

Por: Interface

O cenário de alta volatilidade cambial começa a ameaçar os planos dos empresários do setor têxtil para as exportações, quando eles inicialmente esperavam que este ano seria mais propício para as vendas externas com o câmbio depreciado. Se por um lado o patamar atual do câmbio ainda tem estimulado a substituição de importação, por outro a queda no consumo doméstico impede um efeito mais significativo para a produção nacional.

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, considera que a alta volatilidade coloca alguns empreendedores em estado de maior cautela antes de investir para atender o mercado externo. A expectativa da Abit era de que empresários se preparassem melhor para as exportações e que um cenário mais positivo se desenharia com uma continuidade do patamar cambial favorável. "O câmbio tem um efeito enorme na questão das vendas externas, de forma quase que imediata, em termos de geração de novos negócios. O conturbado cenário atual está atrapalhando esse processo", afirmou, referindo-se ao atual momento político do País.

Mesmo com a depreciação do real ao longo de 2015, as exportações de têxtil recuaram 8,2%, para US$ 1,08 bilhão. A explicação estaria numa capacidade de reação mais lenta, na necessidade de ajustes operacionais para se atender as vendas externas.

Nos dois primeiros meses de 2016, conforme dados da Abit, o saldo negativo da balança comercial do setor têxtil encolheu, sobretudo em razão de uma redução nas importações. O saldo atingiu US$ 571 milhões de déficit ante US$ 1,075 bilhão de déficit no primeiro bimestre do ano passado. As importações saíram de US$ 1,224 bilhão para US$ 714 milhões, enquanto as exportações também caíram de US$ 149,201 milhões para US$ 142,832 milhões.

A apreciação recente da moeda brasileira, associada ao desenrolar do processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, é vista como mais uma fonte de instabilidade para o setor.

Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, o cenário atual é de incerteza também do ponto de vista de demanda por produtos nas principais economias do mundo. "Além do processo político, há também o fato de a recuperação das principais economias internacionais ainda não estar muito nítida". Cagnin cita principalmente os Estados Unidos, que são um dos principais mercados para têxteis. A tendência de continuação da alta volatilidade pode implicar na liquidação de alguns ativos, como fechamento de fábricas ou venda para outros grupos, segundo ele.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO

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