Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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NAO LEVEM O MTG (Movimento Tradicional gaucho) TAO A SERIO...

by Sam de Mattos Jr on Thursday, October 13, 2011 at 4:05pm

http://sul21.com.br/jornal/2011/10/hegemonia-gauchesca-final/

 

Li esse intrigante e ótimo artigo saído no Jornal Sul 21 o qual roubei do FB do Dr. André L. Martinewski. O artigo explica magistral e detalhadamente as nuanças do gauchismo e apresenta uma antítese ao MTG – Movimento Tradicional Gaúcho. Mas creio que o artigo está muito focado historicamente, é duro demais com os tradicionalistas Gaúchos e leva muito a serio a psique do povo Brasileiro, de modo geral amantes de bundas e botecos. Afinal o diabo não e tão feio quanto esta sendo pintado, e tentarei apresentar outra visão, mais branda, do Gauchismo. Quando fugia do Brasil em 1970, no interior do RS fui acolhido muito bem pelo povo Gaúcho, e em Passo Fundo, principescamente. No CTG Lalau Miranda aprendi amar algumas tradições de sua terra e confesso, ate hoje permaneço fiel “Colorado”, amante do churrasco e quase me considero um membro da “Nação Mamacuia”, incluso, portador de porongo e bombilla, e em casa a preferencia é mate-com-palo...  As virtudes dos Gaúchos que conheci são muitas, dentre elas a franqueza, a objetividade, sinceridade e a hospitalidade cheia de calor humano, uma vez amigos. A esta qualidade do Gaúcho,  me refiro como o “Cheísmo”- uma palavra cunhada por mim mesmo. À medida que viajo mais e envelheco, já vi o “Cheismo” com nomes diferentes e em locais distintos: No interior do Ceara, nas colônias de imigrantes nas montanhas do ES, em Ouro Preto, onde fui Acadêmico na Escola de Minas e em muitos outros locais. Indo ao assunto, não me causa espanto nem revolta os mitos da Revolução Farroupilha. Onde há historia há mito e onde há mito insistente, se cria uma estória e depois historia. No Espírito Santo fala-se de Domingos Martins e Padre Anchieta em níveis icônicos. A proposito, no belo mausoléu de mármore no Palácio Anchieta de Vitoria, só há uma tíbia, meio canibalizada do Frei Espanhol. O resto é muita estória que se tornou historia. Em Ouro Preto damos virtudes quase “deisticas” aos inconfidentes, em a realidade eles eram bastante parecidos a voce e eu, com as nossas virtudes e fraquezas, sem mencionar que o Tiradentes era escravagista. Mundo afora há mitos estórias e de slogans que criaram historia; na Alemanha Nazista criaram a raça Ariana, a demonização dos Judeus e o culto ao Fueher; nos Estados Unidos, o mito do Pesadelo-Sonho Americano, vendido como American Dream, e por ai vai, mundo afora, os mitos daqui e dali. O ser humano é simplório e propenso a acreditar ate numa obvia mentira – se reiterada diversas vezes. Poucos têm a sua habilidade ou cultura de dissecar um assunto, pô-lo sob as lentes de um microscópio e compreender os finos detalhes, nuanças e inferências do tópico em questão. No caso de seu lindo artigo, o Jornal Sul 21 parece demasiadamente duro com os Gaúchos: A maioria dos Brasileiros nunca ouviu da CCI (Companhia Central de Imigração do D. Pedro II), nem o seu gênesis, com o objetivo de “caucasianar” um Brasil Negro e de preencher as lacunas de uma eminente abolição de escravidão que estava a ser concluída. Falando-se de imigração, os Gaúchos,( e os Brasileiros de modo geral) não sabem nem de duas Colônias Judias, as Colônias do Conde Hirsch, criadas ai para amparar os Judeus perseguidos na Europa, mormente “Alemães” da Russia e Betsarabia. Muitos desses imigrantes foram assimilados como “Alemães” e uns ate se tornaram antissemitas, dizendo isso somente para ilustrar a noss ignorância genetica. Quanto à imagem do gaúcho num cavalo, num idílico pampa, uniformizado de bombachas, botas, cutillo e mamando a sua cuia, deixem sê- los assim, deixe-os mamando as seus porongos em paz, proclamando ao mundo o Cheismo e as grandezas so Sul... Quanto aos mitos da Revolução Farroupilha, que seja assim. Eles trazem autoestima e diferenciação ao povo local. Afinal, todos querem ter e buscam a sua própria identidade - e a “Nação Mamacuia”, não é diferente. Confesso, há certo desdém quanto voces mencionam o resto do Brasil como “esse povo lá de cima”, mas os Americanos e Europeus, tem o mesmo desdém ao se referir a Austrália e América Latina, como “essa gente lá de baixo”, Mamacuias incluídos. Há em Porto Alegre um certo ar de superioridade racial pela tez mais clara das lindas e alta Gaúchas estereotipadas. Noto um esforco coletivo em suas oxinacoes de cabelos, alias esforco esse notorio na America Latina. Mas ja matutei bastante sobre o assunto e conclui não que o problema nao e mesmo “racial”: É só uma valorização de bens duráveis em "display and merchandising da estampa”, do esteriotipo da femea Gaucha e com isso propiciando a varias delas serem estrelas da Globo, ou se tornarem mulher-troféu bem sucedidas, em alta cotação entre jogadores de futebol de primeira divisão. Pegue leve nos Mamacuias, Tche. São gente boa, com as mesmas besteiras, simplicidades e virtudes do resto dos Brasileiros. E eu Capixaba, e sem ser jogador de futebol ou necessitar de troféu, casei-me com uma Mamacuia. E sou tão feliz com a minha Alemoa...

Sam de Mattos, Jr

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Comentário de Sam de Mattos em 13 outubro 2011 às 23:47

Lanceira de frontaeira e prima de Ana Terra!

Acho que os Gauchos pegam muito duro em si proprios.

Bem, sao perfecionistas demais, mas os MAMACUIAS sao de uma tribo sui generis e especial.

E vamos roncar o porongo! Abrancao e saudacoes CARANGUEIJOLENSES! (rsrsrs)

SdM

Comentário de Maria Antônia D. Ramos Pires em 13 outubro 2011 às 22:54

Gostei do artigo, não podemos esquecer de dizer que povo que tem tradição respeita as tradições alheias, senti isso de perto quando fui morar na Bahia, parecia que eu era estrangeira, gaúcha da fronteira. Além de tudo como diria meu pai, até água benta em excesso faz mau, o MTG tem seus méritos, mas vamos colocar guanpa em cabeça de cavalo, gaúcho é igual a todo muito tem muita gente boa mas também muitos que não valem nada. Saudações coloradas e além de gaúcha não sou alemoa rsrsrs, sou pelô duro da fronteira.

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