IPCA sobe 0,41% em agosto e eleva alta em 12 meses a 5,24% (Notícias Agência Reuters)

[petrúcio josé rodrigues]

05/09/2012 - IPCA sobe 0,41% em agosto e eleva alta em 12 meses a 5,24% (Notícias Agência Reuters)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,41 por cento em agosto, impulsionado pelos preços dos alimentos e afastando a inflação anual do centro da meta do governo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.   Trata-se da maior variação para o mês de agosto desde 2007, quando chegou a 0,47 por cento. Entretanto, o índice ainda apresentou ligeira desaceleração ante avanço de 0,43 por cento em julho, e ficou em linha com a expectativa de analistas.   No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA tem alta de 5,24 por cento, acima dos 5,20 por cento nos 12 meses até julho. Essa é a maior alta nesta comparação desde março deste ano, quando o índice também atingiu 5,24 por cento, e mostra o índice se afastando do centro da meta de inflação de 4,5 por cento perseguida pelo Banco Central.   Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,40 por cento em agosto, com alta acumulada em 12 meses de 5,23 por cento. As projeções para a inflação no mês variaram de 0,38 a 0,43 por cento.   De acordo com o IBGE, assim como em julho, o grupo alimentação e bebidas foi o que apresentou maior variação, embora tenha desacelerado para uma alta de 0,88 por cento em agosto, ante 0,91 por cento em julho.   O resultado do IPCA indica desaceleração dos preços após uma série de indicadores recentes que mostram aceleração, como o IPCA-15, que subiu 0,39 por cento em agosto ante 0,33 por cento em julho.   O Banco Central vem afirmando que, mesmo com maior pressão inflacionária, o crescimento econômico vai ocorrer com os preços sob controle, mas já indicou que pode estar chegando ao fim o ciclo de redução do juros.   Analistas consultados na pesquisa Focus do BC estimam que o IPCA encerrará 2012 com alta de 5,20 por cento.

Tomate vilão

De acordo com o IBGE, o quilo do tomate continuou subindo em agosto, embora a uma taxa menor. Após chegar a uma alta de 50,33 por cento em julho devido à redução de oferta, o produto subiu 18,96 por cento em agosto.   Assim, o tomate continua a liderar o ranking dos principais impactos, com 0,06 ponto percentual.   Além de alimentação e bebidas, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em agosto na comparação com julho.   Saúde e cuidados pessoais passou de 0,36 por cento para 0,53 por cento em agosto; educação subiu de 0,12 por cento para 0,51 por cento; artigos de residência passou de -0,01 por cento para 0,40 por cento; artigos de vestuário avançou de 0,04 por cento para 0,19 por cento; e transportes passou de -0,03 por cento para 0,06 por cento.   Já os grupos que apresentaram resultados menores do que em julho foram despesas pessoais (de 0,91 por cento para 0,42 por cento), habitação (de 0,54 por cento para 0,22 por cento) e comunicação (de 0,15 por cento para -0,01 por cento).