Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

COBRIR O CORPO E FORRAR A BARRIGA

A indústria têxtil, bem como a indústria alimentar, jamais acabarão. Vou re-frasear isso: Enquanto o ser humano tiver que cobrir as vergonhas ou forrar a barriga, haverá gente plantando algodão e soja. Fiando e colhendo. Tecendo e empacotando.

O mundo está se modificando rapidamente. Eu não tenho estatística aqui e neste Domingo preguiçoso - nem pesquisa eu vou fazer. Mas mundo afora mais escassa se torna a imagem de menininhos seminus, jogando pelada, com um calçãozinhos de pano ralo, desbotado, a serem lavados no tanque todas as noites, pela mãe.

As gramas e quilos de fibras aumentam em nosso vestuário, e assim continuara com 3/4 da população mundial tendo o poder de aquisição para se vestir - e comer melhor: Os preços na alimentação, seguindo o vestuário estão subindo – e rapidamente. O que escrevo sobre o Têxtil serve para a Indústria Alimentícia, mas concentrar-me-ei na minha área.

Há anos, o preço de varias matérias primas (Algodão, Petróleo, Ferro, etc.) estava artificialmente baixo, pelo fato de poucos poderem usufruir-se delas. A maioria das pessoas não se vestia adequadamente; carro era para uma minoria rica, e o comércio internacional era relativamente baixo , resultando em menos navio, carros, máquinas, trilhos, pontes, construções ; menos ferro, menos aço.

Agora vivemos, novamente, numa NOVA ERA – e consumismo não é privilegio de Gringos. Alias, nessa vertente, no passado estava cansado de ouvir mundo afora que os americanos eram CONSUMISTAS. Sim, eram quando ricos e ainda são quando quebrados. Mas o fato e que eu andava cansado de ouvir este desaforo patético.

Primeiro por que o consumismo americano levou a todos os países em desenvolvimento a exportarem para eles, e fazer o seu pé de meia com a compulsão de compras americana. Enquanto Zé Povinho via com inveja e roendo as unhas os americanos gastarem até o que não tinham, enquanto economistas mundo afora diziam “glorias e aleluias”,  estourando foguetes em comemoração ao consumismo norte-americano.

Segundo, é porque é parte da natureza humana viver bem. Nós não éramos consumistas - e gordos -, porque nós não tínhamos a grana. Uma vez começamos a fazer dinheiro (chineses, brasileiros, indianos etc.) começamos a ficar gordos, querer carros com maior cilindragem, a nos vestir melhor comprar mais eletrodomésticos, cosméticos, viajar mais e elevarmos a nosso índice de diabetes.

Ser humano é ser humano; no fundo, no fundo somos bem semelhantes, apesar de nossas diferentes nuances na epiderme, nos olhos, cabelos, cultura e idiomas.

Por aqui, com a economia aos tropeços, aparecem uns “queimas” e ofertas incríveis.  Ando atento aos anúncios e estou investido em boas roupas de boas fibras, como se fossem ouro. Por exemplo, há três semanas, o MACY’S de Greenville, SC, ofereceu camisas sociais de grife ( Van Huessen,Calvin Klein, Polo, etc.,) , de 100% algodão Egípcio, de fibra longa, por US$ 17.99! Fui lá e comprei dez delas, ainda que não precisasse de nenhuma no momento. As comprei por que sei que elas já estão sendo vendidas há US$ 70,00 e em breve estarão mais caras ainda.

A realidade é bem simples: Estamos no fim da era de algodão barato e trabalho semi-escravo mundo afora.

Atualmente a Internet e o maior libertador das classes oprimidas e é a “Princesa Izabel” do mundo, assinando cartas de alforrias em todos os lugares. Depois do Brasil, dezenas de países clamaram as suas “Diretas Já”, da Argentina ao Meio Oriente. Da Líbia até, - bem sutilmente - s chegando à China, por meio de veladas manifestações contra o seu sistema judiciário.

E esta será a tendência mundial: Resolvido o tópico SOBREVIVÊNCIA física, do mínimo indispensável para a sobrevivência do homem, vem em seguida vem às demandas sociais e libertárias. E com elas vem a deslumbrarão de consumismo – nada errado com isso – e os seus excessos, acabam em nos deixar  gordos e diabéticos, ou, no meu humorado ver, vem também, para o bem ou para o mal,  o tão apedrejado “agringolamento”consumista mundial.

E resultante do consumismo, sobra o papel moeda e some as comodidades; e sobem os preços, e sobem os salários – e chega à inflação.

E assim seguirá por enquanto ao mundo: Há coisas que não mudam, algumas leis são imutáveis: O princípio de Colbert - a lei de oferta e procura; a lei do inevitável - todos nós morreremos, e algum dia nós pagaremos impostos; A lei do fogo de morro acima e da mulher quando quer trair – ninguém segura.

E finalmente segue a lei da indispensabilidade de cobrir as vergonhas e nos alimentar. É imutável e consequentemente, nesse universo crescente de consumidores, fibras e roupas baratas, sumirão.

Estoquem seus guarda roupas com artigos finos, de ótimas fibras, comprados na pechincha. Mais cedo do que você imagina, estas roupas cairão de qualidade e dobrarão de preços.

Sam de Mattos

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Comentário de Sam de Mattos em 20 fevereiro 2011 às 17:28
Obrigado Alex. Comentario vindo e um irmao militante da nossa industria textil como voce, o condidero uma honra. SdM
Comentário de alex. sousa em 20 fevereiro 2011 às 16:50

Gostei imenso e nao tenho qualquer duvida de que tem toda a razao.

Um abraco de amizade e continue com estes ricos artigos, Alex. Sousa PORTUGAL

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