Quando multinacionais invadirão o espaço virtual?

[silvia borges]

Li sobre empresas pensando em abrir espaço virtual para vender roupas - - - em 3 anos.

MERCADO MELÍFLUO

Três anos, em termos virtuais, é uma eternidade - planos feitos agora vão caducar e passar por 10000000 revisões. Prá começar, Pinterest e Polyvore já estão mudando a maneira como as pessoas planejam e compram na internet. 

1) O panorama virtual está mudando muito depressa. A parte difícil não é abrir a loja virtual, mas sim fazer o público curtir comprar dela. A competição séria está ficando desvairadamente mais difícil.

2) Há espaço para novas lojas virtuais vendendo roupas, no momento?

Sim, em demasia e, pelo que eu vejo, sem controle. Qualquer um pode "vender" através da internet, havendo um comércio pequeno enorme,  que não coleta, nem paga, impostos.

3) Além desse manancial de taxas ser arreganhado e incontido, essa crescente prática é uma ameaça ao público: os sites não são obrigados e, na maioria, NÃO PUBLICAM seus CNPJ, endereços, política de retorno e crédito, e telefones para contato direto.

4) Não fazem muitos anos, a maioria dos brasileiros não tinha confiança de providenciar suas informações no espaço virtual. Muitos ainda se sentem da mesma forma, o que significa que empresas sérias terão que fazer uma campanha primeiro de tudo para desenvolver a confiança do público.

5) Hoje em dia, com o uso das redes sociais, muita gente se acostumou a lidar com os "amigos".

Com os amigos eles não trocam números de cartão de crédito. A compra é feita na ignorância de que, se ao menos os compradores estivessem usando um cartão de crédito, muitas empresas fictícias seriam eliminadas.

NORMAS DO PEQUENO COMÉRCIO VIRTUAL

a) a pessoa vendendo passa as informações de sua conta bancária  

b) a pessoa comprando faz o depósito da metade do valor quando faz o pedido

c) quando o produto está disponível para ser remetido, a pessoa comprando deposita o resto.

d) ao ser confirmado tal depósito, a pessoa vendendo despacha o pacote e passa a informação de rastreio para a pessoa que está comprando.

Há muito espaço para fraude nesse esquema, concordam?

SOLICITAÇÕES DE AMIZADE – de coração ou de bolso?

Eu tenho uma presença muito ativa em algumas redes sociais, sendo que toda semana parece que alguma rede social nova está sendo formada.Nesse espaço não publico informações de caráter estritamente pessoal. Minha intenção é de puro marketing da minha marca. Faço novos contatos todos os dias, e acho isso sadio. Apesar de demonstrar ali uma figura pública, minha política é de sempre saber quem estou adicionando à lista. Enquanto algumas pessoas mantêm 5 mil contatos, resolvi me restringir a poucas centenas pois realmente quero desenvolver relacionamentos. Meus contatos incluem amigos, fãs, amigas de amigas, donas de lojas, designers, produtoras, artesãs, blogueiras, donas-de-casa, enfim, tudo quanto é tipo de mulheres que curtem modas e tendências.

Dentre minhas linhas tenho produtos direcionados às mães. Com isso estou sempre trocando idéias em grupos de moda, de pais e mães, de mulheres jovens, etc.

VENDAS DIRETAS DENTRO DE REDES SOCIAIS

Mala Direta costumava ser mandar solicitação de compra via correios. Pois deixa eu te dizer que, só nesta última semana, recebi 45 solicitações de amizades novas. Ao visualizar as páginas sociais daquelas pessoas, nota-se que, quase 100% das vezes elas estão é vendendo alguma coisa e procurando ampliar sua rede de cobertura.

Futucando-se achamos as suas “lojas virtuais” que, na maioria das vezes oferecem roupas, sapatos, acessórios de vestuário, brinquedos e eletrônicos. O mais assustador não é isso.

O mais assustador é que eu faço “visitas virtuais de rotina” aos espaços dos meus contatos e, só nesta última, notei que 9 dessas lojas desapareceram do horizonte virtual, enquanto que 2 mudaram de nome e estavam começando do zero!

A partir das observações acima posso dizer que, quem quer começar uma loja virtual séria tem que começar agora. Não é preciso "reinventar a roda". Existem muitos programas atendendo as complexidades do comércio, programas já comprovados, que podem trabalhar em conjunto com programas que fazem controle de estoque, rastreiam vendas e calculam impostos. (Sei disso porque tenho um irmão que é dono de uma firma que faz exatamente isso). E escolham seus fornecedores no Brasil, por favor!

APRENDENDO COM OS IDOSOS

A última que ouvi foi que a Amazon.com parou de enviar remessas para o Brasil devido à falta de segurança na entrega de remessas. Em muitos casos havia alegação fraudulenta da falta de entrega, e a Amazon.com tem uma diretriz impecável no sentido de agradar ao cliente. Menciono isso porque acho um ponto válido a ser considerado na operação de vendas virtuais.   

Em 3 anos a economia estará bem diferente e, assim como hoje os brasileiros estão acordando para a ameaça da China, em breve acordarão para as grandes multinacionais do espaço virtual, aos quais com certeza, também estão trabalhando em acordos para extenderem suas vendas aos consumistas do Brasil.

Coloco-me à disposição para CONVOs também fora do blob.

Silvia Borges - 17 de Abril dd 2012

[Antonio Silverio Paculdino Ferre]

Ótimas observações. Parabens.