Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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China pressiona mineradora a rever reajuste -

(Fonte: O Globo)

A China, maior consumidor de minério de ferro do mundo, aumentou a pressão para as empresas a mudarem seu sistema de reajuste de preços. As três maiores produtoras da matéria-prima, a Vale, e as australianas BHP Billiton e Rio Tinto, abandonaram em 2010 o sistema de definição de preços anual, que era usado há décadas, e substituíram o sistema por um mais flexível, baseado em índices trimestrais, pelo qual a média da cotação do minério de ferro num trimestre é a base para os contratos com entregas para o trimestre seguinte. A China afirma que a nova fórmula é sujeita a especulação e não serve aos interesses da indústria siderúrgica do país como um todo. — As mineradoras expressaram atitude positiva (de mudar o sistema) e as empresas de aço chinesas devem ter uma atitude positiva também — disse ontem Zhu Jimin, presidente do Shougang Group, uma das maiores siderúrgicas chinesas, e também presidente da Associação de Ferro e Aço da China (Cisa). No fim de outubro, ao divulgar seu resultado no terceiro trimestre, a Vale admitiu mexer no sistema e rever os contratos. Segundo a empresa, caso as renegociações avancem, o valor final da tonelada do minério poderá cair de 10% a 15%. A China responsabiliza o "comportamento monopolista" de Vale, Rio Tinto e BHP pelo desempenho fraco de suas usinas. A ideia do modelo trimestral era refletir melhor as mudanças de mercado e reduzir a necessidade de negociações, às vezes demoradas e tensas, de preços com seus clientes, particularmente os da China. Atual mente, as siderúrgicas estão comprando minério com base em valores de junho a agosto, perto de US$170, apesar de os preços terem caído para US$127 a tonelada, em média — uma queda de 25%. Vedete da balança comercial brasileira neste ano, o minério de ferro dá os primeiros sinais de que a crise financeira global atingiu o comércio exterior. Estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) feito a pedido do GLOBO mostra que a queda dos preços da commodity é uma sombra sobre as exportações do país para 2012. As cotações do minério influenciam os preços do aço, dos semimanufaturados de ferro e aço, além do ferro-gusa. Juntos, os quatro itens representam embarques para o exterior neste ano de cerca de US$50 bilhões — um quarto das exportações previstas para 2011. E s& oacute; as exportações de minério neste ano devem render ao país cerca de US$40 bilhões, ou quase 17% de todas as suas receitas com as vendas externas. De acordo com o último índice IC-Br do BC — que mede a variação de preços internacionais de produtos básicos mais sensíveis às mudanças nas condições econômicas —, os minerais exportados pelo Brasil caíram 6,5% até outubro. Mantida no atual patamar, somente a diferença de preços do minério no mês passado significaria uma perda de US$9 bilhões nas exportações brasileiras a partir de 2012. — Com a queda do preço do minério, cai o preço do aço. Já começamos a ver mudanças de curso em alguns investimentos de aço. O ferro-gusa também será afetado. Está em Minas e no Pará. Estamos falando apenas de queda de preço, mas pode vir acompanhado de queda de quantidade. E aí os US$9 bilhões do minério podem ser muito mais — explicou o presidente da AEB, José Augusto de Castro. China, Holanda, Japão, Itália e França têm o minério de ferro como o principal produto que mais compram do Brasil. Para a Alemanha, é o segundo item. Sozinha, a China é o maior comprador do produto brasileiro. Com as incertezas em relação à duração da crise na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, grandes empresas internacionais reavaliam novos investimentos. Maior produtora de aço do mundo, a Arcelor Mittal anunciou o adiamento de novos investimentos no Brasil e culpou a crise. “No contexto da desaceleração da economia global e da fragilidade dos mercados da Europa e dos Estados Unidos, a ArcelorMittal Brasil vai parar temporariamente as obras do projeto de expansão da ArcelorMittal Monlevade (em Minas Gerais)”, informa comunicado recente da empresa. A ArcelorMittal garante que a medida é temporária. A Vale também já identificou cancelamentos de encomendas europeias. Na apresentação do último balanço, o diretor-executivo de Marketing, Vendas e Estratégia, José Carlos Martins, admitiu cancelamentos pequenos, mas garantiu que em nada se parecem com os de 2008: — Não é essa a situação hoje, você tem alguns ajustes. No momento, o que nós temos feito, em termos de materiais da Europa, é mandar (desviar) para a Ásia, isso não tem passado de dois navios, no próximo mês talvez sejam três, e nós acreditamos que não vai passar disso. Quer dizer, até agora o nível de postergação dos clientes tem sido bastante pequeno. Nada comparado à situação de 2008.

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