Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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INDEPENDENCE DAY:

Hoje o Guilherme, meu stepson e sua noiva se foram para o Brasil, via NYC, depois de seis meses  fazendo um curso na Clemson University – Extension e morando em casa.

Digo stepson não por anglicismo. Digo por que essa tal palavra “enteado” parece com cunhado, soa como “malcriado” e me lembra de má sogra.  Algo mal dado - sem nada ter a ver com filho.

Claro que gostamos deles - a minha esposa mais ainda do filho sem “step”,  - mas felizmente poderemos voltar a dormir e ir aos banheiros de portas abertas - e eu posso atacar a geladeira a noite, se quiser de cuecas. Afinal somos somente a Silvia e eu.

Há também um pouquinho mais de privacidade. Não muito. Eles não são intrusivos, mas já estamos acostumados à privacidade imensa.

Por outro lado vou sentir falta de alguém para me ajudar a cortar a grama durante o verão. Bem, meus filhos me ajudarão nisso – cruzo os dedos. Além da preguiça a tendinites me mata.  Mas vou sentir também falta dessa geração que sabe sincronizar controle-remotos com varias unidades, por exemplo, o controle da TV, com o do estéreo, o do Netflix com os toca-discos. Essas coisinhas que velho é refratário a aprender.

Também sentirei um pouco de falta no tocante a conexões; explico:  Por exemplo, o  nosso autofalante esquerdo do estéreo da sala de exercício não funcionava ha anos, e o  Gui acertou o problema.

Mas, por outro lado, não sentirei falta do barulhinho no banheiro de cima e do movimento no quarto deles. Afinal, velho gosta de silencio.

Ah, mas vou sentir falta das dicas de internet, como a do Blog do Chris Rodrigues para “morcegar” jogos de futebol no Brasil, mas ai é outra historia.

Confesso também que sentirei falta de sua sabedoria de futebol, me explicando as contusões de final de jogos, a “cera” de jogadores, as “catimbas” dos técnicos e essas coisinhas bobas que eu desconhecia...  Bem, terminei por ser Inter mais assíduo - e ele me prometeu torcer pelo Fluminense no Rio e isso foi um fator positivo.

Também não terei ninguém para mostrar o meu esquadrão de Jogo de Botões, o Fluminense F.C., guardado ha meio século em uma caixa já enferrujada de Pasta Joia, com velas de espermacete para encerar os botões e ficha de lotação já desaparecida, usada como palheta.

Mas pensando bem, ninguém anda mais interessado em jogo de botões exceto o amigo carioca e botafoguense Sergio Lahma e eu. Afinal, botafoguense e Pó de Arroz se entendem ate em Clássico Vovô e ainda levarei o Flu FC ao Rio para disputar uma partida com o Botafogo dele. E quero ver a cara de bunda dos agentes alfandegários (especialmente aqui na América) ao ver a minha caixa de Pasta Joia, cheia de coisinhas redondas ou pastilhas que poderiam ser interpretadas de “plásticos explosivos”. Creio não ter mais saco para explicar a ninguém o que é um time de futebol de botões - e mais ainda sem paciência com essa tal merda de segurança dos tempos modernos...

Por outro lado não vou sentir a falta de preocupar-me com o Guilherme dirigindo nas estradas americanas.

Mas não houve motivo: Seis meses por aqui, dirigindo 70 km diários o Honda da mãe para ir a Universidade, dirigiu por quatro estados, fez turismo, rodou milhares de milhas sem um arranhão no carro, sem uma multa. Guri bom, melhor do que eu fui.

Mas sentirei falta da facilidade que o guri mexia  ( e nos ensinava) em programas e aplicativos no nosso I-Pad: Essa nova geração é estranha: Um cavalão de quase dois metros, mãozonas de todo tamanho, mas com dedos hábeis e rápidos nessas tralhas modernas.

Porem, por outro lado, não serei mais acordado ao chegarem da escola na hora de meu “power nap”, na soneca  de 15 minutos entre os expedientes de trabalho.

Mas, pqp, de contrapartida eu terei que ler instruções de tudo que comprar - e detesto isso; mas, pelo menos, posso ainda delegar isso a Silvia.

Há mais uma coisa que não intendo: Acostumei-me com sua pressa em subir e descer escadas da casa. Ele não o fazia como nós, degrau por degrau. Era afobado e sobia e descia correndo. Mas isso era bom, pois me dava a sensação de fazer exercício.

Finalmente chegou a PAX AMERICANA, a independência total da casa.

Mas há ainda um pequeno problema: Sou beijoqueiro e gosto de jardinagem. Deve ter sido a jardinagem, mas acho que cabeça de meninos tem cheiro de formigas. Cheiro de formigas? Sei lá. De tanajuras? Talvez. Mas o fato é que tenho uma habito de beijar todos meus filhos e netos na cabeca e notei esse cheiro de formigas na cabeca deles. E o Guilerme não seria a exceção da regra.

Mas claro que não vou dizer isso a ninguém: Primeiro ele ficaria “puto da vida” comigo com esse tal de cheio de formigas ou de tanajuras. Segundo, velho beijoqueiro é feio. Então pulemos esse tópico.

Sumarizarei desse modo: Creio que também vou sentir um pouco de saudade por não ter o seu cabeção disponível após a janta, para dar-lhe um beijo em sua cabeça - sem cheiros exóticos, sem fragrâncias de Victoria Secret - mas com aquela frangrancia de meninos e jovens, aquele "cheirinho de formigas".

Não; não me expressei bem: Repensando, irei ao tópico: Voces vão entender nada - e pouco importo, pois escrevo isso para mim mesmo: Sentirei saudade do beijo naquele cabeção e quanto ao imaginario “cheiro de formigas”,  que me perdoe a sua noiva, a dona Juliana.

Foi uma boa temporada, crescemos juntos e nos conhecemos, idiossincrasias inclusas.

Aprendemos bastante juntos.

Sua ida deu saudades; mas agora posso usar os banheiros de porta aberta e andar de cuecas pela casa!

Seria isso a PAX ou a SOLITUDO AMERICANA?

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Comentário de Guilherme Martinewski Livi em 20 maio 2013 às 0:22

Tambem sentiremos muitas saudades de voces e dos dias que estivemos ai. Somos muito gratos por terem aberto as portas da casa de voces e nos fazendo nos sentir em casa.Tudo de bom para voces. Bj!

Comentário de Sam de Mattos em 15 maio 2013 às 17:24

Poetico Fabio, poetico... Chegando a hora de compilar as suas escritas...

 

Comentário de Fabio Germiniani-TRIUMPH TEXTIL em 15 maio 2013 às 17:20

Continuemos nós assim, gosto de ter esta cabeça de "velho" como disse, me faz ver o mundo por outro lado, as vezes do avesso, neste ponto tudo é bom... O ruim mesmo é ter sempre saudade, embora saudável, de tempos e pessoas que as vezes ja não são ou estão da mesma forma como costumava ser. Grande abraço.

Comentário de Sam de Mattos em 15 maio 2013 às 12:11

Miss Silvia: Cheiro de formigas eh mais apropriado para meninos. Continue na sua linha de perfumes, pois sao aceitaveis.

Comentário de Silvia Martinewski de Mattos em 15 maio 2013 às 0:26

Sam quem sabe se de vez em quando eu não troco meus mist da Victoria's Secret , o Miss Dior , DG One..... por remedios ( melhor dizendo ) veneno de formiga..... assim teras todas as liberdades e a paz de nossa casa .....com um pouquinho do cheiro do meu filho...

Comentário de Sam de Mattos em 14 maio 2013 às 14:55

Poh Fabio... Tu estas mui jovem para esta sapiencia de velho! Um abracao, caloroso e sincero. Eh por ai mesmo Fabio. Sao os dois. Cheire a cabeca de teu filhinho quando sair da pelada, antes do beijo: Nao seria um cherinho de formigas? rsrsrs

Comentário de Fabio Germiniani-TRIUMPH TEXTIL em 14 maio 2013 às 14:25

Seria ambos, se me permite, pois ainda nem cheguei perto de um desfecho deste, uma falta que completa a "paz" pelo dever cumprido,e a "solidão" embora parcial que a outra parte cumprida trouxe junto... Bem, como o senhor próprio disse:"Não; não me expressei bem: Repensando, irei ao tópico: Voces vão entender nada - e pouco importo, pois escrevo isso para mim mesmo". É isso mesmo a vida se completa com faltas e excessos...

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