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S&P vê "folga" para o rating da Petrobras, o que é péssimo para acionista

S&P vê "folga" para o rating da Petrobras, o que é péssimo para acionista




Em conversa da agência de classificação de risco com analistas do HSBC, percepção é de que rating soberano é estável, o que diminui sensação de urgência para companhia e pode ser ruim para acionistas da estatal

SÃO PAULO - Em meio à toda polêmica envolvendo a Petrobras (PETR3;PETR4) esta semana, com a divulgação de pesquisa eleitoral e o caso da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, que levou a um "prejuízo" de US$ 1 bilhão, os analistas do HSBC se reuniram com a agência de classificação de risco Standard & Poor's. A agência vê que a companhia ainda pode aumentar a sua alavancagem e emitir dívida barata. Um aumento de capital pode ser positivo do ponto de vista de vista do rating, devido à queda na alavancagem do balanço, destaca a agência. Mas, segundo o HSBC, isso pode ser ruim para as ações, tirando o "senso de urgência" do governo para ajudar a empresa. 

Luiz Carvalho e Filipe Gouveia, analistas do banco, discutiram as opiniões sobre o rating da petrolífera, fortemente ligado à dívida soberana do Brasil com a S&P. E, conforme a S&P apontou para os analistas, há espaço para a deterioração da alavancagem da petrolífera antes mesmo da consideração de um corte no rating, reiterando que a atual classificação da nota de crédito reflete as taxas de juros e a demanda elevada experimentadas na última emissão de dívida. 

Contudo, Carvalho e Gouveia, do ponto de vista da ação, partilham de um sentimento mais negativo, devido à possível falta de urgência da parte do governo quanto à resolução da questão dos preços de combustíveis. 

Por outro lado, a agência observou que, devido ao apoio do governo à Petrobras e à sua capacidade de talvez levantar um montante considerável de dívida a um custo relativamente barato, pode haver mais incentivo para a sustentação do levantamento adicional de dívida por parte do governo em detrimento do ajuste da política de preços de combustíveis. 

Neste caso, avaliam os analistas, o governo brasileiro parece ter conhecimento de que "o rating soberano é estável, de que nada acontecerá ao rating da Petrobras e, de certa forma, de que inflação e superávit primário são muito mais importantes ao País e, consequentemente, à Petrobras".

Neste sentido, outro aumento de capital pode ser positivo do ponto de vista de vista do rating, devido à queda na alavancagem do balanço, destaca a agência. Entretanto, os analistas do HSBC observam que isso pode não ser favorável para os investidores em ações. 

Carvalho e Gouveia afirmam que a tese de investimento da petrolífera é frágil em diversas frentes, avaliando que a lucratividade da empresa tem forte correlação inversa com a desvalorização do real. Isso porque há probabilidade limitada de uma redução de investimentos nos próximos anos, crescimento da produção anual de 5,2% e pouco espaço para uma solução definitiva em termos de política de preços em 2014.

Para a S&P, caso o rating soberano do Brasil se modificar, o rating da Petrobras seguirá na mesma direção de forma automática. 

Os analistas do HSBC avaliam que seriam necessários quatro pontos para um rebaixamento e cinco pontos para a perda do status de grau de investimento. E afirmam que as premissas do modelo da agência de classificação de risco parecem estar em linha com o mercado de ações, em que o fluxo de caixa livre seria positivo somente em 2016 - enquanto os analistas do HSBC esperam um fluxo negativo até 2020 - e a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) estaria próximo a quatro vezes. Além disso, a S&P assume um aumento moderado de preços sem alcançar a paridade até o final de 2015. 

S&P e o governo

Na semana passada, o mercado seguiu na expectativa pelo desfecho da reunião da agência de classificação de risco Standard & Poor's com o Banco Central, ministério da fazenda e Comunicações; os diretores teriam saído da reunião sem fazer comentários. Vale ressaltar que o S&P colocou o rating do País em perspectiva negativa no ano passado e há uma grande expectativa pelas próximas sinalizações da agência sobre se ou quando a nota de crédito soberano do Brasil será rebaixada.  

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