Amigas e amigos do blog, sou defensor do livre mercado e acho que também os governos e as estatais devem se abastecer, comprar e encomendar onde é mais barato e mais conveniente.
Desde que o presidento Lula assumiu em 2003, porém, com a característica visão míope e nacionalistoide do lulopetismo, a Petrobras, maior empresa do país, passou a ser obrigada a fazer encomendas e compras de equipamentos no Brasil, ainda que por preços muito maiores ao do mercado internacional. Não importava que a indústria pesada do país, em certos setores, não fosse suficientemente competitiva: o objetivo era “criar empregos” a qualquer custo.
Assim sendo, a reportagem que reproduzo abaixo não significa uma “condenação” ao que a Petrobras vem fazendo, mas uma mostra de que, o mais possível por baixo dos panos, o lulopetismo dá um jeito de não cumprir as promessas demagógicas que fez.
Talvez porque a Petrobras, desde fevereiro do ano passado, tem uma presidente séria à sua frente, como Graça Foster, engenheira química de formação e executiva de carreira da empresa, e não mais o oportunista político José Sergio Gabrielli, encastelado no governo petista da Bahia como secretário do Planejamento, à espera de ser candidato à sucessão do governador Jaques Wagner.
Gabrielli tem um programa semanal de rádio, às quintas-feiras, transmitido para toda a Bahia, o “Encontro com Gabrielli” no qual, a pretexto de falar sobre temas econômicos, o ex-presidente da Petrobras se faz conhecer pelo eleitorado.
Observação importante: aluguel e afretamento não é lançado como dívida — portanto, o que a Petrobras vem fazendo se destina não só a agilizar operações, mas ajudar a melhorar seu balanço nada exuberante.
Por Sabrina Valle, do jornal O Estado de S.Paulo
Os limites para endividamento da Petrobras e a urgência de não atrasar a produção de petróleo têm feito a companhia alugar embarcações no exterior, em vez de construí-las no Brasil dentro de regras de conteúdo local.
Estaleiros investindo na retomada do setor naval brasileiro – há mais de uma dezena em construção – reclamam perda de encomendas de barcos de apoio e temem que o mesmo aconteça com sondas e plataformas, equipamentos ainda mais complexos.
“Estaleiros implantados para atender a essa demanda sofrem com a redução de encomendas e a perda de postos de trabalho já aparece nas estatísticas”, diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha.
Gastos com aluguel de embarcações de bandeira estrangeira subiram de 2 bilhões de dólares, em 2011, para 3 bilhões, em 2012, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Plataformas e sondas também estão sendo alugadas em ritmo crescente
Rocha diz que há cerca de dois anos ocorreu uma mudança na prática da Petrobras em relação a barcos de apoio, com aumento do afretamento no exterior, o que segundo ele contraria a política de conteúdo local. A Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) diz que, de uma frota total de 414 embarcações de apoio marítimo, 188 têm bandeira brasileira e 226, estrangeira.
O Sinaval diz que, proporcionalmente, a construção local de plataformas ainda é forte no Brasil. Mas computa que o aluguel com empresas estrangeiras já somou, em 2012, 6,3 bilhões de dólares para 14 plataformas e 44 sondas. A europeia SBM e a japonesa Modec concentram os contratos.
Segundo fontes do setor, a Petrobras já negocia afretar mais duas grandes plataformas flutuantes (alfa e beta, para 120 mil barris de óleo/dia) para o pré-sal da Bacia de Santos com a SBM. Elas seriam realocadas à área da cessão onerosa, onde a Petrobras poderá explorar até 5 bilhões de barris de petróleo.
Segundo as fontes, a estatal poderia estender a opção pelo afretamento às cinco megaplataformas flutuantes que ainda precisará empregar na área da cessão onerosa. A Petrobras diz que “não decidiu afretar FPSOs (plataformas ) para utilização na cessão onerosa”.
(…)
Estatal afirma que cumprirá exigência de conteúdo local
De O Estado de S. Paulo
A Petrobras reafirmou ao Estadão que cumprirá integralmente com o conteúdo local requerido em todas as suas atividades.
Em resposta ao questionamento, a companhia disse que tem capacidade financeira para executar todos os projetos garantidos em seu plano de negócios, inclusive para as embarcações ainda não contratadas.
A estatal disse ainda que as exigências de conteúdo local brasileiras não atrapalham seus projetos. “Os índices que têm sido exigidos são exequíveis e não há indicativos de que não serão atingidos pela indústria nacional.”
A empresa não comentou a variação no número de contratos de afretamento, mas disse que este tipo de aluguel é uma alternativa amplamente utilizada na indústria de petróleo.
“A Petrobras tem utilizado tanto a construção de plataformas próprias como a contratação de plataformas por afretamento como alternativas para os projetos de produção”. A escolha, diz, “depende de aspectos técnicos, comerciais e dos prazos requeridos.”
Sobre as contratações futuras, disse que estas serão realizadas de acordo com o cronograma interno da empresa.
“A Petrobras está comprometida em garantir a expansão dos seus negócios com indicadores financeiros sólidos, e possui capacidade financeira para implementar os projetos de E&P no Brasil necessários ao cumprimento da sua meta de produção de 2020″.
Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/noticias-d...
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