Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Setor têxtil tenta adequar-se ao mercado dos EUA

Fonte:|diariodonordeste.globo.com|

De janeiro a junho deste ano, as confecções cearenses contabilizaram US$ 189,2 mil em vendas externas para os EUA, que ocupam o sexto lugar no
ranking das exportações do setor

Apesar de ser o maior consumidor mundial de têxteis e confecções, país não figura na pauta de exportações do Ceará

O Ceará ainda tem muito por fazer para concretizar sua participação dos setores têxtil e de confecções no mercado norte americano. Em 2010,
repetindo a performance do ano passado, os Estados Unidos sequer
figuraram como destino dos produtos têxteis fabricados no Estado. Para
as confecções cearenses, os EUA tiveram no mesmo período inexpressiva
representatividade entre os países destino. Um dos principais desafios
para mudar esse quadro é a adequação às exigências do mercado
norte-americano. O alerta é da coordenadora do Programa de
Internacionalização das MPEs no Ceará, Marta Campelo, que apresentou
ontem os resultados da Prospecção de Mercado realizada nos EUA para os
respectivos segmentos no Estado. Além de mostrar as características
específicas do mercado norte-americano, o estudo aborda as oportunidades
de negócios para os dois setores e revela os pontos a serem observados
pelas empresas locais para exportar de forma sustentável. Dados do
Centro Internacional de Negócios (CIN-CE) da Fiec revelam que no
primeiro semestre deste ano o setor têxtil faturou US$ 29,2 milhões com
as vendas ao exterior, sendo que 42% desse montante resulta de
exportações para a Argentina - principal destino dos produtos têxteis
cearenses. Apesar de se posicionar no mercado como maior consumidor
mundial de têxteis e confecções, os americanos não figuram na pauta de
exportações do segmento no Ceará. Enquanto isso, os EUA ocupam a
terceira posição entre os países destino das exportações têxteis
brasileiras, com US$ 57,5 milhões, no mesmo período.

Em relação às confecções, o Ceará contabilizou de janeiro a junho do corrente ano
US$ 189,2 mil em vendas externas para os EUA, que ocupam o sexto lugar
no ranking das exportações do setor, abaixo de Argentina, Alemanha,
Portugal, Martinica e Itália. Na pauta das exportações brasileiras, o
país americano é o principal mercado destino, registrando US$ 65,8
milhões em exportações no período, representando 30,4% do total
exportado pelo segmento no Brasil no primeiro semestre deste ano (US$
200,2 milhões).

Conforme Campelo, a preocupação em ampliar a participação cearense dos setores têxtil e de confecções nos Estados
Unidos se deve ao fato de ser uma das maiores e mais influentes
economias do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 14,335
trilhões e um mercado interno de mais de 314,7 milhões de pessoas com
renda per capta de US$ 44.381.

Porém, em função ainda da crise e do aumento da fatia chinesa nesses mercados, as exportações brasileiras
de produtos têxteis e de confecção apresentaram, em janeiro de 2009,
queda de 33,5% em termos de valor e 27,23% em volume, se comparado ao
mesmo período do ano anterior. Quando excluídas as fibras de algodão, o
quadro se agrava, com queda de 45,57%, em termos de valor, e de 48,83%,
em volume.

ITENS EXPORTADOS
Valor agregado quadruplica

Têxteis cearenses perdem em preço apenas para os cariocas, que custam em torno de US$ 68 o quilo

Conforme Marta Campelo, nos últimos 15 anos a indústria cearense quadruplicou o
valor agregado de suas exportações. Segundo ela, os têxteis cearenses
perdem em preço apenas para o Rio de Janeiro. Em 2008, o produto
cearense teve um valor médio de US$ 47,58, por quilo, acima da média
nacional, de US$ 34,88. O valor dos cariocas gira em torno de US$ 68 por
quilo. "O Ceará é um dos polos têxteis e de confecções mais importantes
do País. O setor tem 5.965 empresas formais, sendo 5.238 confecções",
observa.

Desafios

Entre os principais desafios do setor, Marta Campelo cita a concorrência chinesa. "A maior
participação dos asiáticos nas importações americanas está diretamente
ligada aos preços. Como o custo da mão-de-obra e carga tributária é
menor nesses países, eles conseguem oferecer preço inferior ao cobrado
pelas empresas cearenses e brasileiras, de modo geral".

Internacionalização

O Programa de Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas tem, como
objetivo, preparar as empresas para competir no Brasil e no mundo.

O programa é desenvolvido pelo Sebrae e parceiros e tem como meta
capacitar 70 empresas cearenses no biênio 2009 e 2010, para atuar no
mercado internacional.

ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER


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