A indústria de transformação, como diz o nome, transforma matéria-prima em produtos finais ou intermediários. O cacau se transforma em chocolate, assim como tecidos em roupas e celulose em papel. O setor da indústria de transformação foi o que mais cresceu em 2024, impulsionando o crescimento industrial geral no Brasil: 3,8%, superando o crescimento do PIB.

Agora olhe ao redor. O celular na sua mão, a luz que acende com um clique, o som que sai do fone de ouvido. Tudo isso tem indústria. No processo de fabricação do vidro da tela, no cobre dos fios, no lítio da bateria. Até o que parece invisível tem tecnologia (e indústria). Para dar dar mais um exemplo temos a indústria de mineração.
Falar em transformação digital, Indústria 4.0, automação e inteligência artificial é falar de futuro, um futuro que só é possível porque, desde os primórdios da civilização, exploramos os minerais do planeta. E hoje, com o avanço da ciência, até a própria natureza tem sido aliada nesse processo. Até quando falamos de fungos e bactérias estamos falando de uma oportunidade para a indústria inovar.
Microrganismos para extrair metais com menor impacto ambiental
No Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais, em Belém (PA), pesquisadores estão desenvolvendo soluções baseadas em biomineração. Esse processo utiliza microrganismos para extrair metais com menor impacto ambiental, menos consumo de energia e maior eficiência.
No centro dessas pesquisas está o cobre, mineral essencial para a indústria eletrônica. O Brasil possui cerca de 10,8 milhões de toneladas em reservas, com 82% concentradas no Pará. Mas a extração tradicional é intensiva: consome grandes quantidades de energia e aumenta emissões significativas de CO₂. A biomineração, por outro lado, reaproveita estéreis, os rejeitos deixados nas minas, e promove uma extração mais limpa e inteligente.
Além da questão ambiental, a biomineração permite trabalhar com minérios de baixo teor, que não seriam viáveis economicamente pelos métodos convencionais. E há outro diferencial importante: ela exige muito menos água. Em regiões de escassez hídrica, como partes do Chile ou do Peru, esse é um fator decisivo. A extração tradicional depende de processos químicos com alta demanda de água; os microrganismos, por sua vez, conseguem atuar em meios mais controlados e com consumo reduzido.
Outro potencial está no reaproveitamento de metais nobres em resíduos eletrônicos, como o ouro. Um passo essencial para ampliar a circularidade no setor mineral e reduzir a necessidade de novas extrações.
BA-NA-NA!

Se tem um bom exemplo de como a indústria faz mais parte da sua vida do que você imagina é a cadeia têxtil e de confecção. A roupa que vestimos passa, do começo ao fim, pela indústria.
Começa com o cultivo ou produção das fibras que vão virar tecido. No Brasil, cerca de 95% da colheita do algodão, por exemplo, é mecanizada, principalmente nas grandes lavouras, como as de Mato Grosso, Bahia e Goiás.
As fibras sintéticas, como o poliéster e a poliamida, que vêm do petróleo, também passam pelos processos industriais.
A modernização, com olhar sustentável e preocupado com os impactos ambientais, contribui para uma moda – e uma indústria - bem mais cool.
Dá para imaginar uma roupa feita a partir de caule de banana?
Sim, esse produto existe!

O projeto foi criado pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQT) em parceria com a empresa Musa Fiber.
O projeto surgiu após identificarem algumas formas de aplicação para a fibra do pseudocaule da bananeira, formado de fibras celulósicas de boas características morfológicas, permitindo projetar uma celulose com alta resistência mecânica.
Atualmente, são plantados no Brasil cerca de 500 mil hectares de banana e a colheita gera toneladas de resíduos, porque as bananeiras precisam ser cortadas de forma estratégica, para que os frutos voltem a crescer.
O tecido feito da bananeira é tão forte e durável quanto qualquer tecido como cânhamo, bambu ou outras fibras naturais. Outra grande vantagem é na fase da produção, se comparar com o algodão, por exemplo, o tecido feito da bananeira requer muito menos água e agrotóxicos e não são geradas emissões de gases do efeito estufa para produzir a fibra individualmente, pois ela vem do reaproveitamento que seria resíduo agrícola.
Neste Dia da Indústria, vale reforçar: a indústria está em tudo. No que você toca, no que você vive e também no que você nem vê. E quando ela caminha lado a lado com a ciência e com o meio ambiente, o futuro não só acontece, ele é mais sustentável, inovador e inteligente.
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