Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Santo Sudário - Constituição e História

O termo sudário vem do latim, sudarium que significa pano para suor, toalha pequena. A primeira menção que se faz do hoje chamado Sudário de Turim é de 1157 por um abade islandês, Nicholas Soemundarson que foi em peregrinação à Constantinopla e diz ter visto, entre outras relíquias religiosas, um “sudário com sangue e marcas de Cristo” naquela cidade. Depois disso, Godofredo de Charny, cavalheiro francês de reconhecida bravura, adquiriu-o em 1356, possivelmente de origem espúria, já que nunca esclareceu como o tinha conseguido. Quando Godofredo morreu, sua viúva permitiu que o sudário fosse exibido como objeto adoração na igreja que seu marido havia construído. Hoje, propriedade legal da monarquia italiana e cedido ao museu religioso do bispado, encontra-se em Turim, Itália, um pano de linho fiado manualmente com 4,36 metros de comprimento por 1,10 metros de largura com características tais que suscita veneração religiosa de muitos cristãos e curiosidade científica e histórica em uma boa parte da intelligentsia mundial. E a igreja católica não oficializa qualquer posição a respeito, ou seja, não contesta a autenticidade do tecido nem desencoraja quem o julga verdadeiro, portanto, santo. Sobre o longo pano existem duas esmaecidas imagens cor de palha, uma de frente outra de costas de um homem nu que foi, aparentemente, flagelado e crucificado, cujas mãos estão cruzadas abaixo do abdômen. As imagens aparecem cabeça com cabeça, de modo a sugerir que um corpo tenha sido deitado de costas em uma das pontas do tecido, o qual foi depois dobrado para cobrir a frente do corpo. O sudário tem muitos buracos queimados e chamuscados que foram remendados. Além disso, tem sinais inequívocos de sangue nos pulsos, pés, testa, abdômen e costas. Existem, também, grandes manchas de água que, segundo a história apareceram em função de um incêndio em 1532 no santuário onde se encontrava a relíquia. Pegou fogo no altar e derreteu em parte a caixa de prata onde se encontrava a rara peça, queimando-o em alguns lugares. Foram feitos remendos com linho de outra origem, e estes são bem visíveis até hoje. Ao apagarem o fogo teriam molhado o tecido manchando-o de água. Início da polêmica, em 1381, pela primeira vez, o sudário teve sua autenticidade contestada por três bispos que o examinaram. Um dos bispos escreveu ao Papa Clemente VII que se encontrava em Avinhão: "O sudário é uma falsificação pintada, e a igreja local está se tornando rica através das contribuições feitas pelos peregrinos que vêm vê-lo". O Papa recebeu a carta e sentenciou o bispo que a escreveu ao silêncio perpétuo sobre o assunto, e ordenou que os eclesiásticos dissessem que o pano era uma “representação”. De lá para cá, mesmo raramente apresentado ao público, o tecido tem acalorado discussões inconcludentes entre os adeptos de sua santidade e os céticos. A bibliografia a respeito de sua história e de suas características é vasta, dúzias de livros já foram publicados por aqueles que tiveram a experiência de tê-lo visto, fotografado e pelos que apenas fazem cogitações a respeito. O estudo mais extenso, com mais embasamento científico e melhor documentado já realizado sobre o objeto foi feito em 1978 por um grupo de cientistas americanos que, aproveitando uma exibição pública da mortalha que iria acontecer naquele ano em Turim, formou uma equipe de quarenta sumidades nas áreas de ótica, fotografia, espectroscopia, radiologia, física molecular e nuclear, entomologia, microscopia, botânica, fisiologia, anatomia, hematologia e outros tantos ramos da química, e submeteu o pano por cinco dias (120 horas contínuas) a testes não destrutivos cujos resultados foram analisados, comparados e deglutidos depois por mais de 150 mil horas de trabalho e trouxeram conclusões interessantes, inusitadas e até surpreendentes. Pelas evidências físicas, matemáticas, médicas e químicas ficou claro que devia ter havido um homem crucificado no Sudário. Foram descobertas evidências medicamente exatas de um homem que fora açoitado com um flagrum (chicote de duas ou três pontas terminadas em peça de metal, osso ou pedra, usado pelos romanos), tanto de frente como de costas, por dois homens; que havia carregado alguma coisa pesada que lhe feriu ambos os ombros; que tivera alguma coisa colocada sobre sua cabeça, que causara ferimentos pontilhados no couro cabeludo e na testa; que tivera lesões no nariz e nos joelhos proporcionados por uma queda; que fora golpeado no rosto; que fora crucificado no local anatomicamente certo, ou seja, os pulsos; cujo sangue, escorrendo pelos braços, tivera gotas sensíveis à gravidade nos ângulos corretos para a posição dos braços numa crucificação; cujas pernas foram quebradas; que tinha uma lesão em forma de elipse no lado sugerindo ferimento com objeto contundente; e que, deitado sobre o pano, teve sangue post-mortem escoando do ferimento e empoçando na parte mais estreita das costas; cujos pés haviam sido trespassados por uma ponta de ferro e sangraram; e nas plantas desses pés havia terra, sugerindo que o homem havia andado descalço antes do sacrifício. Vejam as palavras de Don Lynn, um cientista, a respeito do assunto: "O Sudário é anatomicamente exato; está de acordo, historicamente com os Evangelhos; tudo está de acordo com o que sabemos. É um retrato exato da paixão e morte de Cristo..." Veja bem, os homens da ciência não conseguiram, por provas incontestáveis, concluir que foi Jesus Cristo que esteve envolto naquela mortalha, apenas afirmam e provam que ALGUÉM foi crucificado e envolvido ali. É possível que isso jamais aconteça. E, isso se deve ao fato que não foi possível determinar a idade do pano de linho, como os ensaios foram não destrutivos não se fez o teste de carbono quatorze, o que permitiria saber sua idade bem aproximada. Na falta de provar a idade da mortalha, a polêmica continua em aberto estimulando a imaginação dos cientistas e a crença dos cristãos dogmáticos.

Fonte:|jairclopes.blogspot.com|

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