Só o Banco do Brasil perdeu R$ 34,2 bilhões de seu valor de mercado desde 2010
Desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff, o Banco do Brasil, a Eletrobras e a Petrobras perderam juntas R$ 262,1 bilhões em valor de mercado, até a semana passada, segundo levantamento feito pela consultoria Economática. Elas valiam R$ R$ 496,3 bilhões em 31 de dezembro de 2010, quando o presidente Luis Inácio Lula da Silva deixou a presidência. Na ponta do lápis, é uma queda de 52,8% do valor somado das três companhias. Só o Banco do Brasil perdeu R$ 34,2 bilhões (ou 38% de seu valor) desde 2010. Em dois dias da semana passada, as ações dessas companhias subiram com a expectativa de que uma pesquisa eleitoral mostrasse queda nas intenções de voto na presidente Dilma Rousseff para a eleição presidencial, o que acabou não se concretizando. Segundo analistas, foi o primeiro sinal de como as eleições presidenciais irão interferir no mercado financeiro este ano.
- Daqui para a frente, o mercado vai começar a trazer para o preço das ações qualquer possibilidade de mudança na política econômica ou mesmo na gestão das estatais. Se a possibilidade de mudanças crescer, a tendência é que o preço dessas ações suba. O intervencionismo do atual governo influenciou negativamente o lucro dessas empresas nos últimos anos e a perspectiva de uma mudança, que em tese melhoraria o ganho dessas companhias, agrada o mercado – diz Rodolfo Oliveira, economista especializado em mercados da Consultoria Tendências.
Em relatório enviado a clientes, os analistas do Citi, Stephen Graham e Fernando Siqueira lembraram que outros fatores favoreceram a Bolsa de Valores na semana passada, entre eles um fluxo de capital para mercados emergentes, além do Brasil, como México e Chile.
Mas segundo o relatório, o efeito dos rumores de uma queda de Dilma Rousseff na pesquisa eleitoral teve peso razoável sobre o mercado. Os analistas do Citi lembram que as chances de um apagão elétrico, fraco crescimento econômico e inflação ainda ameaçando poderiam tornar a eleição mais competitiva para a oposição do que parecia à primeira vista.
Para o estrategista-chefe no Brasil do banco japonês Mizuho, Luciano Rostagno, a infuencia do fator político sobre o preço das empresas ligadas ao governo já começou, embora não seja o único dado a influenciar o mercado.
- Os pré-candidatos já estão em campanha, ainda que não oficialmente. E o governo toma decisões pensando nas eleições. É natural que o mercado se antecipe e incorpore o fator político no preço das ações, já avaliando a política econômica que seria colocada em prática caso um candidato de oposição desponte nas pesquisas – diz Rostagno.
O governo federal, por exemplo, adiou para 2015 um reajuste na conta de luz dos brasileiros, enquanto especialistas apontam que o aumento deveria acontecer agora, já que a energia gerada pela térmicas é mais cara. A decisão foi tomada, segundo os especialistas, para que não impacto negativo nas intenções de de voto para Dilma.
Rostagno avalia que o intervencionismo do governo pesou na reação positiva do mercado a uma possível queda da presidente Dilma na pesquisa eleitoral. O governo federal usou os bancos públicos para fazer as instituições pirvadas reduzirem os juros, antecipou a renovação das concessões de empresas de energia obrigando a uma redução das tarifas e não reajusta o preço dos combustíveis para evitar impacto na inflação, o que prejudica o caixa da Petrobras.
- O intervencionismo desse governo vai contra as leis de mercado e por isso a reçaão é positiva quando existe a chance de uma mudança – diz Rostagno.
Para o estrategista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi, a oposição busca na Petrobras sua bandeira de campanha eleitoral contra o PT.
- E imbróglios não faltam, Pasadena, Refinaria Abreu Lima e agora acharam uma refinaria superfaturada no Japão – diz Galdi.
O valor de mercado da Petrobras, era de R$ R$ 380,2 bilhões ao final de dezembro de 2010. Na semana passada, até o dia 19, a petrolífera estava valendo R$ 169,9 bilhões, segundo os números da Economática. É uma perda de R$ 210,3 bilhões (ou 55,3%) de seu valor. Na Eletrobras, do setor de energia, a perda de valor foi de R$ 17,7 bilhões no mesmo período. A empresa valia R$ 26,2 bilhões há pouco mais de três anos e na semana passada suas ações negociadas no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo estavam valendo R$ 8,5 bilhões, um recuo de 67,5%. O valor de mercado do Banco do Brasil encolheu de R$ 89,8 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 55,6 bilhões até o dia 19 passado.
Procurada para explicar a perda de seu valor de mercado, a Eletrobras respondeu que não iria comentar os números. A Petrobras e o Banco do Brasil não responderam até o final da tarde.
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